segunda-feira, 26 de março de 2007

Voando alto

Contrariando todas as expectativas, o FC Porto superiorizou-se à concorrência, arrebatando para a sala de troféus azul-e-branca a décima primeira Taça de Portugal em Basquetebol, numa Final a 8 disputada numa lógica de eliminação directa. Paços de Ferreira acolheu um fim-de-semana frenético, culminando com o coroar dos Dragões perante uma plateia totalmente colorida em azul profundo.


A festa foi Nortenha, com o capitão Paulo Cunha levantando o troféu. Crédito da imagem para o Portal dos Dragões.


Jogando praticamente em casa, o FC Porto demonstrou qualidade que muitos lhe desmereciam, dominando autoritariamente todas os adversários que se lhe entrepuseram na marcha rumo à glória. Apostando numa formação balanceada entre jogadores portugueses e norte-americanos, os campeões em título não tiveram a menor dificuldade em suplantar o Ginásio do Sul por um diferencial de dezanove pontos, gerindo o esforço para a partida do dia seguinte frente ao Lusitânia dos Açores. Os insulares, apontados como favoritos, nunca senão no final do terceiro periodo representaram ameaça ao FC Porto, que desde o apito inicial comandou as operações, servindo-se do crescendo de produção do pequeno base TJ Sorrentine e do temível acerto de Cunha e Marçal para desmoralizar os homens de Angra, que acabaram por naturalmente sucumbir, concedendo o resultado final de 82 - 73.

O derradeiro adversário seria o Belenenses, que eliminara o Barreirense, carrasco do Benfica. Nunca os lisboetas ameaçaram a supremacia Portista, que pautou a seu bel-prazer o ritmo do encontro, salvaguardando-se sempre de quaisquer aproximações do opositor. Sorrentine esteve novamente em destaque, sagrando-se o melhor marcador da final, com dezanove pontos, secundado por Marçal, temível triplista ao longo de todo o fim-de-semana, com dezoito.

Feitas as contas, o placard de 86 - 77 serviu integralmente às pretensões azuis-e-brancas, permitindo-lhes ostentar um troféu que, se espera, injectará a moral necessária para que a turma de Alberto Babo se assuma como um dos maiores pretendentes à conquista da Liga UZO, cujos play-offs se aproximam inexoravelmente.

terça-feira, 20 de março de 2007

Portinho

O Porto deste sábado, foi um Porto ausente, ausentem em: agressividade no meio-campo, capacidade de trabalho e jogo em bloco. Faltou o sentimentos de orgulho e de grandeza por jogar neste clube. Durante anos, não foi comum ver o Porto a ter tantas dificuldades em jogos grandes, pelo contrário eram os outros que as tinham, podia até não ganhar campeonatos ou ter inconvenientes contra equipas mais pequenas, que se fechavam bem e o Porto sem muita velocidade não as conseguia ultrapassar, mas em jogos contra os rivais de Lisboa era certo: «Não nos ganham ou para nos ganharem têm que sofrer muito.»

O Porto entrou senhor do jogo e durante 20 minutos foi assim. Com as oportunidade criadas, os dragões podiam ter inaugurado o marcador muito cedo, mas tal não aconteceu e após este impacto começam a surgir as suas primeiras dificuldades, perante os pés de Nani - que fez o que quis, durante todo o primeiro tempo - e o Sporting reequilibra e, mais, dominaria a partida, sobre um Porto incapaz de responder à sua primeira adversidade - com dificuldade na saída do primeiro passe e, se até as coisas corriam bem, faltava sempre um elemento, mais sereno (um Lucho), capaz de fazer o último passe. Nesta fase valeria Helton e o azar ou azelhice dos avançados do Sporting. Neste periodo, Jesualdo mostrava incapacidade em ver que teria sido mais importante para o Porto trocar as posições de Meireles e Lucho ou jogar num sistema com dois trincos, tal era a dificuldade (compreensível) de Fucile em defender em um para um com Nani e a liberdade dada ao jogador português dos leões.

A segunda parte, teria que ser diferente para a equipa caseira e a substituição de Alan era mais que evidente, para Jesualdo não a fazer. Para o seu lugar entrou Postiga, que com a sua segurança na circulação e manutenção da bola, permitiu aos nortenhos um equilíbrio no jogo e capacidade de ter bola no último terço, mas com a sua deslocação para médio ofensivo e Quaresma para avançado(?), o FC Porto perderia capacidade de ir à linha e as jogadas morreriam muito antes do remate final. Num jogo controlado pelos sportinguistas em todo campo, o encontro perderia vivacidade e sentiu-se que só seria decidido por uma jogada individual ou num lance de bola parada, e tal aconteceu! Aos 71, perante a cobrança de livre de Tello, o Sporting inauguraria o marcador e ganhava a partida.

Numa vitória justa do Sporting, o Porto foi incapaz de se intitular grande. As alterações de Jesualdo, no mínimo, são ridículas e não foi incapaz de corrigir os seus erros, a sua ingenuidade foi a tal ponto que pensava que conseguiria ganhar ao Sporting jogando também em "losango". Se, antes do jogo, já era difícil pensar num cenário de vitória na Luz, depois dele, ainda se torna mais difícil.

Os melhores:
Helton, foi a única coisa boa no Porto, não deixou que o resultado se alargasse mais. A única falha que se lhe pode apontar é no remate de Nani, nos 88 minutos, mas mesmo aí conseguiu responder bem no ressalto da jogada.
Postiga, quando entrou mudou tudo, trouxe a segurança de bola que o ataque precisava!

Os piores:
Jesualdo. Alan? Jorginho? Vieirinha? Bosingwa? A perder substitui-se simplesmente os avançados? Título? Mentira?
Lucho, não merece estar tantas vezes nos piores, tem mestria para estar no topo e certamente não será por sua culpa, pois, já merecia um descanso.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Caminho Marítimo para o Título

Foi o expiar de todos os estigmas do FC Porto nos Barreiros, onde o Campeão imperou novamente sobre a Ilha, impondo-se a um Marítimo insuficiente, resignado e remetido a estocadas esporádicas, servindo-se de lances de bola parada para perturbar a organização defensiva visitante. Do laboratório surgiu igualmente o primeiro tento Portista, efusivamente aclamado pelos milhares de adeptos azuis nas bancadas do Caldeirão.


Raúl Meireles somou o quarto golo da temporada na sequência de mais um forte remate de fora da área.

Mal João Ferreira apitara para o início da contenda, já Ibson abandonava o relvado em lágrimas, novamente traído por lesões que teimam em negar ao jovem brasileiro a oportunidade de explanar o seu maravilhoso futebol, do qual, por motivos vários, nos vemos privados já lá vai mais de uma época. Substituiu-o Meireles, habitual dono do jogo interior esquerdo e que, apesar do condicionamento inerente à iminente exclusão do clássico ante o Sporting, rapidamente assumiu a batuta do meio-campo, onde Lucho e Assunção foram uma sombra de si próprios ao longo dos noventa minutos.
Sem deslumbrar, os pupilos de Jesualdo ascenderam à dianteira do marcador à passagem do primeiro quarto de hora em mais uma bela jogada estudada que resultaria no tento de Adriano, o quinto do dianteira na competição e o sétimo do FC Porto na sequência de pontapés de canto.
Os insulares tremeram e Meireles, felino, aproveitou para disferir a estocada definitiva após combinação com Rentería, selando definitivamente quaisquer pretensões reminiscentes do Marítimo em prolongar a soberba série de quatro épocas invictos em seu reduto face aos dragões.
A partida arrastou-se num marasmo até ao final, ressalvando-se a lesão de Bruno Alves, em princípio recuperável para a subsequente jornada, e a entrada de Jorginho, a quem o Professor quis oferecer alguns minutos de competição numa altura em que se afigura como principal alternativa aos homens que compõem o tridente do meio-campo azul-e-branco.
Os verde-rubros protagonizaram ainda um derradeiro esforço, logrando reduzir a desvantagem num remate de meia distância resultante de nova falha de Hélton, ainda assim mais seguro do que se apresentara em Londres. Foi o canto do cisne, pouco mais havia para jogar e coube ainda a Adriano a derradeira incursão perigosa, travada in extremis por Marcos, a quem os anfitreões devem a manutenção de um resultado menos avolumado.
Apito final e festa nas hostes Portistas. O Campeão Nacional passara no Caldeirão, reforçando assim a liderança na Liga Portuguesa ao colocar pressão sobre os mais directos rivais.


quinta-feira, 8 de março de 2007

Acabou o sonho.

Aos Oitavos, o Porto caiu.
Foi num jogo atípico que o Porto finalmente sucumbiu na Liga dos Campeões, diante de um chelsea em crescendo nesta fase da época, e por muitos apontado como o maior candidato à conquista do Troféu.
Devo confessar, que após o sorteio, nunca acreditei na passagem, mas ao intervalo estava quase convencido que o Porto ia seguir em frente! Infelizmente o meu primeiro pressentimento estava correcto.
O Porto entrou bem organizado num 4-4-2 de mais contenção, que permitiu um maior controle da zona central do terreno, mas que ao mesmo tempo exigiu aos homens do meio um esforço suplementar. Com o golo madrugador, o Porto limitou-se a controlar os movimentos do adversário, que pouco assustou a defesa liderada por uma dupla cada vez mais entrosada, Bruno Alves e Pepe.
Mas apenas dois minutos depois do descanso, o mais improvável aconteceu: Hélton facilitou e permitiu o empate. A partir daqui, a estratégia montada desmoronou-se. A equipa, que antes do golo estava mentalizada em assegurar o resultado e tentar esporadicamente o contra-ataque, era agora obrigada a fazer pela vida na casa de um adversário com fome de golos, que se motivara ainda mais com a obtenção do empate.
Mourinho tinha ganho o duelo. Foi assim com naturalidade que o chelsea chegou ao segundo golo. Bastava apenas um golo para o Porto seguir em frente, mas o cansaço ( mental e sobretudo, físico ) falava mais alto e foi com tristeza que assistimos aos últimos minutos do encontro.
O sonho acabara, mas ficou a certeza do inegável mérito desta equipa em chegar a esta fase, e que com um pouco de sorte na 1ªmão, poderia ambicionar chegar mais longe.

Os melhores:
Lucho, a encher o meio campo, até à altura em que as pernas lhe permitiram.
Lisandro, o mais activo na frente de ataque, provocou alguns desiquilibrios comprometedores para a defesa adversária.
Pepe, mostrou mais uma vez , a sua enorme qualidade no centro da defesa.
Paulo Assunção, sempre empenhado em cortar o máximo de bolas, e incansável no apoio ao ataque

Os piores:
Quaresma, fez o golo mas não conseguiu ser a tal "estrela" da equipa que os ingleses tanto temiam.
Marek Chech, sem certeza no passe, pouco acrescentou à equipa.
Hélton, é surpreendente mas também inevitável estar nesta posição, não só pelo bola que não defendeu, mas também pela intranquilidade demonstrada durante todo o jogo, que acabou por contagiar toda a equipa.

segunda-feira, 5 de março de 2007

Um, já foi!

Neste percurso para o título, o Braga aparece para o Porto como o primeiro grande teste de um período de dois meses, de grandes confrontos, onde os dragões irão decidir tudo, tanto ano nível interno como externo: ida a Londres, à Madeira, Luz e Bessa, e recepção ao Sporting - para não falar na eliminatória seguinte da Champions, caso os campeões nacionais assim consigam superar os milionários de Chelsea. Ao contrário de jogos anteriores, mesmo os dois últimos, que terminaram com goleadas, a equipa mostrou solidez e capacidade de ligação entre os vários sectores e até mesmo de aproveitamento das debilidades da equipa adversária. No seu primeiro grande exame, passou e com garantias de futuro!


No jogo, por ele único e próprio, a primeira parte tem pouca história, foi um jogo morto de ambas as equipas onde o Porto se conseguiu impor e Adriano soube ditar leis, mostrando qualidades onde mais vale, na área - este sucedido não faz esquecer a estranha inclusão do brasileiro, na ausência de Cech, por lesão, e na inexistência de outro extremo que permitiria criar o jogo para o seu futebol. Ainda nesta fase, é de salientar o excelente jogo de Lisandro que conseguiu, sempre, apoquentar a defesa arsenalista, o que lhe valeria dois remates perigosos e fazendo esquecer o seu cansaço, bem como e não menos importância, a extraordinária de defesa de Helton, só ao alcance dos melhores do planeta, se se diz que um guarda-redes pode valer uma equipa, o guardião da selecção canarinha mostrou que isso é verdade - pelo menos, valeu um resultado.

Na saída para o intervalo sentiu-se que o jogo não poderia continuar como estava e a segunda parte veio provar isso, sendo bem menos monótona, o que a levaria a um jogo mais ponderado e de maior notoriedade para o objectivo do golo. Mesmo assim, o Porto continuou superior e o resultado pecou por escasso, aproveitando-se de um Braga que tentava chegar ao empate deixando sempre com um cobertor muito curto, especialmente, com as constantes subidas de Luís Filipe e Jorge Luiz que permitiria e, permitiram na etapa inicial, aos dragões constantes aproveitamentos das faixas laterais, nesta altura evidenciar-se-ia todo trio atacante, com as constantes deslocações de Adriano e o uso das costas da equipa adversária e excelente trabalho defensivo dos outros dois avançados, Lisandro e Quaresma.

O resultado final, se ela existe na estatística de jogo, seria injusto, tal foram as oportunidades falhadas pelos azuis e brancos, o remate de Lucho, após de uma grande penalidade, o cabeceamento de Pepe e o carinho de Licha, são exemplos disso. Contudo, ficaria no sentimento de todos, que os representantes da cidade invicta teriam feito o melhor jogo desde há muito tempo e que a esperança no ressurgimento da equipa, tal como a conhecíamos, está próximo.

Ainda sobre a partida:

1- Toda gente de boa cabeça saberá que o adversário do Porto, é um potencial fortalecedor dos grandes, mas há um jogador, na noite de sábado, que merece a minha referência: Alberto Rodríguez, compreende-se porque segurou o lugar na ausência de Nem. Temos jogador! O equilíbrio posicional do peruano age sobre a defesa do Braga como um exemplo de segurança e torna-o num jogador de outro campeonato. Está no caminho onde outros pretendem chegar!

2- Com enorme infelicidade minha, terei que escrever sobre um assunto que pouco prazer me dará mencionar, aceitando as debilidades da arbitragem mundial, e nesse sentido o meu discurso é simples: não assinalar grandes penalidades, faltas ou enganar-se em foras-de-jogo, compreendo, agora não terem um critério e não saberem as leis de jogos, já não. Para um árbitro internacional é ridículo, ter perdoado o segundo amarelo, em faltas para isso, a Luís Filipe e Jorge Luiz por duas vezes (!) e decidir mostrar o 4 amarelo no campeonato a Meireles quando a falta não indicava a isso! Para agravar a sua actuação, acrescenta-se o episódio com Luís Filipe, que deixou toda gente no estádio, jogadores do Porto incluídos, perplexa, sem saber se o lance deveria continuar ou não.

3- Em último ponto, não podia deixar passar a actuação da claque do Porto, Super Dragões, não tiveram decência! Não souberam deixar os seus ódios de lado, quando a memória do jogador e a família mereciam apoio. Antagonicamente, o restante público do Dragão (portistas de alma e bracarenses) souberam brindar o ex-atleta com uma enorme ovação. De forma contrária, passados uns minutos, já exprobrados pelo público adjacente, souberam mostrar o mais bonito das claques - numa guerra de aclamação do nome das entidades que elas representam.

Os melhores:
Bruno Alves - Para quem tem visto os últimos jogos, tem sido uma surpresa. Neste jogo foi imperial, limpou tudo e mostrou a sua mais valia por diversas vezes, a altura.
Lucho - Apesar de ter saído muito cedo na partida, mostrou-se bem mais empenhado do que noutros jogos. Foi pena a grande penalidade falhada!
Ricardo Quaresma - Usou a sua finta para ganhar faltas, se bem que nunca foram bem executadas, mas permitiu que o Porto subisse no terreno e ganha-se ascendente sobre o jogo.
Adriano - É para o que está! Para marcar golos!
Jorge Costa - Obrigado, por continuares a lembrar-te deste clube!


Os piores:
Jesualdo Ferreira - Será que as lesões de Lucho e Bosingwa não serão sua culpa? Não teríamos um plantel mais capaz, para fazer algumas rodagens?