sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Reveillon no Funchal

Está na moda. A capital madeirense é, ano após ano, palco de uma das mais maravilhosas celebrações de passagem de ano à escala planetária. Faz, portanto, um pouco mais de sentido a paupérrima prestação do FC Porto na Choupana: os Dragões anteciparam férias para se dedicarem à observação atenta do fogo de artifício alvi-negro.


Não restam dúvidas, Quaresma pesa. Não que o cigano esteja fora de forma, mas, valha a verdade, é ele o suspeito do costume quando, em noites de desinspiração, os azuis-e-brancos se valem do talento individual para resolver contendas aparentemente insolúveis. É ele a pedra basilar, o contrapeso, o grave que tendencialmente desequilibra a balança a favor do Portistas.
As coisas poder-se-ia ter processado de outra forma, não fosse a letargia generalizado ter igualmente contaminado Lucho e Lisandro, o duo dinâmico que tantos golos, assistências e pontos tem valido. Postiga nunca foi alternativa credível ao número 7 e Mariano pouco mais pode oferecer a esta equipa do que uma inquestionável entrega. Louvável, mas insuficiente.
Goradas todas as alternativas, poderia ainda a sorte ter valido ao Bi-Campeão Nacional, proporcionando, quiçá, um golo caído do céu nos derradeiros momentos da partida, razoavelmente justificado pelas duas ou três ocasiões flagrantes desperdiçadas no segundo tempo.
Mas não. Lipatin encarregou-se de desfeitear Helton no único lance de perigo real criado pelo Nacional, fazendo tombar pela primeira vez nesta edição da Liga o gigante que vem domindo o futebol português.

Sete pontos - sete! - de vantagem sobre a concorrência, e, mesmo assim, o Natal terá um travo ligeiramente amargo para os Portistas. Ah, ambição desmedida ...

sábado, 15 de dezembro de 2007

Dá cá mais três!...

... para juntar aos sete de vantagem! E já vão dez!

No último jogo antes do Natal no Estádio do Dragão, quem mandou foram os azuis e brancos. O F.C. Porto conseguiu derrotar o Vitória de Guimarães (3º Classificado na Liga), com uma boa exibição.

Uma vitória algo sofrida, mas justa e com atitude.

Mesmo desperdiçando duas ocasiões flagrantes de golo, ainda conseguiu fazer balançar as redes por outras duas ocasiões. A primeira, com a ajuda de Alá e claro o pé de Tarik. A segunda com a frieza e bravura de Lisandro López.


Um a um:

Helton - Preponderante. Interviu de forma directa no desfecho do jogo, fazendo por mais que uma vez, defesas formidáveis e quase-impossíveis;

Bosingwa - Não fez uma exibição de encher o olho, como pode e sabe fazer.

Cech - Em situações de aperto esteve bem, mas é claramente suplente de Fucile.

Pedro Emanuel e Bruno Alves - Seguros. O primeiro, um Capitão e o segundo, imparável e incansável;

Lucho - Classe. De longe, o jogador portista em melhor forma;

Paulo Assunção - O habitual.

Raul Meireles - Mesmo não estando nos seus dias, assinou uma boa exibição com uma assistência para o primeiro golo.

Quaresma - Não tão decisivo como costuma ser (porque mágico como é conseguiu fazer a bola desaparecer da baliza), mas deu para o gasto. Fica de fora da próxima jornada ao ver o quinto amarelo.

Tarik - Outro que também começa a ser mágico.

Lisandro López - Só precisa de uma oportunidade para facturar. Bravo. Melhor marcador da Liga com 11 golos.

Suplentes:

Mariano - Esforçado, mas quando corre, tem de começar a fazê-lo com critério e de forma eficiente. Para brutalidade a correr, já temos o Bosingwa.

Bolatti - Vai ganhando minutos e experiência. Esteve bem.

Adriano - Procura ganhar a forma de outrora.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Objectivo europeu cumprido

A vitória obtida hoje sobre o Besiktas por 2-0, golos de Lucho e Quaresma, coloca o Porto na próxima fase da Liga dos Campeões e é também suficiente para garantir o primeiro lugar no grupo - estatuto essencial para evitar ter que defrontar um colosso europeu na próxima ronda.

O FC Porto precisava apenas de um empate esta noite no Dragão frente à acessível equipa turca do Besiktas, para chegar ao objectivo mínimo estabelecido para esta campanha europeia na Liga dos Campeões: a qualificação para os oitavos-de-final. Mas como é óbvio entrar a jogar para o empate seria uma mentalidade perigosa - daí Jesualdo Ferreira ter dado instruções aos jogadores para apenas pensarem na vitória, o que a ser alcançada, daria não só a qualificação mas também a vitória no grupo.

Mas ao bom estilo de Jesualdo, jogar para vencer não significa correr riscos desnecessários - o FC Porto entrou em campo com um 11 conservador, basicamente os 11 jogadores que mais têm jogado esta época (excepto Pedro Emanuel que só recentemente regressou aos relvados depois de lesão), e com instruções claras de assegurar o equilíbrio defensivo e só então pensar em atacar. Foi um Porto cauteloso mas a tentar dominar o jogo que se viu no início da partida, tendo maior posse de bola mas sem criar muitas oportunidades de perigo, exceptuando um lance em que um cruzamento encontrou Lisandro na área e este colocou a bola na baliza - mas o lance foi anulado devido a um fora-de-jogo que deixa algumas dúvidas.

Conforme a primeira parte ia passando, o Besiktas cresceu um pouco no jogo e frequentemente conseguia ter a bola no meio-campo portista, graças a uma pressão pouco eficiente da linha composta por Assunção/Lucho/Meireles e apoiada pelo resto da equipa. No entanto, as tentativas da equipa turco de chegar à baliza de Hélton invariavelmente esbarravam na linha defensiva, com Bruno Alves em bom nível.

No final da primeira parte o FC Porto respondeu com uma série de oportunidades claras de golo. Primeiro Bosingwa inventou espaço pelo meio dos defesas até se encontrar em excelente oportunidade para marcar, mas Rustu defendeu. Logo de seguida foi a vez de Tarik voltar a testar a elasticidade do experiente guarda-redes turco, mas este mais uma vez correspondeu com uma excelente defesa. E já à beira do intervalo, uma jogada de insistência após um canto abriu o marcador: Meireles à entrada da área tentou rematar, mas saiu um balão em rosca, a bola chegou a Tarik, e este entregou-a a Lucho que fez o 1-0 - perante a passividade da defesa turca, sobretudo Rustu, que desistiu completamente do lance para reclamar um suposto fora-de-jogo, inexistente. Atitude estranha dum jogador com tanto historial de futebol europeu, e manchando o que vinha sendo uma excelente exibição.

Este golo tinha o potencial para dar uma muito maior tranquilidade ao FC Porto, mas o início da 2ª parte coincidiu com o melhor período do Besiktas: primeiro Hélton foi obrigado a efectuar uma defesa ao remate de Serdar Ozkan, depois na sequência de um canto Cissé falhou o alvo. Estes dois lances podiam ter alterado a história do jogo mas tal não aconteceu e a partir daqui sim, o FC Porto ganhou a tal tranquilidade proveniente de se encontrar em vantagem. E ao minuto 62, Lisandro descobriu um "avenida" para Quaresma, que não teve qualquer dificuldade em fazer o 2-0. A partir daqui o jogo praticamente não teve história, pouco mais se passou, apesar de após algumas substituições de parte a parte, o Besiktas ainda ter conseguido criar uma oportunidade de perigo num lance de bola parada, com o recém-entrado Cech a deixar a bola passar bastante perto da baliza para não ceder canto.

No final, vitória justa e completamente natural da melhor equipa, a equipa mais segura das suas capacidades, sem que no entanto tenha criado um volume de jogo que esmagasse o seu adversário. O mais importante de tudo são as consequências do resultado - Porto apurado em 1º do grupo, o que representa uma vantagem teórica. É certo que qualquer equipa que consiga estar num lote das 16 melhores da Europa é sempre um adversário complicado, mas olhando para os apurados até agora, certamente que escolher entre Schalke, Olympiakos e Celtic é muito mais apetecível que escolher entre Chelsea, Real Madrid e Milan...

A nível individual, destaque para Bosingwa, fenomenal a atacar e muito sólido a defender, apontando-se apenas um ou outro passe errado que fizeram lembrar outros tempos de um Bosingwa muito mais enervante para o adepto portista. Tarik continua numa forma espectacular, muito acima do que se pensava que o marroquino alguma vez poderia render. Lisandro também continua a fazer a melhor época desde que chegou a Portugal, isso é evidente no nº de bolas que recupera (mais que certos médios...), e no facto de a equipa insistir constantemente em lhe tentar fornecer bolas - toda a gente tem confiança no argentino. Bruno Alves, apesar de ter o experiente Pedro Emanuel ao seu lado, também vai fazendo por manter o estatuto de líder da defesa.

Uma pequena nota duma opinião pessoal: vou estar particularmente atento ao jogo em que Jesualdo se decidir a colocar o médio Mario Bolatti como titular. Parece-me que temos ali um jogador de grande classe por explorar.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Fechando com Chaves de ouro

Na ressaca de um autoritário triunfo na Luz, o FC Porto pôs término a um crucial ciclo - três desafios fora de portas em pouco mais de uma semana - em Trás-Os-Montes, onde o Desportivo de Chaves não apresentou argumentos para superar maior experiência e qualidade dos azuis-e-brancos. As finalizações certeiras de Postiga e Adriano ditaram leis no regresso de uma cidade histórica à rota das grandes noites do futebol português.


Fiel à lógica de rotação do plantel nas partidas de menor importância, Jesualdo Ferreira estruturou a equipa num falso 4-4-2, com Leandro Lima a cair amiúde nos flancos e Postiga a assumir a função de organizador de jogo. Adriano assumiu a titularidade face à ausência de Farías, Mariano substituiu directamente Ricardo Quaresma e a dupla de trincos teve desta vez por intérpretes Bolatti e Kaz. Na defesa, Pedro Emanuel e Fucile, únicos sobreviventes da contenda do passado fim-de-semana, contaram com a companhia de João Paulo e Lino, sendo que Hélton cedeu o seu lugar na baliza a Nuno Espírito Santo.
Galvanizados por uma moldura humana que há quase uma década não se vislumbrava em terras do Alto Tâmega, os flavienses entraram determinados a causar surpresa, protagonizando a primeira oportunidade logo a abrir, mediante um lance estudado que fez o esférico embater no poste da baliza portuense. A réplica tardou e surgiu apenas a meio do primeiro tempo, já depois de os Bi-Campeões Nacionais terem tomado as rédeas da partida; Leandro Lima, de bola parada, deu o mote para uma sequência de jogadas perigosas desperdiçadas sucessivamente por Postiga, Mariano e Adriano.
Já com a superioridade bem vincada, os Dragões viram os Chaves ameaçar novamente após o reatamento, mas viriam a sentenciar a partida aos 53', quando Hélder Postiga correspondeu implacavelmente à assistência de cabeça de Kazmieczak para desfeitar o guardião Rêgo e somar o seu segundo tento da temporada.
A resistência flaviense vergou então. O aguerrido conjunto anfitreão, líder da 2ª Divisão B Zona Norte, pagou a factura do esforço dispendido ao procurar implementar marcações homem-a-homem a toda a largura do relvado, sucumbindo à pressão Portista, reforçada pelas entradas dos craques Lucho e Lisandro. Foi o número 8 o responsável pelo cruzamento que, já ao cair do pano, permitiu a Adriano assinar pela primeira ocasião nesta temporada a folha de goleadores, selando o incontestável triunfo do FC Porto, o primeiro de Jesualdo Ferreira em jogos a eliminar desde que assumiu os destinos do Clube.

Ciclo que se fecha, ciclo que se abre. Seguem-se dois importantes desafios em casa, ante Besiktas - empate basta para seguir em frente na Champions - e Vitória de Guimarães, terceiro classificado da Liga Portuguesa.

sábado, 1 de dezembro de 2007

No reino da águia, foi o dragão a voar mais alto

Depois do descalabro em Liverpool na quarta-feira, o FC Porto venceu o Benfica no Estádio da Luz por 1-0. Uma vitória que deixa os encarnados a 7 pontos de distância e que serviu para fazer as pazes com os adeptos.
Foi a 3ª vitória do FC Porto em 6 anos no Estádio da Luz.



Depois da mini-revolução operada em Liverpool por Jesualdo Ferreira, o FC Porto mudou quatro peças ao xadrez que saiu humilhado da cidade dos Beatles. Entraram Pedro Emanuel, Fucile, Meireles e Tarik para os lugares de Stepanov, Cech, Kazmierckaz e Mariano González, respectivamente. Quanto ao Benfica, o mesmo onze que empatou com o campeão europeu a meio da semana. O Benfica estava a 4 pontos do líder, à partida para esta jornada, e precisava de ganhar para se aproximar ainda mais do bi-campeão nacional.

O jogo começou com o Benfica a querer tomar conta do jogo e a chegar perto da baliza defendida por Hélton. Paulo Assunção, Raúl Meireles e Lucho González não acertavam com as marcações e davam espaço à equipa do Benfica. Contudo, o FC Porto ia melhorando e crescendo no jogo à medida que o tempo passava e aos 13 minutos ficou por marcar uma grande penalidade por falta de David Luz sobre Lisandro López. E a verdade é que a partir desse lance e até ao fim do primeiro tempo, pouco ou nada mais se viu do Benfica. Quanto ao Porto, duas excelentes oportunidades, a primeira num remate de Tarik Sektioui que passou muito perto do poste e a segunda por Lisandro López, aos 41 minutos, que sozinho na cara de Quim rematou fraco para defesa do número 12 encarnado. Mas apenas um minuto volvido, Ricardo Quaresma embalou para a grande área após passe de Lucho González, fintou David Luiz e perante a saída de Quim, fez a famosa trivela e colocou os azuis-e-brancos em vantagem no marcador. Um momento de magia do Harry Potter a gelar o Estádio da Luz. Pouco depois, chegou o intervalo com o Porto (justamente) na frente.

Para a segunda parte, uma mudança de atitude por parte da equipa do Benfica que criou logo uma situação de perigo. Nuno Gomes apareceu na cara de Hélton que com uma bela defesa lhe negou o golo do empate. Depois desse lance, remates sem grande perigo para ambas as balizas e pouco mais. Até que aos 64 minutos, numa jogada de contra-ataque, Lisandro López cruza para Quaresma que remata ao lado da baliza de Quim, Boa oportunidade para o Porto a anteceder uma autêntica dança nos bancos com muitas substituições. Jesualdo Ferreira reforçava o meio-campo e refrescava o ataque enquanto que Jose Antonio Camacho colocava novas armas ofensivas. E foi uma dessas armas, Freddy Adu, que voltou a colocar à prova os reflexos de Hélton com um remate à entrada da área. Grande defesa do brasileiro. O FC Porto limitou-se a gerir até final perante as tentativas frustadas do Benfica de chegar ao empate.

O FC Porto venceu na Luz de forma justa e deixou os rivais a 7 pontos. Foi uma excelente resposta dos comandados de Jesualdo Ferreira à humilhante derrota em Anfield Road para a UEFA Champions League. Agora, segue-se o Chaves para a Taça de Portugal.

MVP:

Ricardo Quaresma-> Pelo golo e por ter sido o melhor elemento portista. Reapareceu em excelente altura, com um golo fantástico a dar uma importante vitória na casa do segundo classificado. Teve ainda mais remates perigosos e uma panóplia de boas jogadas que deixaram a defesa do Benfica em maus lençóis. Como o Porto precisa do Harry Potter em grande forma nesta fase da época...

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Humilhação Europeia

Acabou hoje a invencibilidade do FC Porto que durava desde a derrota com o Sporting para a Supertaça Cândido de Oliveira. Se ao intervalo o Porto parecia capaz de poder trazer para a Invicta um resultado positivo, a verdade é que acabou goleado por 4-1.

O Golo de Lisandro foi insuficiente para obter o empate que carimbava a passagem à próxima fase.

O FC Porto entrou em campo com algumas surpresas no onze inicial: as entradas de Marek Cech, Kazmierczack e Mariano Gonzaléz para os lugares habitualmente ocupados por Fucile, Raúl Meireles e Tarik Sektioui.

O jogo começou com o Liverpool a comandar, tentando chegar cedo à vantagem necessária para continuarem a sonhar com o apuramento para a próxima fase da Liga Milionária.
E aos 19 minutos, na sequência de um canto, Fernando Torres fez um 1-0, de cabeça, resultado de uma falha de marcação de Lucho Gonzaléz. O Porto demorou um pouco a reagir ao golo, tendo o Liverpool, durante largos períodos de tempo encostado o Porto à sua área. Nesta fase Bosingwa destacou-se ao estar imperial na defesa, realizando várias antecipações, mas também no apoio ao ataque, combinando muitas vezes com Lucho e Quaresma.
Nos últimos quinze minutos do primeiro tempo o dragão mostrou verdadeiramente a sua chama, chegando à igualdade no minuto 33: Kazmierczack aparece na lateral, passando por Mascherano e ganhando espaço para tirar um cruzamento ao qual Lisandro respondeu de cabeça, no coração da área dos Reds, empurrando a bola para dentro da baliza do espanhol Pepe Reina.
Ainda antes do intervalo, uma oportunidade para cada lado: Primeiro Stepanov a cometer um erro crasso, dando a Benayoun a oportunidade de isolar Fernando Torres. Valeu o corte de Bruno Alves. Para o lado do Porto, enorme passe de Lucho para as costas da defesa do Liverpool, aparecendo Lisandro cara a cara com o guarda-redes, atirando a bola a escassos centímetros do poste esquerdo.

Na primeira metade da segunda parte o jogo foi equilibrado, com ataques quer de um lado, quer do outro. No entanto, com a entrada de Peter Crouch, tudo mudou: o Liverpool encostou o Porto às cordas e chegou à vantagem, com o bis de Torres. O espanhol livrou-se de Stepanov e Bosingwa, rematando de pé direito para o fundo das redes de Hélton.
A equipa desconcentrou-se e Stepanov cometeu mais um de muitos erros, numa noite miserável do jovem sérvio, cometendo penalty por mão na bola. Gerrard encarregou-se de eliminar as dúvidas, se é que estas existiam.
Mas ainda não estava acabado por aqui. O gigante inglês Peter Crouch, fechou a contagem, com uma desatenção colectiva da defesa do Porto, marcando, mais uma vez de cabeça, na sequência de um canto.

O Porto sai de Liverpool com um resultado pesado que pode deitar abaixo os índices psicológicos para a importante deslocação à Luz.

domingo, 25 de novembro de 2007

O regresso da normalidade

Depois de dois empates, o FC Porto voltou às vitórias perante 37 mil espectadores e logo contra o Vitória de Setúbal que já levava 14 jogos sem conhecer o sabor amargo da derrota. Assim, o FC Porto vai ao Estádio da Luz com maior tranquilidade e com a certeza de que independentemente do resultado, jogará a 14ª jornada como líder da Bwin Liga.



Duas semanas depois do surpreendente e vergonhoso resultado alcançado na Reboleira, diante do Estrela da Amadora, o FC Porto voltava a jogar para a Bwin Liga sabendo que o Benfica estava apenas a um ponto (mas com mais um jogo), isto a uma semana do embate na Luz, no próximo sábado. Em relação ao jogo da Amadora, apenas duas alterações. A entrada de Pedro Emanuel para o lugar de Stepanov e a entrada de Marek Cech para o lugar de Jorge Fucile.
E a verdade é que este jogo frente ao invicto Vitória de Setúbal começou da melhor maneira para os líderes do campeonato. Aos 5 minutos e após excelente jogada de Lucho González, Lisandro López rematou para o seu 10º golo em 10 jogos (falhou a primeira jornada, em Braga). Estava dado o primeiro passo rumo aos 3 pontos.
A partir daí, algumas jogadas de perigo, nomeadamente dois remates de Quaresma e Bosingwa que passaram perto da baliza de Eduardo. A verdade é que o resultado agradava ao Porto e o Setúbal não conseguia pôr em prática o seu futebol rápido, de contra-ataque. E por isso, o resultado ao intervalo era, sem surpresa, 1-0 para os azuis-e-brancos.

Para a segunda parte, o FC Porto entrou a todo o gás com um remate de Lisandro defendido por Eduardo e logo de seguida, uma jogada em que Lucho ultrapassa Eduardo mas com o ângulo de remate reduzido, não consegue ampliar o resultado. Este jogo continuava a ser de sentido único e nem as substituições operadas por Carlos Carvalhal conseguiram mudar o rumo aos acontecimentos. O Porto dominava mas não desistia de procurar o golo, mostrando que aprendeu a lição dos últimos dois jogos. Golo que poderia ter surgido aos 71 minutos se Carlos Xistra tivesse assinalado uma grande penalidade por falta cometida sobre Lisandro López. O penalty não foi assinalado e felizmente, acabou por não ter influência no resultado, porque o Setúbal continuava a ser uma imitação de fraca qualidade da equipa que foi empatar à Luz e a Alvalade e porque, acima de tudo, Ricardo Quaresma tirou um coelho da cartola a 5 minutos do fim. Passe de Mariano González e Ricardo Quaresma atira do meio da rua para o segundo do Porto. Estava dada a machadada final no jogo e na equipa setubalense. Daí até ao apito final do albicastrense Carlos Xistra, apenas mais uma oportunidade de golo, através do inevitável Lisandro López. O FC Porto somou a sua 9ª vitória em 11 jogos para o campeonato e continua com 4 pontos de vantagem sobre o Benfica a uma semana do jogo da Luz e a 3 dia de
um importante jogo em Anfield Road, frente ao Liverpool a contar para a UEFA Champions League e em que o FC Porto pode garantir a passagem aos oitavos-de-final da prova.

MVP:

Lisandro López-> Marcou mais um golo, mantendo a fantástica média de um golo por jogo e continua a mostrar que é o jogador do FC Porto em melhor forma. Mas o Licha não é só golos. É luta, entrega total e qualidade. Faz jogar os companheiros, dá o máximo em todos os lances e tem uma qualidade fenomenal, no remate, na finta e no passe. É um jogador à Porto que certamente, chamará a atenção de Alfio Basile se continuar "a levar ao colo" a equipa de Jesualdo Ferreira.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Não há estrelas no céu...



Foi com 2 empates  que o Porto fechou um terço de campeonato, até aqui quase imaculado. No último dos quais, obtido na  deslocação ao terreno do Estrela da Amadora, Jesualdo fez entrar na reboleira a equipa que até aqui lhe tem dado mais garantias, apresentando o seu tridente de meio campo habitual com o regresso de Lucho González.

O jogo começou morno e assim continuou até ao 1º golo de Lisandro. Um bom lance do argentino, que eleva assim a sua contagem para os 9 golos em 10 jogos, perfilando-se desde já, como um dos maiores artilheiros europeus. A partir daqui o Porto domina a seu belo prazer, perante um estrela muito lento, sem argumentos que fizessem frente ao Bicampeão Português. Caminhava-mos lentamente até ao intervalo, com o porto a jogar a velociadade cruzeiro, mas a apresentar algumas boas jogadas de relativo perigo.

No inicio da 2ª parte, o dominio do Porto evidenciou-se ainda mais, com um bom lance de quaresma a abrir, e logo depois, o 2º golo do Porto. Uma boa jogada de colectivo iniciada e finalizada por Raul Meireles.
A toada de jogo não mudou, o Porto ia criando jogo a espaços, quase sempre através do mesmo protagonista, Ricardo Quaresma.  Mais objectivo , mais colectivo, mostrou mais uma vez, porque é a grande figura do nosso campeonato. Nesta altura o Porto podia ter ampliado o placard, não fossem os postes negar mais um golo a lisandro, após jogada magistral de...Quaresma...
Aos 69 minutos deram-se inicio às substituições, saindo Lucho para dar lugar a Bollatti. A partir daqui o jogo que já estava lento perdeu completamente o interesse. A equipa do Porto acomodou-se à vantagem de 2 golos, e limitou-se a trocar a bola à espera do apito final. O Estrela vendo-se em desvantagem parecia, estranhamente, satisfeito com o resultado. Foi então que dum livre da esquerda, Maurício salta mais alto que Hélton, e cabeceia a bola para o fundo da baliza portista. Um erro infantil do guardião portista que viria a tornar-se fatal. O milagre aconteceu já nos descontos com outro lance infeliz da defensiva portista, desta feita foi Stepanov, ao cometer grande penalidade por puxão a Jeremiah.
O empate consumava-se como de um golpe de teatro se tratasse. O domínio e controlo do Porto foi total, mas a felicidade sorriu aos visitados nos ultimos instantes da partida.

O Porto sai assim da reboleira com uma divisão de pontos com sabor a derrota, por culpa própria. Jesualdo ao tirar Lucho a largos minutos do final, não passou a ideia correcta à equipa.
Contudo os jogadores não podem interpertar desta forma as substituiçoes do treinador. Não é por sair um jogador importante, que se relaxa e se deixa o jogo arrastar até final. Exesso de confiança e falta de profissionalismo caracterizam, perfeitamente, os ultimos 20 minutos da equipa do F.C.Porto.
Por aqui se vê que Jesualdo tem ainda muito trabalho pela frente, até porque não é primeira vez que assistimos a situaçoes destas, mas será que é capaz ?

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Garantia da sua liberdade

A vitória no jogo desta terça dava a qualquer uma da equipa muito mais do que os três pontos, garantia a liberdade de só depender de si - dava a possibilidade de afiançar o apuramento para a fase seguinte, estar em vantagem na luta pelo primeiro lugar e, no caso do Porto, de permitir uma deslocação a Anfield Road tranquila. No pensamento das equipas estava o jogo de há duas semanas, onde o empate não tinha agradado a ninguém, a um conjunto azul e branco que viu duas bolas a embater no poste e ao Marselha que tinha perdido dois pontos em casa, após ter estado a vencer por 1-0. Na sua história a equipa do sul de França nunca tinha vencido nenhum jogo em Portugal para a Liga dos Campeões, já os Dragões ainda se lembravam da vitoriosa época de 2003/04 onde ganharam a três adversários franceses.

O Porto iniciaria em 4-3-3, com Tarik e Quaresma bem abertos nas alas, apoiando o ponta-de-lança argentino Lisandro; já o meio-campo contava com uma surpresa a inclusão de Cech em substituição do lesionado Lucho, onde Meireles passaria a jogar sobre a direita e Paulo Assunção como elemento mais defensivo deste sector; a defesa contava com o seu melhor quinteto até agora, Bosingwa, Bruno Alves, Stepanov, Fucile e na baliza Hélton. Os mediterrânicos jogariam num 4-5-1, que tinha como principal características os dois trincos, deixando o regressado Nasri livre para movimentações: Mandanda; Bonnart, Givet, Rodriguez, Taiwo; M’Bami, Cana, Valbuena, Ayew, Nasri; e Niang.

O peso do encontro sentir-se-ia na equipa portuguesa, que faria um jogo nervoso durante os primeiros minutos – resultando em sucessivos passes falhados, que influenciaria a sua velocidade na transição defesa-ataque – criando só perigo nos através de um desvio de Bruno Alves, após livre do Ricardo Quaresma. O Marselha, nesse período, estaria francamente melhor – mais pressionante e com espaço para trocar a bola –, que produziria algumas jogadas de perigo junto à baliza de Hélton; mas contra o rumo do jogo o Porto faria o 1-0, numa jogada monumental de Tarik, fazendo lembrar Zahovic, que aproveitando o desacerto marselhês, passaria por todos e concluiria a jogada e o resultado para o intervalo.

A segunda parte iniciaria com o golo do Marselha, após falha defensiva portista. Que obrigou a Fucile a defender em um para dois jogadores dos mediterrânicos – algo que aconteceu também durante toda a primeira parte – e que Marek Cech decidiu não corrigir nos minutos iniciais da segunda. Este tento obrigava Jesualdo Ferreira a mexer na equipa, se não queria ir jogar a Liverpool dependendo do resultado em Inglaterra, e faria entrar Postiga para o lugar do Cech (perto dos 60 minutos) e os Dragões com isso ganhariam mais capacidade de circulação de bola e com a saída de Meireles, por lesão, para a entrada de Bolatti, o Porto atingiria maior solidez no centro do meio-campo. Levando dois minutos depois, aos 71, a bola a embater na trave após cabeceamento de Lisandro, que voltaria a repetir a graça aos 78, após cruzamento de Quaresma, mas desta vez resultaria em golo dos azuis e brancos e num novo desatar do empate. O jogo estava muito próximo do fim, mas sem antes Postiga e Fucile trazerem perigo à baliza de Mandanda.

A vitória dá ao Porto o primeiro lugar e que garante-lhe, qualquer que seja o resultado em Liverpool, um lugar qualificável para a última jornada – vendo-se só obrigado a fazer dois pontos em dois jogos. Na próxima jornada, para garantir desde já a qualificação e se possível o primeiro posto, o Porto tentará fazer o inédito – de vencer em Inglaterra pela primeira vez em competições oficiais.


Golo de Tarik

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

25 Pontos Conquistados em 27 Pontos Possíveis

Foi um jogo de oscilações. Primeiro uma lesão madrugadora do melhor e mais regular atleta azul e branco, Lucho González. Em segundo, um golo a favor numa fase morna da partida. De seguida, um Belenenses perigoso, avisando mais do que uma vez o F.C. Porto que não poderia entrar em facilidades. Em quarto, um intervalo que acabaria por se revelar mais benéfico para a equipa de Belém que para o F.C. Porto, pois os azuis entraram com querer e acabaram por empatar a partida ao fim de 6 minutos. Entre o quinto e o sétimo, enquanto o F.C. Porto correu atrás do prejuízo e procurava chegar de novo à vantagem de forma sufocante e não própria para cardíacos, ainda restava tempo para o momento seis, isto é, uma ou outra tentativa de contra-ataque por parte do Belenenses, mais para respirar que para provocar perigo. Oitavo, como o número de cartões amarelos mostrados. Dois para o F.C. Porto. Seis para o Belenenses. Por último, o Nono Momento, o final de uma série histórica de 8 vitórias consecutivas.

FICHA DE JOGO

Liga 07/08, 9ª Jornada
2 de Novembro de 2007
Estádio do Dragão, Porto

Assistência: 38.423 Espectadores

F.C. Porto: Helton - Fucile, Stepanov, Bruno Alves, Cech - Lucho González [Leandro Lima (Tarik Sektioui)], Paulo Assunção, Raul Meireles - Lisandro López, Hélder Postiga (Adriano), Quaresma.

Não Utilizados: Nuno, Pedro Emanuel, Lino, Bolatti.
Treinador: Jesualdo Ferreira

Marcadores: Hélder Postiga (21') e Zé Pedro (51')

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Resolver para mais tarde controlar


Oitavo jogo na presente edição do presente campeonato, correspondeu, conforme era esperado, à oitava vitória consecutiva por parte do FC Porto, que continua na liderança isolada e confortável. Sétimo jogo consecutivo sem sofrer golos e a nossa defesa é, em conjunto com o AEK de Atenas, a menos batida da Europa. No regresso do Leixões ao Estádio do Dragão, após a realização na pré-temporada, do Jogo dos Campeões, assistiu-se a uma partida em alguns momentos muito bem jogada por parte do FC Porto, mas sobretudo a uma tendência apresentada na época 2003/04, de tão boa memória para o lado portista, onde se resolvia os jogos cedo e controlava-se as partidas até ao final.


Tinha escrito, na minha anterior crónica, que a esta equipa comandada por Jesualdo Ferreira,
Faltava Raça, Faltava Querer. Pois bem, pelo que nos tem sido apresentado nos últimos jogos, felizmente, esta tendência tem vindo a se esbater. Começa a se denotar um maior esforço e entrega por parte dos jogadores, que não corresponde ainda a um nível altíssimo a nível de qualidade de jogo. Mas, penso, para lá se caminha.

Houve alguns bons momentos de futabol apresentados pela equipa portista. Prncipalmente nos primeiros 20 minutos de jogo. Mas o que merece especial destaque, é aos 10 minutos de jogo, já o FC Porto dispôr de uma vantagem no marcador de 2 golos, fruto da veia goleadora de Lisandro e de um grande trabalho colectivo da equipa, culminado com uma grande iniciativa individual de Tarik. Dou um relevo maior a estes primeiros 20 minutos, em relação ao restante jogo, porque foi, quanto a mim, o melhor momento do FC Porto nesta partida. Foi uma entrada a todo o gás, na estreia de Bolatti, que msotrou alguns bons pormenores, principalmente no capítulo do passe, a titular, nas partidas do campeonato.
No resto da primeira parte, o FC Porto continuou a mostrar um boa postura, a mostrar vontade em marcar mais golos e com um controlo absoluto do jogo. Mas já sem o ritmo dos primeiros 20 minutos.

Chegando a segunda parte, o ritmo do jogo baixou imenso, devido ao abrandamento nas transições ofensivas por parte do FC Porto. Importava gerir um jogo praticamente ganho, visto que o mais difícil estava conseguido e sem esquecer que haverá novo jogo já na sexta-feira contra o Belenenses. Dado este acontecimento, assisitu-se a uma melhoria na qualidade apresentada pelo futebol leixonenese, mas claramente a dar a ideia que seria mais consentido do que por mérito da equipa vinda de Matosinhos. Mas apesar desta melhoria, contra o FC Porto não basta esboçar a defesa, há que a materializar. Não o fizeram, fê-lo o FC Porto. Mais um golo de Lisandro a dar o 3-o final e então o jogo voltou, novamente, a ser de sentido único, com o FC Porto a mostrar que mais um golo era bem-vindo, mas verdade seja dita, sem se esforçar demasiado para isso. Também não era necessário, o jogo estava ganho, a vantagem no campeonato é confortável e mais batalhas se seguirão.

O árbrito teve alguns erros. Ao contrário do que os nosso tradicionais adversários querem tentar tornar verdade, foram erros para os dois lados. Se, por um lado, o primeiro golo de Lisandro é precedido de um lance em que ele domina a bola com a mão - cujo observação do facto requere inúeras repetições do lance e num ângulo não condizente com a posição do árbrito do encontro - por outro, ficou por assinalar uma grande penalidade sobre Quaresma. Curiosamente, este lance não é tão referido como o do Lisandro. As habituais coerências, que estamos por demais habituados, mas que nos tornam ainda mais fortes.

Lesão de Bosingwa a acompanhar nos próximos dias, embora não pareça nada de grave. De realçar a atitude do jogador e do departamento médico em não arriscar a continuidade do jogador em campo. Veio há pouco de uma lesão e todos são necessários para os jogos que se avizinham.

Também gostaria de deixar vincada a minha estranheza e desgosto por este jogo ser realizado a uma segunda-feira, sem o minímo respeito pelos adeptos. Principalmente com aqueles que compraram lugar anual no início de época. De certeza que estavam à espera de ir ao Dragão ao fim-de-semana e não após um dia de trabaho. Algo a rever.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Pontapé de Lucho contra o desperdício

Terceiro jogo do FC Porto na edição 2007/08 da UEFA Champions League, desta feita em França contra o líder do Grupo A, o Olympique Marselha. Um jogo em que faltou ao Porto a sorte que teve em Istambul, contra o Besiktas. Os melhores 30 minutos da época não deram em golo, por capricho do poste e do guarda-redes do Marselha, e o resultado acaba por saber a pouco.


Duas semanas e meia depois do seu último jogo, o FC Porto voltou aos relvados com um figurino bastante semelhante ao apresentado em Coimbra, frente à Académica. A única alteração foi a entrada do argentino Mariano Gonzalez para o lugar de Tarik Sektioui que por acaso, já não se encontra a cumprir o Ramadão. E os azuis-e-brancos entraram com tudo no jogo do Vélodrome. Em 20 minutos fizeram 6 remates, sendo que dois deles (por parte de Raúl Meireles) bateram no poste esquerdo da baliza de Mandanda. Foram os melhores trinta minutos do FC Porto na presente época. Nos derradeiros 15 minutos do primeiro tempo, o FC Porto recuou e o Marselha tentou chegar à baliza de Hélton mas nunca o conseguiu fazer com perigo.

Ao intervalo, Jesualdo Ferreira tirou um desinspirado Mariano González, que continua a não convencer, para fazer entrar Hélder Postiga. E a verdade é que o Porto voltou a entrar muito bem. Aos 46 minutos, Lisandro López com um grande cabeceamento obrigou Mandanda a mais uma excelente estirada e 4 minutos mais tarde, Hélder Postiga surgiu isolado na cara do guarda-redes do Marselha mas rematou ao lado. Mais duas grandes oportunidades, desperdiçadas pelos "alunos" do professor Jesualdo Ferreira. Alunos esses que deixaram de prestar atenção à "matéria" e que permitiram à equipa de Eric Gerets um crescimento no jogo que se traduziu em situações de perigo. E tanto cresceram que aos 69 minutos, Niang colocou os da casa em vantagem no marcador. Passe de Cissé que Niang emenda de forma subtil para o primeiro da noite. O Porto tinha razões para entrar em depressão mas recorreu ao mesmo "comprimido" de Istambul, Leandro Lima que trouxe alguma frescura e criatividade ao meio-campo portista. E aos 77 minutos, depois de Niang ter feito nova entrada a "pedir" cartão vermelho, Lisandro López foi travado em falta por Mandanda após passe genial de Lucho González. E foi o mesmo Lucho Gonzélez a transformar a grande penalidade em golo. Segundo golo de El Comandante na Champions League. Até ao fim do jogo, pouco mais há a destacar. O jogo acabou com um empate que sabe a pouco a um FC Porto que poderia ter dado um passo de gigante rumo aos oitavos-de-final, em virtude da derrota do Liverpool na Turquia.

Os azuis-e-brancos têm 5 pontos, menos dois que o Marselha, o primeiro classificado do Grupo A. Atrás estão Besiktas (3 pontos) e Liverpool (1 ponto). No dia 6 de Novembro, o FC Porto recebe o Olympique Marselha no Estádio do Dragão enquanto que o Liverpool tentará dar um pontapé na crise europeia ao receber o Besiktas em Anfield Road.

MVP:

Lucho González -> Que saudades que os adeptos tinham deste Lucho. Tem vindo a melhorar a cada jogo que passa e já consegue ser o Lucho de 2005/06 e dos primeiros meses de 2006/07. Pautou o jogo portista a meio-campo com recuperações, passes (alguns deles a deixar os companheiros em excelente posição) e culminou uma excelente exibição com um golo importantíssimo para a sua equipa. O terceiro na presente temporada, terceiro de grande penalidade. Que bom que é para o Porto ter toda a classe do Capitão ao seu dispor...

domingo, 14 de outubro de 2007

Marselha em análise

O próximo adversário do Futebol Clube do Porto para a Champions será a mediterrânica equipa de Marselha. Pelo seu historial e pelos nomes que apresenta a cada época é sempre uma equipa temível, a vitória europeia de 93 e os jogadores Andreas Köpke, Angloma, Didier Deschamps, Jean Tigana, Jean-Pierre Papin, Rudi Völler, Christophe Dugarry e Didier Drogba não estão tão longe da memória do adepto do futebol para serem esquecidos, mas os últimos anos e o início da actual temporada desportiva colocam sempre algumas dúvidas quanto ao valor colectivo da equipa e da sua capacidade de jogar no Vélodrome. O seu mau começo já provocou uma vítima - Albert Emon, que foi substituido por Eric Gerets no cargo de treinador principal e cria na equipa um novo espaço para a entrada de uma nova filosofia mais agressiva e, possivelmente, mais rigorosa e reaviva um "mito" numa cidade que nunca esqueceu outro belga - Raymond Goethals.A equipa do sul de França, neste verão, foi uma das protagonistas do mercado internacional ao conseguir vender Ribery por 26 milhões de euros, o que lhe permitiu manter a base do plantel e reforçar outros sectores da equipa - como, a compra definitiva do passe de Cissé e a aquisição de Zenden, os dois ao Liverpool.

Se nesta fase é uma incógnita sabermos como o Marselha vai jogar contra o Porto no dia 24 de Outubro também o será daqui a uma semana, tal é o pouco tempo de Gerets no Marselha (simplesmente dois jogos) e nesse período usou duas estruturas; se vai jogar num 4-5-1 ou num 4-4-2, só minutos antes do jogo saberemos. Por esse motivo o destaque irá recair na capacidade individual de alguns jogadores e em processos característicos da equipa.

Os processos atacantes laterais do Marselha contarão com a presença dos defesas Bonnart (ou Zubar) e Taiwo. A capacidade ofensiva destes jogadores dará grande profundidade ao Marselha, mas permitirá grandes espaços aos extremos do Porto tal é a dificuldade de desdobramento da equipa, o nigeriano (Taiwo) é o elemento mais perigoso desta zona, pela esquerda conseguirá chegar rapidamente ao ataque e os seus cruzamentos que provocarão maior vigilância à defesa portista, já a sua enorme aptidão ofensiva não será correspondida defensivamente dando sempre enormes espaços aos jogadores contrários. Para estes problemas, a equipa francesa reforçou a sua defesa com Givet e Faty, este último é um central jovem com grande capacidade no futebol aéreo, mas com problemas em velocidade. Neste sector o Porto contará, caso os mediterrânicos estejam num dia normal, com muitas ofertas e será importante a concentração em cada lance. Já os outros dois sectores, meio-campo e ataque, são os mais fortes da equipa - com Cana e o jovem génio francês Nasri a zona central ganha uma capacidade de passe difícil de bater, o albanês será o equilíbrio da equipa, muitas vezes demasiado preso ao jogo defensivo do que à criatividade ofensiva, mas quando se consegue soltar é de contar com um passe a isolar um dos avançados. Nasri, considerado por muitos o futuro Zidane, é um jogador de 20 anos capaz de trazer a bola consigo até ao ataque e de desequilibrar perto dos laterais adversários, deambulando de um lado para o outro, na forma como lê a partida e usa da sua velocidade será um pouco diferente da antiga estrela do futebol francês, mas ao 20 anos conseguiu o estatuto de principal estrela do Marselha, mesmo contando com Cissé. O sector mais atacante da equipa conta geralmente com Niang e Cissé, a sua capacidade de aproveitar os espaços e as costas das defesas torna-os temíveis do primeiro ao último minuto e qualquer partida controlada pelo adversário pode transforma-se numa vitória marselhesa em 5 segundos (dando sentido ao lema marselhês: «Droit au but»)

Post publicado também em: Sistema Esférico

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Eficácia deprimente

7 jogos, 7 vitórias, 7 pontos de avanço. Este início de campeonato tem sido deprimente, não porque o sucesso do FC Porto em si seja deprimente (pelo contrário...), mas porque a forma pouco convincente com que o clube vai vencendo todos os jogos é aparentemente suficiente para dominar a liga. Sem que haja qualquer tipo de emoção ou competição.



E foi mais um jogo deste género que se desenrolou esta noite em Coimbra. O FC Porto apresentou em campo o mesmo 11 que tem servido de base durante as últimas semanas: Hélton; Fucile, Bruno Alves, Stepanov e Bosingwa (Cech 33'); Paulo Assunção, Raúl Meireles e Lucho González; Quaresma (Adriano 78'), Tarik Sektioui (Leandro Lima 53') e Lisandro López. A Académica alinhou com Pedro Roma; Kaká, Orlando, Litos e Pedro Costa; Miguel Pedro (Vouho 84'), Pavlovic (Tiero 72'), N’Doye e Lito; Ivanildo (Hélder Barbosa 30') e Joeano.

A primeira parte começou com algum ascendente do FC Porto. Ricardo Quaresma era o homem em maior destaque (que surpreendente...), desequilibrando pelo flanco esquerdo mas raramente criando reais chances de perigo. A Académica tinha menos posse de bola, ocasionalmente também chegando lá à frente, mas sendo ainda mais inofensiva. Foi neste período talvez que Hélton teve mais trabalho durante todo o jogo – foi obrigado a desviar com os olhos dois remates mal direccionados.

À passagem do minuto 20, finalmente um safanão no jogo. Lisandro Lopez ganha na raça uma bola de cabeça, Quaresma leva também em esforço a bola à linha, atrai Pedro Roma para fora da baliza, e cruza rasteiro para Tarik Sektioui. Cara a cara com as redes desertas, o marroquino consegue uma proeza incrível: meter o calcanhar a bola, dando-lhe uma trajectória perpendicular à que deveria levar a bola à baliza. Pode-se já afirmar com toda a certeza que foi o falhanço do campeonato.

Não demorou muito o golo. 5 minutos depois, N’Doye carregou Quaresma na área com algum aparato, e gerou-se ainda mais aparato com os protestos dos jogadores da Académica. O fiscal-de-linha tinha dado erradamente o sinal de que a falta seria fora da área, e quando os jogadores da equipa da casa perceberam que o árbitro iria dar penalty, gerou-se a confusão. Pedro Roma encarregou-se de acalmar os colegas, e permaneceu impávido e sereno a meio da baliza enquanto Lucho González colocou a bola junto a um dos postes, na marcação do penalty. 1-0. Daí até ao intervalo, apenas houve a registar as lesões de Bosingwa e Ivanildo (jogador emprestado pelo FC Porto à Académica, que seria substituído por outro jogador na mesma situação, Hélder Barbosa), e mais dois lances de perigo – primeiro Hélton foi mesmo obrigado a intervir, antecipando-se com os pés a uma jogada perigosa do ataque da Académica, depois Tarik e Quaresma combinaram bem, desta vez sendo o marroquino a cruzar para Quaresma cabecear à figura de Pedro Roma.

Logo após o intervalo, ocorreu a única jogada que fez com que valesse a pena ver este jogo (ok, ok, o falhanço de Tarik também foi memorável): Cech, Quaresma, Lisandro e Lucho combinaram muito bem numa grande jogada colectiva, o médio argentino ficou frente-a-frente com o guarda-redes, mas permitiu a defesa. A partir daí, tivemos um jogo completamente desinteressante. O FC Porto foi experimentando novas opções tácticas, nomeadamente um 4-4-2 com Lisandro e Quaresma, e depois com Lisandro e Adriano – mas apesar de dominar a posse de bola, nunca mais incomodou Pedro Roma nem mostrou intenção de o fazer. A Académica ocasionalmente tentava jogar futebol, através das arrancadas de Hélder Barbosa (deixou a impressão que precisa ainda de crescer um pouco, mas sem dúvida no futuro irá ser um jogador muito útil ao FC Porto), e duma série de pontapés acrobáticos de Joeano.

No final, 1-0, vitória natural, sem grande esforço. O campeonato está muito, muito longe de estar decidido, mas assusta a forma como um FC Porto tão medíocre (apesar da sensação que a mediocridade neste jogo resultou da gestão de esforços) vai liderando o campeonato com 7 pontos de avanço sobre Sporting e Marítimo, e com o triplo dos pontos do 7º classificado. É principalmente culpa dos nossos adversários que têm estado francamente mal, mas a liga não está a sair particularmente prestigiada nesta edição. E até por outras razões que não são para aqui chamadas (arbitragens...).

Análise individual:

Hélton – saíu-se bem na única vez que teve de cortar um lance de ataque. Nunca teve que fazer uma defesa digna desse nome.

Bosingwa – pareceu estar mal desde o início, raramente interviu no jogo e saíu lesionado à meia-hora. Esperemos que não seja nada de grave, tem sido um jogador muito importante desde a última época.

Bruno Alves – o melhor da defesa, cortou muitas bolas pelo ar e pelo chão, principalmente na primeira parte.

Stepanov - não tão exuberante quanto o seu companheiro no centro da defesa, mesmo assim esteve bem. Viu um amarelo estúpido por protestos.

Fucile – foi hoje o pior do FC Porto. Fez uma série de passes muito maus para fora do campo, e teve grandes dificuldades em parar Hélder Barbosa.

Paulo Assunção – bom jogo. Cortou vários contra-ataques de forma bastante subtil, sendo útil à equipa e conseguindo evitar o cartão amarelo.

Raul Meireles – mostrou ter visão de jogo, ao se envolver frequentemente em tabelinhas e passes para a desmarcação de colegas. Nem sempre conseguiu executá-los da melhor forma.

Lucho González – jogo esforçado. Recuperava bolas que depois as perdia, e que depois as recuperava de novo - estava sempre em posição de se envolver na trapalhada do meio-campo. Marcou muito bem o penalty que deu a vitória, mas falhou uma grande oportunidade de bola corrida na marca de grande penalidade.

Quaresma – foi o típico Quaresma deste início de época, não fez muitos pormenores bonitos mas de vez em quando desequilibrava, os lances de ataque passavam quase sempre por ele, e foi ele que sofreu a falta que deu o penalty.

Tarik Sektioui – se esquecermos o falhanço, pode-se dizer que fez um jogo razoável, por um lado raramente dando a melhor execução técnica aos lances, por outro lado jogando sempre de forma objectiva e simples. Mas não dá para esquecer.

Lisandro – está-se a tornar um pouco repetitivo elogiar a atitude de empenho que ele mostra em campo, mas mais uma vez ele mostrou isso mesmo. Para ser uma grande exibição, só faltou o golo que ultimamente não lhe tem faltado.

Cech – esteve bem, principalmente em acções defensivas. Não brilhou, mas gostei do jogo que o eslovaco fez.

Leandro Lima – já vi melhores jogos do Leandro. Voltou a demonstrar a sua qualidade técnica, mas a insistência dos adversários em jogar duro sobre ele dificultou-lhe a vida.

Adriano – num lance ia conseguindo uma brilhante assistência de calcanhar para Leandro Lima. Noutro lance deitou um ataque perigoso a perder, com um domínio de bola muito mau. E foi tudo o que deu para ver do Adriano.

domingo, 7 de outubro de 2007

Estabilidade

Assim como há um "E" em Equipa há igualmente outro em Estabilidade.
A expressão "Em equipa vencedora não se mexe" nunca foi tão bem empregue como neste FCPorto do Professor Jesualdo Ferreira.


O mesmo Jesualdo que Mourinho e alguns portistas já apelidaram de "medroso", o mesmo Jesualdo que a época passada deu literalmente "um banho táctico" num estádio onde se canta "Jose Mourinhoo ... Jose Mourinhoo ...", o mesmo Jesualdo que a época passada, dias depois de completar 61 primaveras, se encontrava sentado numa sala cheia de jornalistas que massacravam as suas rugas com perguntas dignas do Codigo Da Vinci "Qual é o segredo, Professor?!", o mesmo Professor que respondia com um sorriso de orelha a orelha e uma lágrima ao canto do olho "O Segredo está na Estabilidade da Equipa.".
Pois é ... O Professor é tão "mouro" que até chora com as vitórias do Porto.
Sim ... este post é dirigido para todos os portugueses que são apologistas da doutrina extremamente portuguesa que diz "Uma vez por ano no treinador mexer ... dá saúde e faz crescer!".
Mas este post vale o que vale ... vale a minha opinião (e não dêm muita importancia às minhas opiniões ... eu sou o gajo que na manhã do dia em que o Izmailov marcou 2 golos tinha dito no epítoto da sua basófia que "Aposto que o único golo que o Izmailov vai marcar esta época é aquele patarrão na final da Taça ...") ... ah! e parece que uns clubezecos de nome Arsenal e ManUtd também não concordam lá muito com essa teoria do despedir treinadores só porque já se começam a ver os pêlos do nariz ...

Mas deixemos os pêlos do nariz do Jesualdo para serem discutidos em blogs menos sérios (sim Meirinho ... estou a fazer um pedido de desculpa extremamente mal dissimulado por só agora ter postado neste sério blog) ... Como estava a dizer ... vamos lá falar de outras coisas que o Professor mostra em campo.
Mostra Tarik durante 45 mins. Porquê?! Porquê?! Usam vocês uma expressão interrogativa bastante simples para igualmente dissimularem um "O *+-/.#$%"@ do Marroquino tá no Ramadão pá!" ... e o Jesualdo sorri e responde "Acabei de usar um Avançado rotinado e estável para cansar os defesas adversários durante 45 mins ... agora vai ser mais dificil para eles correrem atrás do Lima.".
Parece uma teoria absurda ... e provavelmente até é ... mas qualquer que seja a razão pela qual Jesualdo aposta no esfaimado por comida Tarik e não no esfaimado por bola Lima ... nesses 45 mins o Porto parece (desculpem ... é!) aquela equipa adulta que desde a entrada no novo milénio atingiu o estatuto de "Tubarão". E com esse mesmo estatuto vem a caça ... A motivação de um velhote em pescar um peixe gato ou um tubarão é completamente diferente ... O FCPorto é o actual bi-campeão nacional ... não precisa de arriscar e fazer experiencias no plantel ... não é o FCPorto que tem de se habituar a jogadores como o Leandro Lima ou o Mariano Gonzalez, mas sim eles que se têm que habituar ao jogo do bi-campeão nacional.

Peço desculpa porque disse "vamos lá falar de outras coisas que o Professor mostra em campo" e na realidade só falei duma ... e mesmo o exemplo que escolhi para caracterizar o jogo de Jesualdo não é o que melhor espelha o trabalho do Professor dentro e fora das 4 linhas. Passo desde já a dizer qual é o mérito: Vendemos Pepe e falou-se em holocausto defensivo ... Já repararam que somos uma das defesas mais fortes que se vê por essa Europa fora? Não estou a falar em termos de jogadores ... aliás ... isso é o que torna a situação ainda mais estranha e meritória ... desde a saída de Pepe, já passaram por aquela imaculada linha Pedros Emanueles, Joãos Paulos, Stepanovs, Guardas-Redes suplentes e até Cechs, e mesmo assim há ali qualquer coisa naquela defesa que transmite segurança ... se calhar estou a sobrevalorizar um colectivo e esqueço-me da presença que é o Bruno Alves ... mas não era o Bruno Alves aquele gajo que trincava orelhas e dava cabeçadas em Nunos Gomes? Perdão... esse era o Mike Tyson ... o Bruno Alves lembro-me de ter ouvido falar dele pela 1ª vez num jornal ... dizia qualquer coisa como isto "Jesualdo Ferreira acompanha individualmente Bruno Alves nos treinos e parece recair neste a escolha do tecnico para o proximo jogo...".

Jesualdo Ferreira é um treinador defensivo. É um facto. Assim como é um facto que se o Porto vender o Quaresma e não encontrar um craque que o substitua (sim! porque nós tivemos um valente paio que na transferencia do Deco viesse o Quaresma) vamos ficar na penumbra uns tempos.
Mas isso não me exalta o nervo ... porque o Quaresma ainda é jogador do Porto e da última vez que vi ... as equipas bem sucedidas são aquelas que acentam na coesão defensiva ... Grecia (campeã da Europa), Italia (campeã do Mundo), Milan (campeão de muita m***a).


PS: Olá! Sou o C.Filipe ... tenho 19 anos e gosto de ver voleibol feminino e tenho a mania de usar muitas reticências...

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

90+2': Quaresma gela o inferno de Istambul

A esperança esmorecia. Trinta mil almas outrora furiosas faziam já menção de abandonar o Inonu, palco de uma contenda equilibrada entre Besiktas e FC Porto, quando, em cinco meros toques, os Bi-Campeões portugueses expiraram um último fôlego para derrubar à traição um adversário que se havia já conformado com o nulo. Quaresma, herói de muitas batalhas, viu-se abençoado pela fortuna, guiando os Dragões à inestimável recompensa devida àqueles que, visitando o inferno, sobrevivem para contar a história.


A toada das últimas partidas persistiu na noite amena da cosmopolita capital turca, teimando a turma de Jesualdo Ferreira numa abordagem segura e calculista, desta feita sublinhada por cuidados redobrados face a um oponente que faz do factor casa o seu maior aliado. O figurino menteve-se, esquematizando-se o FC Porto em 4-3-3, onde foi evidente a diminuição física de Fucile, regressado de paragem, e Tarik, ainda a cumprir o Ramadão.
Talvez intimidados pela temível atmosfera nas bancadas, os Portistas entraram vacilantes, numa postura que não se dissipou até ao intervalo. Ainda que controlando o jogo, os visitantes concediam inesperadas facilidades nos lances de bola parada, obrigado o guardião Hélton a exibir-se ao mais alto nível a fim de manter as suas redes invioláveis. Do outro lado, era Meireles quem ameaçava com relativo perigo por intermédio de remates de longa distância, carrilando-se todo o jogo ofensivo pelo flanco esquerdo, onde, sozinho, Quaresma lutava contra vários adversários, desapoiado por Fucile e carecendo de soluções de passe face à inércia de Tarik e à desinspiração de Lisandro e Bosingwa. Era um Porto de contra-ataque, à procura de castigar ao máximo os erros do Besiktas tal como sucedera em Moscovo e Hamburgo na campanha anterior da Champions.
O interregno alterou o curso dos acontecimentos. Mesmo sem recorrer a substituições, Jesualdo foi capaz de conferir aos Dragões um pouco mais de acutilância, espraiando definitivamente a contra-ofensiva mediante transições rápidas e venenosas que Meireles, Quaresma e Adriano foram sucessivamente desperdiçando.
Foi já ao cair do pano, depois de novo ameaço turco a que Hélton superiormente correspondeu, que, numa jogada em que o coração pesou tanto como a cabeça, Ricardo Quaresma aproveitou um remate falhado de Lucho Gonzaléz - nova exibição pouco exuberante, ainda que influente, do capitão - para oferecer os primeiros três pontos aos azuis-e-brancos na edição 2007/08 da Liga dos Campeões.

O FC Porto ocupa agora a segunda posição do seu grupo, com dois pontos de atraso para o Marselha e três de avanço sobre o Liverpool. Esta vitória constituiu a terceira consecutiva dos Bi-Campeões fora de portas no âmbito da fase de grupos da Liga Milionária bem como a oitava partida consecutiva sem conceder golos aos seus oponentes.

Onde quer que ele esteja, esta vitória é dedicada a Frederico Barrigana, lendário guarda-redes do Futebol Clube do Porto, falecido há poucos dias. A sua memória pesou certamente na mente de todos os Portistas. Que descanse em paz.

domingo, 30 de setembro de 2007

O Xeque-Mate do Licha

Seis vitórias em seis jogos. Eis o percurso, até ao momento, do Futebol Clube do Porto neste campeonato. No dérbi da Invicta, os comandados de Jesualdo Ferreira vingaram a eliminação da Taça da Liga aos pés do Fátima. Lisandro voltou a ser decisivo e já leva 6 golos em apenas 5 jogos. Na época passada, marcou 7 em 26 jogos. Sintomático...


Depois da revolução operada no onze inicial em Fátima, o Dragão voltou a jogar com os seus artistas habituais. Helton voltou à baliza depois de 5 jogos de ausência, Stepanov fez a sua estreia a titular para o campeonato e Tarik voltou ao onze apesar das evidentes dificuldades físicas provocadas pelo Ramadão.
Os azuis-e-brancos entraram em campo sabendo do empate no dérbi lisboeta e portanto, já sabiam que uma vitória deixaria Sporting e Benfica a 7 e 8 pontos da liderança, respectivamente. E a verdade é que o Porto mostrou que queria resolver as coisas cedo. Aos 4 minutos, Carlos não consegue agarrar um livre cobrado por Quaresma e Lisandro com a baliza aberta envia a bola para as nuvens. Apenas 11 minutos depois, uma espécie de repetição. Quaresma bate o livre, Carlos não agarra a bola, esta sobra para Lisandro que desta vez não desperdiça e coloca o FC Porto em vantagem. Após o golo, o FC Porto adormeceu à semelhança do que tem acontecido nos últimos jogos. Mas o Boavista não aproveitou e o resultado manteve-se inalterado até ao intervalo.

Para o segundo tempo, entrou Leandro Lima em detrimento do desgatado Tarik Sektioui. Mas a verdade é que ainda ninguém avisou Jesualdo Ferreira que o médio brasileiro é um número 10 e não um extremo.
Quanto ao jogo, tudo na mesma, o Porto não acordou durante o intervalo e continuava a dar espaços aos jogadores do Boavista. Esporadicamente, criava perigo como aconteceu aos 67 minutos com Raúl Meireles a rematar com força mas ao lado da baliza de Carlos. 3 minutos depois, Bangoura trabalha bem, entra na área mas remata fraco para as mãos de Helton. O público do Dragão não gostou e assobiou. Mas apenas 6 minutos depois, o público do Dragão ia afastar o sono imposto pelo enfadonho estilo de jogo da equipa e iria festejar o golo da tranquilidade. Segundo do Porto e o segundo de Licha. Cruzamento de Cech ao encontro de Lisandro que dominou e não teve contemplações na hora de acabar com o jogo. Até ao apito final de Artur Soares Dias, pouco mais há a destacar.

Com esta vitória, o FC Porto tem o melhor arranque de campeonato desde 1990/91 e já leva uma excelente vantagem sobre os seus rivais directos. O que todos os portistas esperam é que a equipa tenha aprendido com os erros do passado e que não volte a desperdiçar uma vantagem confortável como fez na época transacta.

MVP:

Lisandro-> Últimos 3 jogos para o campeonato, 5 golos marcados pelo FC Porto, 5 golos marcados por Lisandro López. E está tudo dito no que toca à importância do avançado argentino no excelente início de época. Mas a verdade é que Lisandro não é apenas um goleador. Para além de marcar, corre, assiste e dá tudo em todas as jogadas. Está em grande forma e pela amostra, não está com vontade de abrandar o ritmo.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

O Milagre de Fátima

Ontem assistimos a uma das piores exibições do Porto nos últimos tempos. Foi um jogo totalmente desinspirado e até constrangedor por parte do bicampeão Nacional depois de um arranque histórico de Temporada. Jesualdo e a sua turma voltaram a menosprezar um adversário menor, dando a entender que a Taça da Liga não é uma competição que interesse minimamente.



Jesualdo apresentou, algo surpreendentemente, 7 reforços no onze inicial: Stepanov, Lino, Kaz, Bollatti, Leandro Lima, Mariano Gonzalez e Farias transitando ainda os recentemente titulares Nuno, Fucile e João Paulo e ainda um ex júnior: Rui Pedro; encaixados no habitual 4-3-3. Foi, contudo, muito infeliz nessa opção. Logo nos primeiros minutos notou-se um Porto lento, sem ritmo, a fazer lembrar a pré época, e um Fátima ultramotivado, muito acutilante, sobretudo pelo lado direito, com Marco Airosa e Saleiro a fazer estragos. Por aqui se via que a defesa iria ter muitos problemas. Lino continua a mostrar porque nem nos convocados tem entrado.
Da parte do Porto, na apatia geral, sobressaiu Leandro Lima que tentava pegar no jogo, mas estava constantemente marcado e sem apoio. No ataque, Rui Pedro mostrou que pode ser uma boa aposta de futuro, empenhado e mostrando alguma habilidade.
Chegava-se assim ao fim da primeira parte, com um nulo constrangedor para o Porto, mas justificado pelo Fátima, sempre atrevido e bem organizado.

Na 2ª parte, saíram Kazmierckzack, que pouco jogou , além de dois remates relativamente perigosos, parece-me cada vez mais que não tem categoria suficiente para ser utilizado com assiduidade; e Rui Pedro, entrando para os seus lugares Marek Cech e o regressado Adriano. O Porto mudou assim o seu esquema táctico, para um 4-4-2 losango com Bollati e Leandro a manterem-se nos vértices defensivo e ofensivo, com Cech e Mariano nos flancos. Estas alterações provocaram um ligeiro melhoramento na qualidade e velocidade de jogo do Porto, com Leandro Lima, logo a a abrir, a estoirar a barra da baliza defendida por Pedro Alves. O Fátima, agora mais em contra-ataque não deixou de incomodar, e à passagem dos 60 minutos criou 2 situações de perigo iminente, com Nuno e Stepanov, o melhor na defesa, a oporem-se com eficácia. Edgar rendeu Farias, muito inadaptado e ainda muito longe do que produziu na Argentina, protagonizando logo uma grande situação, dominando a bola de forma excelente e rematando de primeira. Parece-me que tem melhorado neste inicio de época e merece ser opção regular. Com o aproximar do fim, a equipa ? do Porto foi incapaz de resolver o jogo a seu favor e foi com naturalidade que se chegou aos penalties. Aqui, a história não foi diferente, os jogadores pareciam indiferentes ao desfecho dos acontecimentos, tanto que os falhanços de Lino e Mariano (ainda bem que não foi comprado!) pareceram completamente displicentes. O Fátima passou assim à fase de grupos, no dia mais glorioso da sua história.

Em conclusão, fica mais uma vez evidente a falta de capacidade motivadora de Jesualdo, assim como a desequilibrada gestão do plantel, é incompreensível como lança os jogadores menos utilizados de uma só vez, sem manter pelo menos um elemento habitualmente titular no meio campo. Isto criou uma tremenda falta de entrosamento, sem desiquilíbrios, aliada a uma brutal inoperância dos ditos “reforços”, que naturalmente condenou o jogo a um marasmo por demais evidente. Contudo, o principal problema foi a atitude pouco profissional da equipa, que envergonha e ultraja todos os adeptos que presenciaram e assistiram à partida. Mais uma vez, o fantasma “atlético” voltará a pairar no Dragão.


domingo, 23 de setembro de 2007

Lichado

O FC Porto soma a sua quinta vitória no campeonato em cinco jogos, após uma complicada vitória sobre o Paços de Ferreira na Mata Real por dois golos sem resposta. O Bi-Campeão Nacional continua assim, líder isolado na classificação.

Num campo tradicionalmente difícil para o F.C. Porto os azuis e brancos demonstraram com uma boa atitude que o objectivo do Tri-Campeonato está a ser encarado com unhas e dentes do primeiro ao último jogo da competição.

O F.C. Porto chegou à vantagem bem cedo, aos 11 minutos, após um lance de insistência de Bruno Alves, que de forma fantástica cruza da esquerda para Lisandro que por sua vez controla e fuzila, de primeira, o guarda-redes Peçanha. Aos 67 minutos, o avançado argentino bisou e resolveu a partida, com assistência de Leandro Lima.

Durante o encontro destaque para uma segurança defensiva o quanto baste, mas longe de ser satisfatória. Um meio campo musculado, que esteve bem neste jogo frenético. Ricardo Quaresma voltou a estar de novo em evidência, não só pelo seu trabalho ofensivo como também pelo defensivo. Mas o Homem do Jogo foi inquestionavelmente Lisandro López. O argentino bisou e transmitiu durante todo o jogo uma imensa garra à equipa. Quanto a caras menos frequentes:


João Paulo continua a procura da melhor performance, mas já dá mostras de querer fazer uma dupla sólida com Bruno Alves.

Na baliza, Nuno esteve sempre seguro e concentrado.

Razoável exibição de Edgar que teve o seu momento alto numa flagrante ocasião de golo, onde um grande cabeceamento foi sacudido para canto, de forma exemplar, por Peçanha. Fora este lance, evidenciou clara facilidade no jogo aéreo e espírito batalhador.

Bolatti entrou em campo para render Raúl Meireles e cumpriu bem a sua função, não só a defender como ainda teve tempo para lançar de forma rápida um ataque (que poderia ter sido perigoso não fosse alguma falta de entendimento entre Ricardo Quaresma e Leandro Lima)

E este último, Leandro Lima, continua a ambientação ao futebol português (embora o jogo não tivesse sido o melhor para as suas características). Anderson também sentiu inúmeras dificuldades na época transacta.


Concluindo, o F.C. Porto continua a vencer e a somar pontos que na época passada não conseguira. A 13 de Maio de 2007 o F.C. Porto empatou na Mata Real, adiando para a jornada seguinte, no Dragão, a conquista do Bi-Campeonato. Nessa altura perdera dois pontos, hoje não deixou escapar nenhum. Nesta jornada conseguiu também distanciar-se dos mais directos concorrentes pois ambos empataram. O Sporting encontra-se agora a 5 pontos e o Benfica a 6 pontos.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Pacto de não-agressão

O Porto iniciaria a Champions deste ano com um enorme peso, o de não vencer o jogo inaugural há 4 épocas (três últimos em casa). Já os reds tentavam o vencer pela primeira vez uma equipa portuguesa no actual formato da Liga dos Campeões e ganhar na invicta, algo que nenhuma equipa inglesa tinha conseguido quando o adversário se veste de azul e branco. Para isso, o Liverpool entraria com Pepe Reina; Arbeloa, Finnan, Hyypia e Carragher; Mascherano, Gerrard, Pennant e Ryan Babel; Torres e Kuyt. Por sua vez, os Dragões jogariam com a mesma equipa da última jornada do campeonato, à excepção de Fucile que entrava no lugar de Marek Cech.

Que o jogo foi pobre, qualquer adepto que saiu do Dragão não terá dúvidas, mas se se perguntar, se elas existem quanto à capacidade das equipas para darem mais, essas assaltam-nos a mente. De tal forma que, aquele que deve ser o primeiro objectivo de um onze quando entra em campo passou ser o segundo ou o terceiro. Um Liverpool que fez com que Shankly e Paisley se revirassem na tumba, tal foi a forma catenacciana de jogar. Já o Porto que pouca velocidade mostrou, foi quase sempre incapaz de transpor as duas linhas defensivas do Liverpool e a situação até piorou (inexplicavelmente) quando se viu em superioridade numérica.

Na etapa inaugural, o clube da invicta entraria determinado a fazer rapidamente o primeiro tento na partida, resultando num remate perigoso de Lisandro, após uma intercepção de bola de Ricardo Quaresma e mais tarde na efectivação dessa vontade por Lucho de grande penalidade, sofrida por Tarik Sektioiu. O domínio era tal que oito minutos feitos de jogo a vantagem justificava-se, mesmo assim, após erro defensivo, o Liverpool chegaria ao empate. Após o golo inglês, ficariam a faltar 30 minutos para o intervalo, mas os dragões seriam incapaz de responder - não por falta de bola, mas por incapacidade de a fazer jogável, tal era o nervosismo na troca e a inutilidade da lateral. Neste período destacavam-se pela negativa os 4 elementos das alas, em especial os portugueses Bosingwa e Quaresma.

A segunda-parte recomeçaria sem nenhuma alteração do lado portista e a equipa voltava desejosa da vitória, mas seria de pouca dura. A expulsão de Pennant, após duplo-amarelo, condicionaria os reds e, inexplicavelmente, o Futebol Clube do Porto. A segurança foi tal que os jogadores portistas não sentiram necessidade de garantir a vitória - já que o empate estaria afiançado - e de um momento para o outro as duas equipas fizeram um pacto de não-agressão. Se esta posição seria compreensível do lado inglês, já do português é enigmático.

O jogo seguiria para o fim e o má qualidade acentuava-se, especialmente após as trocas feitas por Jesualdo - se a entrada de Mariano González se compreende, já a sua colocação no meio-campo é incompreensível, tão incompreensível como ter Ernesto Farías como única opção no banco e não se percebe como o Porto (satisfeito, certamente) acabou o jogo só com duas substituições e que Kazmierczak não tenha entrado, após sucessivos cantos e livres.

Como argumento dos jogadores e do treinador, temos o empate e uma forma mais ou menos idiota, que se esconde no pragmatismo, de olhar para este resultado - é certo que não põe em causa a qualificação e que a equipa empatou com o principal candidato ao primeiro lugar do grupo, mas não será igualmente certo que, no ano passado quando encontramos o Chelsea arrependemo-nos de ter empatado com o Arsenal e com o Chelsea, não é verdade que a eliminatória se podia ter decidido no Dragão?!

domingo, 16 de setembro de 2007

Falta raça, falta querer.

FC Porto soma a 4ª vitória no campeonato em quatro jogos, após vitória sobre o Marítimo por 1-0 e é líder isolado. Bom reultado, exibição fraquíssima.

A vitória do FC Porto é um facto a destacar e saudar mas começa a ser deveras preocupante a bitola exibicional esta época. Os jogadores parecem arrastar-se em campo e o treinador não dá ares de saber motivar a equipa.

Ontem assistiu-se uma vez mais a isso mesmo. Exibição fraquíssima, com excepção dos primeiros minutos. Situação que se agravou após a marcação do golo. Os jogadores denotavam conformação com o perigoso resultado que se verificava, o treinador dá a entender estar contente também. Só assim se consegue compreender a anulação da entrada em campo de Leandro Lima no momento do golo. Claramente uma falta de ambição gritante.
O único jogador que mostrou uma raça à FC Porto iniciou o período do Ramadão, cumprindo com as regras vigentes da sua religião. O que poderá ser preocupante, já que lhe poderá retirar o fulgor que vem apresentando. Um eventual cansaço é a única razão que se consegue descortinar da sua saída ao intervalo.

Restou-nos a alegria do golo, porque quase tudo o que veio a seguir foi mau demais. Falhas defensivas gritantes, que o Liverpool não as perdoará, desleixo no passe, falta de motivação nos cortes, falta de vontade em fazer pressão a todo o campo. Mau demais. E só não foi tudo mau porque ao menos vimos um pouco de Leandro Lima e deu para verificar a qualidade que ele pode trazer ao nosso futebol.

Coisa que não consigo entender é a falta de aposta no Edgar. Chegou logo no início e não tem oportunidades. Postiga que esteve para ser dispensado, quando foi necessário jogou. Farias, que esteve lesionado, faz uns treinos durante esta semana e joga à primeira oportunidade. Não é, no meu entendimento, assim que se motiva um plantel.

Parece-me faltar no balneário, por exemplo, um Vítor Baía. Pedro Emanuel está lá, mas nos últimos jogos não participou e isso notou-se na atitude e na entrega.
Falta raça, falta querer. Não é isso que o povo portista está habituado. À atenção de Jesualdo mas sobretudo de Pinto da Costa.

Boa sorte para o jogo contra o Liverpool. Mas façam-no com mais raça e com mais querer. É isso que nos dá orgulho em ser portistas.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Vitória gorda em jogo morno

O FC Porto jogou este noite em Leiria, no Estádio Dr. Magalhães Pessoa contra o União local, e garantiu a 3ª vitória para o campeonato esta época, por 3-0. Este jogo vinha na sequência da visita ao Municipal de Braga e à recepção ao Sporting, como parte de um início de calendário muito complicado, que não impediu no entanto o FC Porto de somar todos os 9 pontos possíveis até ao momento.



A antevisão do jogo gerou alguma polémica, por o União ter pedido o adiamento da partida devido a ter jogado em Israel esta semana, e o FC Porto ter recusado este pedido, com base no período de descanso entre a partida em Israel e este jogo estar dentro do permitido pelos regulamentos. Outro assunto que dominou as atenções antes do jogo foi as lesões de Hélton e Pedro Emanuel, que levou a que Jesualdo Ferreira apostasse em Nuno e João Paulo (e não Stepanov) como titulares. Sendo assim, o Porto alinhou com a seguinte equipa: Nuno; Fucile, Bruno Alves, João Paulo e Bosingwa; Paulo Assunção (Leandro Lima 70'), Raúl Meireles e Lucho González; Quaresma, Tarik Sektioui (Mariano González 65') e Lisandro López (Edgar 75'). O Leiria jogou com: Fernando; Éder, Bruno Miguel, Laranjeiro, e Éder Gaúcho; Lukasiewicz (João Paulo 51'), Faria (Toñito 82') e Tiago; Ngal (Cadu 48'), Sougou e Paulo César.

Logo ao abrir do jogo (aos 3 minutos) houve um lance polémico: Bosingwa introduziu a bola na baliza de Fernando, a passe de Bruno Alves, mas o lance foi erradamente anulado pela equipa de arbitragem que considerou que Bruno Alves estava em fora-de-jogo. O FC Porto no entanto não baixou os braços e era a equipa que causava mais situações de perigo, mas sempre num ritmo muito lento e com os principais criadores de perigo muito desinspirados. Conforme a 1ª parte decorria a equipa ia cada vez mais descendo de produção, e o Leiria chegou a incomodar Nuno com um cabeceamento perigoso de Sougou, mas o FC Porto marcou o primeiro golo no momento em que apresentava menos produção atacante: no minuto 36, através de Tarik Sektioui, que recebeu dentro da área a bola no peito e ainda teve tempo para a desviar para o fundo das redes, após centro de Quaresma.

De novo logo no re-início do jogo, mais uma jogada polémica do qual resultou o 0-2: um livre é mal marcado por Quaresma, e Bruno Alves insiste na jogada, indo à linha cruzar para o cabeceamento vitorioso de Lisandro Lopez. No entanto, as imagens parecem indicar que a bola já tinha ultrapassado a linha de fundo no momento do cruzamento, e desta vez nada foi assinalado pela equipa de arbitragem, que "corrigiu" assim o erro da 1ª parte com novo erro. Este golo desanimou muito a equipa de Leiria, que até ao fim do jogo nunca mais iria criar perigo, e o FC Porto dominou completamente a 2ª parte, chegando mesmo ao terceiro golo no minuto 64 através de João Paulo, que se antecipou aos adversários ao 1º poste após livre de Quaresma (desta vez bem apontado!), cabeceando para o 0-3. Este golo matou completamente o jogo, que se arrastou em ritmo lentíssimo até ao fim, havendo tempo para Jesualdo lançar em campo os reforços Mariano Gonzalez, Leandro Lima e Edgar, e para o FC Porto desperdiçar mais um par de boas oportunidades, com Meireles isolado a permitir a defesa de Fernando, e Mariano González a fazer o mesmo já perto do fim do jogo.

No final, vitória por 3-0, indiscutivelmente merecida, mas este esteve longe de ser um jogo entusiasmante, dado que a prestação na 1ª parte não foi convincente (embora tenha sido eficaz), notando-se até uma excessiva calma na organização de jogadas atacantes; e na 2ª parte o Leiria claramente baixou os braços, deixando espaço para o FC Porto se afirmar como a única equipa em campo. Mas o que conta é o resultado e os 3 pontos, que somam aos outros 6 conquistados anteriormente, e continuamos a liderar o campeonato a par com o Marítimo.

Análise individual:

Nuno - defendeu um remate perigoso de Sougou, e no final do jogo um par de remates de longe bastante inofensivos. Não teve que intervir mais.

Fucile - algo inconstante a defender face a Ngal, tendo sido ultrapassado pelo camaronês algumas vezes e obrigado a cortes no último momento após ter ido de primeira contra a finta do extremo. Depois de lesionar o adversário (num lance em que não parece ter qualquer intenção de o fazer), nunca mais teve problemas. A atacar esteve bem, e obrigou a que cometessem sobre ele algumas faltas perigosas.

Bruno Alves - vários cortes importantes, antecipou-se aos adversários sempre que necessário, mostrou ser o líder da defesa. Mostrou iniciativa atacante nos 2 lances polémicos da partida. Exibição sem nada a apontar.

João Paulo - nunca comprometeu lá atrás, e na 2ª parte teve oportunidade para criar perigo em 2 lances de bola parada, marcando golo num deles. Aposta ganha por parte de Jesualdo Ferreira para este jogo, o ex-leiriense convenceu-me, parece-me ser boa alternativa a Pedro Emanuel. Resta saber o que vale Stepanov.

Bosingwa - subiu pouco na 1ª parte, talvez para se precaver da velocidade do perigoso Sougou - certo é que a velocidade deste nunca apareceu em jogo. Na 2ª parte foi aos poucos aparecendo mais no jogo, e terminou como o maior desequilibrador da equipa.

Paulo Assunção - fez bem as compensações da defesa, embora parece-me que é ele que está a marcar (mal) Sougou no único lance de perigo do Leiria na partida. Saiu quando já não precisávamos de um trinco em campo.

Raul Meireles - muito certo no passe e empenhado. Nos primeiros minutos era o jogador que mais se destacava, depois desapareceu um pouco, mas de novo na parte final esteve em evidência, tentando por várias vezes o remate de longe, mas falhando uma ocasião em que esteve isolado frente ao guarda-redes.

Lucho González - começou o jogo organizando o jogo de uma posição estranhamente muito recuada na qual não conseguia fazer a diferença, depois na 2ª parte tentou uma série de aberturas para desmarcar os seus colegas do ataque - e algumas foram bem sucedidas. Terminou o jogo a fazer de falso Paulo Assunção. Boa exibição do argentino.

Quaresma - muito desinspirado, falhou inúmeros livres e cantos, quase nunca conseguiu desequilibrar, mostrou-se muito longe da forma ideal. E mesmo assim acertou em 2 lances, fazendo 2 assistências, sendo assim mais uma vez decisivo para o clube. Quantos jogadores conseguem fazer a diferença mesmo jogando mal?

Tarik Sektioui - com o volume de jogo todo na ala esquerda, com o objectivo de aproveitar o talento de Quaresma, a bola muito poucas vezes lhe chegava à direita. Quando lá chegou, marcou golo com muita calma e frieza. Acabou por ser eficaz quando foi necessário, o marroquino continua surpreendentemente a justificar o lugar no 11.

Lisandro López - muito aguerrido, não deu descanso aos adversários como é seu hábito, recuperando bolas que muitos avançados não recuperam. E marcou um golo, que é o que se pede a quem joga a ponta-de-lança. No entanto, foi apanhado demasiadas vezes em fora-de-jogo.

Mariano González - voltou a não entrar bem no jogo, não conseguiu criar perigo e falhou ainda uma boa oportunidade para marcar golo. Ainda é cedo para considerá-lo um "flop", mas até ao momento tem estado abaixo das expectativas.

Leandro Lima - tentou dar ritmo a um jogo que estava morto. Voltou a mostrar bom toque de bola, rapidez de execução e visão de jogo.

Edgar - teve pouco tempo para mostrar o que vale, das poucas vezes que tocou na bola combinou bem com os colegas de equipa.