segunda-feira, 30 de abril de 2007

Stickada para a História

Após derrubar todos os obstáculos, o Olimpo do Hóquei em Patins português guarda agora lugar de maior destaque para o Futebol Clube do Porto, primeiro emblema a arrecadar uma sequência de seis campeonatos consecutivos para, assim, consolidar o estatuto de melhor formação lusa da actualidade.




Implacáveis, os dragões foram marcando a diferença para a concorrência ao longo da temporada, dominando com brio a época regular e culminando autoritariamente a fase de playoffs, onde suplantaram sem dificuldade o SL Benfica mediante o concludente registo de três vitórias sem resposta.
É o culminar de um ciclo para o plantel azul-e-branco, do qual se despedirão Pedro Gil e Reinaldo García, dois atletas de eleição e extrema dovoção ao clube. O natural destaque que a sua partida merece não esbate o incomensurável mérito de toda uma equipa guerreira e de um conjunto de grandes dirigentes encabeçados por Ilídio Pinto e Pinto da Costa.
Com o décimo-sexto título nacional renova-se a esperança de que a chama do dragão nesta modalidade se estenda por muitos anos mais.


Edo Bosch
Nelson Filipe
Filipe Santos
Reinaldo Garcia
Ricardo Figueira
Pedro Moreira
Reinaldo Ventura
Emanuel Garcia
Pedro Gil
Jorge Silva

Treinador: Franklim Pais.


Obrigado!

domingo, 29 de abril de 2007

Passo em Falso

O F.C. Porto deste sábado à noite apresentou-se como um F.C. Porto desorganizado, desorientado e principalmente cansado.

Durante 90 minutos o Estádio do Bessa assistiu a um bom jogo de futebol. Um jogo enérgico, emotivo e desesperante a todo o momento.

Durante os primeiros 10 minutos as equipas foram-se encaixando, perspectivando um encontro difícil para o F.C. Porto, equipa que à partida teria muito mais a perder com o empate. Mas o F.C. Porto não assumiu essa responsabilidade e viu o Boavista durante os 50 minutos seguintes, conseguir um grande ascendente que se traduziu em dois golos. Golos esses que sucederam, obviamente, com mérito do Boavista, mas também com alguma passividade e incompetência do F.C. Porto.
O Boavista foi, sucessivamente, avisando e visando a baliza adversária colocando os portistas e o próprio Helton irritados e nervosos com tamanhos erros defensivos. Num deles, de bola parada, sucedeu o primeiro golo boavisteiro, através de Ricardo Silva.

Ao intervalo Jesualdo Ferreira trocou Hélder Postiga por Anderson, trazendo alguma criatividade ao meio-campo, mas retirando também um jogador combativo no ataque.
A situação não melhorou, aliás, piorou – o Boavista fez o segundo golo num rápido golpe de contra-ataque, por intermédio de Zé Manuel, que gelou a esperança portista numa possível reviravolta.

O jogo acabou por sofrer um impacto negativo na qualidade e velocidade de jogo, tendo o F.C. Porto 20 minutos depois, respondido numa boa jogada entre Anderson e Adriano, acabando este por ser derrubado em plena grande área pelo guarda-redes da casa – Jehle. Na concretização da grande penalidade, Lucho reduz para o F.C. Porto. Mesmo assim, acabou por não ser suficiente, muito por culpa da desorganização, desorientação e fadiga que a equipa portista sentiu enquanto jogava contra 11 jogadores e mais tarde também contra 10.

Acabou por ser uma vitória justa do Boavista tal como uma derrota preocupante da equipa portista, que é agravada pelo facto de dois jogadores fundamentais na actuação da equipa – Ricardo Quaresma e Bruno Alves, terem visto o 5º amarelo e ficarem de fora do encontro com o Nacional da Madeira no Estádio do Dragão.

Golos: 14' - Ricardo Silva ; 50' - Zé Manuel ; 72' - Lucho Gonzalez

Os melhores:

Helton – Fez uma grande exibição, com defesas espantosas (19 e aos 48 minutos, a remates de Cissé e Kazmierczak). Muito se deve a ele a esperança nos momentos finais na conquista de um empate. Não se desalentou com os inexplicáveis erros da defesa e tentou motivar a equipa com as suas intervenções. Nos golos sofridos, pouco ou nada poderia fazer.

Anderson – Em 45 minutos provou que não pode passar mais tempo no banco de suplentes. Entusiasma a equipa como ninguém, com sua criatividade, alegria e paixão pelo jogo. É o principal responsável pela melhoria do F.C. Porto na última fase do jogo. Merecia um golo, que não esteve longe de alcançar.

Grzelak e Kazmierczak – Jogadores boavisteiros a ter em conta. Grande época para ambos.

Os piores:

Jesualdo Ferreira – O cansaço da sua equipa deve-se em grande parte a si. Uma rotação eficaz do plantel é uma realidade necessária numa equipa que quer ser campeã. Não se percebem as situações de jogadores como a de Anderson, Ibson, João Paulo, Lisandro, Jorginho Lucho e até de Rentería.

Defesa do F.C. Porto – inconstante, irregular, insegura. Bosingwa foi raro o lance que conseguiu seguir com bola controlada. As suas emoções levaram-no a cometer disparates proibitivos.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Meta à vista

Numa transversal da Avenida da Boavista concentram-se muitas das esperanças Portistas na revalidação do título, surgindo o rival axadrezado como o último dos grandes entraves à conquista da Liga Portuguesa pela 22ª ocasião no nosso historial.

No Bessa encontram-se 1º e 11º classificados, separados por uma dramática dicotomia pontual que ascende a 33 pontos, fasquia que, na perspectiva dos homens de Pacheco, relativizar-se-ia num cenário de triunfo ante o principal clube da cidade.
É com a habitual postura transcendental que o Campeão deve contar nesta curta deslocação, onde - e apesar do ultrajante custo dos ingressos - poderá novamente contar com o massivo apoio dos seus adeptos, que emprestarão à Avenida os belos tons da nossa bandeira.
Nos da casa, merece natural destaque o trio de atletas de leste contratado no Verão - Grzelak, Kazmierczak e Roland Linz - cujas prestações vêm chamando a atenção aos maiores clubes do país. Pacheco não deverá fugir ao tradicional 4-3-3, optando por assegurar um miolo musculado à custa de três médios de cariz defensivo e apostando na velocidade de Zé Manel e Grzelak para servirem o austríaco Linz.
No FC Porto encontrarão um adversário praticamente na máxima força, lamentando somente as ausências dos centrais Emanuel e Pepe. Assunção estará de regresso aos convocados, sentando-se previsivelmente no banco de suplentes, deixando assim caminho livre para a reedição do meio-campo que bateu o Belenenses na última jornada, ao qual poderá ser somada a classe de Anderson em detrimento de Jorginho.

A quatro jorgadas do término da Liga, uma vitória poderá selar o destino da Liga, remetendo o derby da capital a uma mera disputa pelo acesso directo à Liga dos Campeões Europeus. É tempo de demonstrar novamente a chama do Dragão.

domingo, 22 de abril de 2007

Tributo a Bruno Alves

Bruno Eduardo Regufe Alves, mais conhecido por Bruno Alves nasceu na Póvoa do Varzim em 1981.
É um defesa central caracterizado pela sua elevada estatura, grande porte físico e também com grande apetência para atacar durante as bolas paradas.
Esta época (2006/2007) está a provar toda a sua qualidade e regularidade, sendo quase invencível no jogo aéreo, fazendo uma dupla inesquecível com Pepe.
Formado nas escolas do FC Porto, passou por diversos clubes, por empréstimo, como o SC Farense, VSC Guimarães e AEK Atenas, tendo sido sempre uma peça importante na manobra da equipa, tal como hoje acontece no F.C. Porto.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

25 anos de Glórias ímpares

17 de Abril de 1982, dia marcante na história do Futebol Clube do Porto e, por extensão, do desporto português, europeu e mundial. Após uma década com Américo de Sá ao leme da instituição, o emblema nortenho assistia à eleição de Jorge Nuno Pinto da Costa para seu 33º Presidente, ele que havia surgido como o único rosto capaz de assumir a liderança e projectar o clube - à data vivendo à sombra dos grandes da capital - para os píncaros da fama e glória.


Primeiro como vogal, depois como chefe da secção de Hóquei Patins, cargo que acumulou ao de responsável pelas secções de Hóquei em Campo e Boxe, Pinto da Costa foi assumindo um protagonismo crescente dentro da estrutura do clube, imiscuindo-se na orgânica deste ao ponto de ser indicado por Pinto de Magalhães para Director das Modalidades Amadoras, corria o ano de 1969.
Após um interregno de cinco épocas, regressa em 1976 para ocupar o posto de Director de Futebol, onde, juntamente com José Maria Pedroto, criou as bases para que à Cidade Invicta regressasse o ceptro de Campeão Nacional, dezanove anos volvidos sobre o último sucesso.
O gigante acordara e ventos de mudança varriam a zona oriental do Porto. Pinto da Costa e Pedroto abandonavam o barco em 1980, incompatibilizados com a gestão do Presidente Américo de Sá, cuja posição se tornou insustentável face ao carinho dispensado pela massa associativa à dupla dissidente.
Pinto da Costa era aclamado e acaba por concorrer sozinho às eleições de 1982, assegurando o regresso de Zé do Boné, entretanto resgatado ao Boavista. Estava dado o mote para o mais notável periodo da história do Futebol Clube do Porto. O espectro da Ponte da Arrábida foi derrubado, passando o emblema nortenho a dominar a toda a linha o panorâma desportivo português, com destaque para as duas modalidades que maior paixão despertam ao Presidente, o Futebol e o Hóquei Patins.
A supremacia é evidente, esmagadora, avassaladora, estendendo-se até aos dias de hoje sob a forma de títulos e prestígio à escala planetária.
Nunca o nome da Cidade Invicta foi tão grandemente elevado, conotando-se com as centenas de títulos profissionais arrebatados pelos Dragões a todos os níveis.



Palmarés Sénior

Futebol

* 1 Taça dos Clubes Campeões Europeus (1987)
* 1 Supertaça Europeia (1987)
* 1 Taça UEFA (2003)
* 1 Liga dos Campeões (2004)
* 2 Taças Intercontinentais (1987 e 2004)
* 14 Campeonatos Nacionais (cinco deles consecutivos, de 1994 a 1999, constituindo um marco inédito no futebol português)
* 9 Taças de Portugal
* 14 Supertaças Cândido de Oliveira

Andebol

* 4 Campeonatos Nacionais
* 2 Taças de Portugal
* 2 Taças da Liga
* 3 Supertaças

Basquetebol

* 5 Campeonatos Nacionais
* 10 Taças de Portugal
* 3 Taças da Liga
* 4 Supertaças

Hóquei em Patins

* 2 Taças dos Campeões Europeus (1986 e 1990)
* 1 Taça das Taças (1982 e 1983)
* 2 Taças CERS (1994 e 1996)
* 1 Taça Continental (1987)
* 15 Campeonatos Nacionais
* 11 Taças de Portugal
* 14 Supertaças António Livramento

Outros

* 4 títulos no boxe
* 2 títulos no halterofilismo
* 11 títulos na natação
* 2 títulos no voleibol
* dezenas de títulos nas camadas jovens das diversas modalidades



Um quarto de século mais tarde, é este o singelo tributo que o Porto em Perspectiva oferece ao maior de todos os Presidentes da história do desporto português.

Obrigado, Presidente.

domingo, 15 de abril de 2007

Nau portista sem sobressaltos no Mondego

O FC Porto deslocou-se neste sábado a Coimbra para defrontar a Académica num jogo a contar para a 25ª jornada da Bwin Liga. Pressionados pela vitória do Sporting frente ao Marítimo na sexta, os pupilos de Jesualdo Ferreira não vacilaram e derrotaram a "Briosa" por 2-1 para gáudio dos muitos adeptos portistas presentes no Municipal de Coimbra. Já lá vão 36 anos desde a última vez em que os portistas saíram derrotados de Coimbra.


Jesualdo Ferreira apostou no mesmo onze que goleou o Setúbal na passada sexta-feira, excluíndo a entrada de Ricardo Costa para o lugar de Pepe, lesionado com gravidade. E foi mesmo o número 2 azul e branco que teve a primeira oportunidade flagrante de golo ao responder de cabeça a um canto de Quaresma que foi desviado para o poste por Pedro Roma. Na recarga, o ferro voltou a impedir os festejos dos portistas ao desviar um remate de Lucho González. Depois de um quarto de hora de grande fulgor, o FC Porto abrandou e permitiu que a Académica chegasse com perigo à baliza de Hélton. Lino e Filipe Teixeira eram, por esta altura, os "estudantes" mais irrequietos.

Aos 38 minutos, o poste voltou a impedir o golo ao campeão nacional. Desta feita, evitou uma obra-prima de Ricardo Quaresma que tentou apontar um "golo olímpico" (canto directo).
Mas o golo parecia que acabaria por chegar, mais tarde ou mais cedo e chegou mesmo, aos 42 minutos por intermédio de Bruno Alves. Novamente, Ricardo Quaresma aponta um canto directo, Pedro Roma defende para a frente e a confusão instala-se na grande área da Académica e a bola acaba por sobrar para Bruno Alves que num remate de primeira coloca os campeões nacionais em vantagem. Foi o primeiro golo do central na presente edição da Bwin Liga.

Ate ao intervalo tudo calmo. Na segunda parte, a Académica voltou mais aguerrida e o Porto voltou com clara intenção de gerir a vantagem. A entrada de Brum na equipa de Manuel Machado causou dificuldades ao FC Porto e obrigou Jesualdo a colocar Raúl Meireles em campo para recuperar o meio-campo perdido, entretanto. E pode-se dizer que a substituição deu resultado, já que 5 minutos depois da entrada do número 16 o Porto chegou ao golo. Adriano desviou um remate de Raul Meireles e apontou o seu 8º no campeonato, 7º em 8 jogos.

O jogo parecia decidido mas os comandados de Jesualdo Ferreira trataram de dificultar a sua missão. A 15 minutos do apito final de Carlos Xistra, que esteve muito mal durante o encontro, Marek Cech comete falta sobre Filipe Teixeira e o árbitro albicastrense não hesita em assinalar a grande penalidade, que foi convertida por Lino. Com este golo, a Académica acreditou que seria possível chegar ao empate e intensificou o "ataque" à baliza de Hélton mas o pouco discernimento dos estudantes e a calma dos experientes dragões fizeram com que o Porto saísse de Coimbra com os 3 pontos no bolso.

Com esta vitória, ficam a faltar apenas 4 vitórias para que o Porto conquiste o 22º título da sua história. Para a semana, o Porto recebe o Belenenses e a Académica desloca-se a Aveiro.

Homem do Jogo:

Ricardo Quaresma-> Fez mais uma exibição à Quaresma. Irrequieto, sem medo de partir para a finta e de arriscar remates e cruzamentos, o "Harry Potter" assinou mais uma exibição de classe culminada com um cruzamento de letra para o segundo golo dos dragões. Esteve perto de assinar mais uma obra de arte mas o poste impediu que a estrela de Quaresma fosse ainda mais cintilante.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Empate sofrido mantém liderança e incerteza

"O jogo do título" segundo a imprensa; um "jogo que não decidia nada", segundo os treinadores das equipas intervenientes. Jogou-se na Luz, esta noite, uma partida que apesar de não ser conclusiva para determinar o campeão nacional, podia ter um papel importante nas contas do título. Caso o Benfica vencesse, tomava a liderança; caso o FC Porto vencesse, abria um fosso de 4 pontos difícil de recuperar pelos adversários. O desfecho acabou por ser o mais inconclusivo: o empate, que mantém a diferença de apenas 1 ponto favorável aos dragões.



Apesar da quebra de forma visível no FC Porto desde que entramos no ano de 2007, que fazia antever dificuldades para este jogo, verificou-se uma algo surpreendente atitude positiva da equipa na 1ª parte. Sem sufocar verdadeiramente os adversários, nem criar ocasiões de perigo em grande número, o FC Porto ia dominando claramente a posse de bola à entrada do meio-campo benfiquista. Dois lances sobressaíram do 1º tempo: um passe de génio de Lucho Gonzalez a isolar Adriano, com uma grande intervenção de Quim a evitar o golo; e o golo, já perto do intervalo, um cabeceamento de Pepe após livre executado por Ricardo Quaresma. Chegámos ao intervalo a vencer, com justiça.

Na 2ª parte tudo foi diferente. O Benfica entrou claramente mais moralizado, e com maior dinâmica ofensiva após a entrada de Rui Costa. Por sua vez, o FC Porto desistiu demasiado cedo da estratégia que estava a pôr em prática, controlando serenamente o jogo sem abdicar de procurar a baliza adversária, e pareceu remeter-se apenas a tentar defender o resultado de forma calculista. É certo que a linha defensiva estava a se exibir a um grande nível, mas recuando tanto a equipa corríamos sérios riscos caso o Benfica "embalasse" no ataque. O que aconteceu, embora só resultasse em golo aos 82 minutos, num lance infeliz em que Lucho González introduziu a bola na própria baliza.

Acabamos o jogo em grande sofrimento, com Hélton a ter de intervir um par de vezes a evitar uma derrota que seria comprometedora. Contra a corrente do jogo, o último lance da partida quase que nos dava a vitória, com os substitutos utilizados Cech e Rentería a se entenderem bem, e o colombiano quase a bater Quim pela segunda vez.

O resultado final não é negativo para as nossas aspirações, pois continuamos a depender de nós próprios para a conquista do campeonato, e temos vantagem no confronto directo, caso terminemos empatados em pontos com o Benfica. Mas a equipa teima em não voltar aos níveis competitivos demonstrados nos últimos meses de 2006. Não foi uma exibição convincente, deixando interrogações quanto ao futuro.

Análise individual:

Hélton (8) - Sempre muito seguro, preferindo não arriscar e sacudir a bola quando esta vinha em condições difíceis, não abdicando contudo de agarrar a bola em todos os cruzamentos a que saía. Acabou por salvar a equipa da derrota com duas excelentes defesas já nos descontos, a remates de Mantorras e Derlei.

Bosingwa (7) - A fazer a melhor época como jogador profissional, continua a se exibir a muito bom nível defensivamente. É um jogador com uma velocidade notável. No entanto, no final do jogo era pelo seu lado que o Benfica mais criava perigo.

Pepe (8.5) - Soberbo. Fez as compensações de forma incansável na defesa, cortou inúmeras bolas. Ainda teve tempo para ir lá à frente e marcar o único golo da equipa. Na minha opinião, o melhor em campo.

Bruno Alves (7) - Não tão exuberante como Pepe, mesmo assim esteve bastante bem. Aponto-lhe no entanto uma entrada desnecessariamente dura que fez logo no início do jogo, que com um critério mais apertado lhe podia ter valido uma expulsão.

Fucile (6) - Teve mais dificuldades que os seus companheiros de sector, principalmente para parar Nélson que estava inspirado. Também reparei que numa ou outra vez, fazia compensações no centro do terreno, o que era contra-produtivo porque criava um enorme buraco do lado esquerdo da defesa.

Paulo Assunção (6.5) - Razoável. Já o vi fazer jogos bem melhores, mas também não esteve assim tão mal quanto isso.

Raúl Meireles (6) - Pouco interventivo. Fez uma falta desnecessária que lhe valeu um amarelo e um livre perigoso, no lance em que se lesionou e teve de sair.

Lucho González (6.5) - Safou-se um passe de génio que isolou Adriano na 1ª parte, e vários cortes até em lances de bola parada. De resto... esperava-se mais, principalmente a criar jogo. Mete nervos a forma como às vezes ele recusa-se a fazer pressão sobre os adversários, andando a passo seguindo o lateral adversário com os olhos. Não lhe atribuo culpa no lance do auto-golo - estava apenas no lugar errado na hora errada.

Quaresma (6.5) - Em jogo corrido a sua produtividade foi zero. Esteve muito, muito longe do que se viu durante esta época, ou até mesmo no último fim-de-semana em Alvalade pela selecção. Mesmo assim, criou muito perigo na marcação de bolas paradas, fazendo a assistência para o golo de Pepe.

Jorginho (6.5) - Muito esforçado, bastante bem a fazer pressão alta. Não estava a ter muito sucesso com a bola nos pés, perdendo algumas bolas, mas contrariamente ao resto da equipa subiu de produção na 2ª parte, e começou a criar perigo. Foi substituído na altura em que estava a jogar melhor.

Adriano (6.5) - Na disputa das bolas aéreas contra os centrais benfiquistas, teve saldo positivo - quase sempre ou ganhava a bola ou ganhava falta. Teve apenas um lance para golo, que não concretizou, mas aí dou mais mérito ao Quim que demérito ao Adriano - timing perfeito do guarda-redes benfiquista que se esticou ao máximo.

Cech (6.5) - Não trouxe grande coisa à equipa quando entrou em campo, mas no final do jogo acabou em alta, primeiro quase se isolando vindo embalado sozinho do meio-campo, depois assistindo Rentería para o pôr cara-a-cara com o guarda-redes. Mostrou que tinha argumentos para ser titular, ou no lugar de Meireles ou no lugar de Fucile.

Rentería (2) - Péssimo, incrivelmente trapalhão. Corria que se fartava atrás da bola, mas nunca ninguém tinha problemas para passar por ele. Andava perdido em campo. Tentou fintar adversários sem fim, até lhe tirarem a bola. Safou-se uma falta que arrancou em zona perigosa, e o lance no fim do jogo em que quase marcava golo. Mas até aí ficou a sensação que rematou sem querer.

Anderson (-) - Entrou no minuto 89 e apenas teve tempo para lhe bloquearem um remate à entrada da área. Tenho dificuldades em perceber qual foi o objectivo da sua entrada em campo. Queimar tempo?!

Em relação à arbitragem - já li queixas de parte-a-parte, mas na minha opinião, embora não tenha sido uma arbitragem perfeita, esteve a um nível aceitável. O Benfica pede dois penaltis que parecem-me ter sido ambos bem ajuizados por Pedro Proença - no primeiro lance Ricardo Quaresma não toca a bola com a mão, apesar dos protestos de Nélson; no segundo lance a bola vai efectivamente à mão de Bosingwa mas é um lance à queima-roupa, para além disso Bosingwa tem a mão encostada ao corpo a protegê-lo.

Aparentemente o golo do Benfica terá sido irregular, por fora-de-jogo milimétrico de David Luiz. Sendo assim, temos razões de queixa, mas compreende-se a decisão do auxiliar devido à dificuldade de ajuizar o lance. Estranho também o comportamento do árbitro a mostrar amarelo a Lucho por protestos, para depois aceder à sua queixa, deixando realizar-se a substituição de Meireles por Cech. Algo incoerente.

Finalmente, uma palavra em relação aos incidentes fora do campo, nomeadamente o arremesso de petardos para zonas com adeptos, que até incluíam crianças. O futebol é um jogo, do qual faz parte a rivalidade e agressividade, mas não passa disso, dum jogo, de entretenimento, de um desporto. Quem pratica tais actos vê o futebol não como um jogo, mas como uma guerra. O que é uma mentalidade mesquinha e lamentável. Se os responsáveis por estes actos são adeptos do nosso clube (e aparentemente tratam-se de membros dos Super Dragões), apenas mancham o nome do FC Porto.