domingo, 14 de outubro de 2007

Marselha em análise

O próximo adversário do Futebol Clube do Porto para a Champions será a mediterrânica equipa de Marselha. Pelo seu historial e pelos nomes que apresenta a cada época é sempre uma equipa temível, a vitória europeia de 93 e os jogadores Andreas Köpke, Angloma, Didier Deschamps, Jean Tigana, Jean-Pierre Papin, Rudi Völler, Christophe Dugarry e Didier Drogba não estão tão longe da memória do adepto do futebol para serem esquecidos, mas os últimos anos e o início da actual temporada desportiva colocam sempre algumas dúvidas quanto ao valor colectivo da equipa e da sua capacidade de jogar no Vélodrome. O seu mau começo já provocou uma vítima - Albert Emon, que foi substituido por Eric Gerets no cargo de treinador principal e cria na equipa um novo espaço para a entrada de uma nova filosofia mais agressiva e, possivelmente, mais rigorosa e reaviva um "mito" numa cidade que nunca esqueceu outro belga - Raymond Goethals.A equipa do sul de França, neste verão, foi uma das protagonistas do mercado internacional ao conseguir vender Ribery por 26 milhões de euros, o que lhe permitiu manter a base do plantel e reforçar outros sectores da equipa - como, a compra definitiva do passe de Cissé e a aquisição de Zenden, os dois ao Liverpool.

Se nesta fase é uma incógnita sabermos como o Marselha vai jogar contra o Porto no dia 24 de Outubro também o será daqui a uma semana, tal é o pouco tempo de Gerets no Marselha (simplesmente dois jogos) e nesse período usou duas estruturas; se vai jogar num 4-5-1 ou num 4-4-2, só minutos antes do jogo saberemos. Por esse motivo o destaque irá recair na capacidade individual de alguns jogadores e em processos característicos da equipa.

Os processos atacantes laterais do Marselha contarão com a presença dos defesas Bonnart (ou Zubar) e Taiwo. A capacidade ofensiva destes jogadores dará grande profundidade ao Marselha, mas permitirá grandes espaços aos extremos do Porto tal é a dificuldade de desdobramento da equipa, o nigeriano (Taiwo) é o elemento mais perigoso desta zona, pela esquerda conseguirá chegar rapidamente ao ataque e os seus cruzamentos que provocarão maior vigilância à defesa portista, já a sua enorme aptidão ofensiva não será correspondida defensivamente dando sempre enormes espaços aos jogadores contrários. Para estes problemas, a equipa francesa reforçou a sua defesa com Givet e Faty, este último é um central jovem com grande capacidade no futebol aéreo, mas com problemas em velocidade. Neste sector o Porto contará, caso os mediterrânicos estejam num dia normal, com muitas ofertas e será importante a concentração em cada lance. Já os outros dois sectores, meio-campo e ataque, são os mais fortes da equipa - com Cana e o jovem génio francês Nasri a zona central ganha uma capacidade de passe difícil de bater, o albanês será o equilíbrio da equipa, muitas vezes demasiado preso ao jogo defensivo do que à criatividade ofensiva, mas quando se consegue soltar é de contar com um passe a isolar um dos avançados. Nasri, considerado por muitos o futuro Zidane, é um jogador de 20 anos capaz de trazer a bola consigo até ao ataque e de desequilibrar perto dos laterais adversários, deambulando de um lado para o outro, na forma como lê a partida e usa da sua velocidade será um pouco diferente da antiga estrela do futebol francês, mas ao 20 anos conseguiu o estatuto de principal estrela do Marselha, mesmo contando com Cissé. O sector mais atacante da equipa conta geralmente com Niang e Cissé, a sua capacidade de aproveitar os espaços e as costas das defesas torna-os temíveis do primeiro ao último minuto e qualquer partida controlada pelo adversário pode transforma-se numa vitória marselhesa em 5 segundos (dando sentido ao lema marselhês: «Droit au but»)

Post publicado também em: Sistema Esférico

1 comentário:

Anónimo disse...

Um jogador não faz a equipa, mas a indisponibilidade do Nasri pelos franceses é um ponto a nosso favor!