A vitória obtida hoje sobre o Besiktas por 2-0, golos de Lucho e Quaresma, coloca o Porto na próxima fase da Liga dos Campeões e é também suficiente para garantir o primeiro lugar no grupo - estatuto essencial para evitar ter que defrontar um colosso europeu na próxima ronda.
O FC Porto precisava apenas de um empate esta noite no Dragão frente à acessível equipa turca do Besiktas, para chegar ao objectivo mínimo estabelecido para esta campanha europeia na Liga dos Campeões: a qualificação para os oitavos-de-final. Mas como é óbvio entrar a jogar para o empate seria uma mentalidade perigosa - daí Jesualdo Ferreira ter dado instruções aos jogadores para apenas pensarem na vitória, o que a ser alcançada, daria não só a qualificação mas também a vitória no grupo.
Mas ao bom estilo de Jesualdo, jogar para vencer não significa correr riscos desnecessários - o FC Porto entrou em campo com um 11 conservador, basicamente os 11 jogadores que mais têm jogado esta época (excepto Pedro Emanuel que só recentemente regressou aos relvados depois de lesão), e com instruções claras de assegurar o equilíbrio defensivo e só então pensar em atacar. Foi um Porto cauteloso mas a tentar dominar o jogo que se viu no início da partida, tendo maior posse de bola mas sem criar muitas oportunidades de perigo, exceptuando um lance em que um cruzamento encontrou Lisandro na área e este colocou a bola na baliza - mas o lance foi anulado devido a um fora-de-jogo que deixa algumas dúvidas.
Conforme a primeira parte ia passando, o Besiktas cresceu um pouco no jogo e frequentemente conseguia ter a bola no meio-campo portista, graças a uma pressão pouco eficiente da linha composta por Assunção/Lucho/Meireles e apoiada pelo resto da equipa. No entanto, as tentativas da equipa turco de chegar à baliza de Hélton invariavelmente esbarravam na linha defensiva, com Bruno Alves em bom nível.
No final da primeira parte o FC Porto respondeu com uma série de oportunidades claras de golo. Primeiro Bosingwa inventou espaço pelo meio dos defesas até se encontrar em excelente oportunidade para marcar, mas Rustu defendeu. Logo de seguida foi a vez de Tarik voltar a testar a elasticidade do experiente guarda-redes turco, mas este mais uma vez correspondeu com uma excelente defesa. E já à beira do intervalo, uma jogada de insistência após um canto abriu o marcador: Meireles à entrada da área tentou rematar, mas saiu um balão em rosca, a bola chegou a Tarik, e este entregou-a a Lucho que fez o 1-0 - perante a passividade da defesa turca, sobretudo Rustu, que desistiu completamente do lance para reclamar um suposto fora-de-jogo, inexistente. Atitude estranha dum jogador com tanto historial de futebol europeu, e manchando o que vinha sendo uma excelente exibição.
Este golo tinha o potencial para dar uma muito maior tranquilidade ao FC Porto, mas o início da 2ª parte coincidiu com o melhor período do Besiktas: primeiro Hélton foi obrigado a efectuar uma defesa ao remate de Serdar Ozkan, depois na sequência de um canto Cissé falhou o alvo. Estes dois lances podiam ter alterado a história do jogo mas tal não aconteceu e a partir daqui sim, o FC Porto ganhou a tal tranquilidade proveniente de se encontrar em vantagem. E ao minuto 62, Lisandro descobriu um "avenida" para Quaresma, que não teve qualquer dificuldade em fazer o 2-0. A partir daqui o jogo praticamente não teve história, pouco mais se passou, apesar de após algumas substituições de parte a parte, o Besiktas ainda ter conseguido criar uma oportunidade de perigo num lance de bola parada, com o recém-entrado Cech a deixar a bola passar bastante perto da baliza para não ceder canto.
No final, vitória justa e completamente natural da melhor equipa, a equipa mais segura das suas capacidades, sem que no entanto tenha criado um volume de jogo que esmagasse o seu adversário. O mais importante de tudo são as consequências do resultado - Porto apurado em 1º do grupo, o que representa uma vantagem teórica. É certo que qualquer equipa que consiga estar num lote das 16 melhores da Europa é sempre um adversário complicado, mas olhando para os apurados até agora, certamente que escolher entre Schalke, Olympiakos e Celtic é muito mais apetecível que escolher entre Chelsea, Real Madrid e Milan...
A nível individual, destaque para Bosingwa, fenomenal a atacar e muito sólido a defender, apontando-se apenas um ou outro passe errado que fizeram lembrar outros tempos de um Bosingwa muito mais enervante para o adepto portista. Tarik continua numa forma espectacular, muito acima do que se pensava que o marroquino alguma vez poderia render. Lisandro também continua a fazer a melhor época desde que chegou a Portugal, isso é evidente no nº de bolas que recupera (mais que certos médios...), e no facto de a equipa insistir constantemente em lhe tentar fornecer bolas - toda a gente tem confiança no argentino. Bruno Alves, apesar de ter o experiente Pedro Emanuel ao seu lado, também vai fazendo por manter o estatuto de líder da defesa.
Uma pequena nota duma opinião pessoal: vou estar particularmente atento ao jogo em que Jesualdo se decidir a colocar o médio Mario Bolatti como titular. Parece-me que temos ali um jogador de grande classe por explorar.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
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