sábado, 13 de dezembro de 2008

Era só para lembrar...

Era só para lembrar...

Jesualdo Ferreira, treinador actual da equipa do Futebol Clube do Porto, é Bi-campeão nacional e pela segunda vez consecutiva qualificou o Clube para os oitavos da Liga dos Campeões da Uefa liderando grupos com poderosas equipas inglesas.

Era só para dizer... Doidos são aqueles que o querem fora do Clube... Doidos.

Obrigado e Bom Dia.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Regresso às vitórias perante um leão adormecido

FC Porto vence (2-1) os rivais do Sporting, num jogo em que a equipa de Lisboa se revelou desnorteada e inconsequente. Vitória do FC Porto perante um adversário que nos últimos sete confrontos apenas tinha vencido uma vez, e que deixa o clube provisoriamente na liderança da tabela.

Após o desaire de terça-feira em Londres, era importante ao FC Porto dar a volta por cima neste encontro. E isso ficou provado desde início, com uma entrada em jogo calma e segura.

Sem exercer um domínio absoluto, o FC Porto viria a marcar o primeiro golo numa jogada que foi um misto de garra de Tomás Costa e ingenuidade de Grimi. Lisandro apenas teve de finalizar, fazendo-o sem pestanejar e marcando assim o primeiro golo na liga.

Nesta fase do jogo, o Sporting pouco ou nada fazia para inverter o resultado. Surgiu, então, quase ‘do céu’, a grande penalidade. Tomás Costa, que tão bem havia estado no lance do golo portista, comete a infantilidade de colocar as mãos em João Moutinho, que inteligentemente se deixa cair. Um lance duvidoso, mas cuja decisão do árbitro se aceita perfeitamente.

O próprio João Moutinho viria a finalizar com sucesso o castigo máximo, mas foi sol de pouca dura para o Sporting. Numa falta bem cavada por Lisandro, Bruno Alves marca um golo de belo efeito, perante um Rui Patrício apático que mais não conseguiu fazer do que seguir a bola com o olhar.

Seria com este resultado que o jogo chegaria ao intervalo, não sem que antes Nuno fizesse uma excelente defesa em resposta a um cabeceamento de Derlei.


No reatar do jogo duas chances para o FC Porto decidir o jogo. Primeiro, em novo livre de Bruno Alves, que cobrando em força, leva a bola a embater com estrondo na barra. Merecia melhor sorte. Depois, num contra-ataque muito bem executado, Cristian Rodriguez faz a bola passar a centímetros do poste esquerdo, com um remate de primeira.

Surgiria então a melhor fase do Sporting no jogo. Paulo Bento, na tentativa de chegar ao empate, coloca em jogo Romagnoli e Liedson. O futebol do Sporting passa então por cruzamentos para a área portista, sobretudo por Miguel Veloso. É nesta fase que se destaca a capacidade da nossa defesa no jogo aéreo. Poucos lances terão escapado aos centrais, protegidos ainda assim por um Nuno muito seguro, eficaz em todos os lances.

Na parte final do jogo a intensidade acabaria por baixar naturalmente, quer devido ao cansaço dos jogadores, quer devido a algum anti-jogo existente por parte dos jogadores do FC Porto.

No fim, um só resultado. A vitória. E mais que uma vitória, um quebrar de um ‘enguiço’ que eram estes confrontos entre o FC Porto de Jesualdo e o Sporting de Paulo Bento, que tantos dissabores nos trouxeram recentemente. O FC Porto é líder provisório, ganha confiança e Jesualdo alivia alguma da pressão após a humilhação de Londres. Muitos, durante estes dias, previram o final do FC Porto que existira nos últimos anos. Muitos pediram a cabeça de Jesualdo Ferreira, muitos o culparam por todos e mais algum problemas existentes no clube. São os mesmos que hoje, e esta semana, sorrirão, pois o seu clube terá renascido das cinzas, para lhes dar mais uma grande alegria.

Exibições individuais em destaque:

Nuno: Sublime. Irrepreensível. Teve a coragem de lutar directamente com os avançados do Sporting por duas vezes, em ambas arriscando o penalty mas em ambas bem sucedido. Teve boas defesas e foi seguro nos lances aéreos. Parece óbvio que o FC Porto se pode orgulhar de ter dois bons guarda-redes. Um aspecto os distinguirá: um claudica nos jogos importantes, o outro
vale pontos nesses mesmos jogos.

Bruno Alves: 100% eficaz a defender, apesar de raçudo praticamente não fez faltas e não foi violento. Mortífero a atacar, revelando-se um cobrador de livres a ter em conta no futuro.

Fernando: Mais uma enorme exibição deste jovem jogador. Será certamente o trinco do FC Porto para esta temporada e para o futuro. Nota-se que está a ser modelado pelo professor. Djaló poderia ter sido um problema, devido à sua velocidade e à sua mobilidade, que poderiam levar Fernando a perder o seu sentido posicional, desguarnecendo o espaço na entrada da área, mas mais uma vez este jogador revelou-se à altura das exigências e capaz de vir a ser uma peça importante da equipa.

Lucho: ‘El Comandante’ surgia neste jogo envolto em nevoeiro. Não tinha sido convocado para ojogo com o Paços, em Londres havia deixado uma ténue luz do seu futebol, permitindo assim que se levantassem muitas questões acerca do seu estado físico e psicológico. Neste jogo deu para perceber a sua importância no futebol da equipa. Mesmo não estando a 100% fisicamente, a sua eficácia no passe esteve perto dos 100%.

Lisandro: Foi o primeiro golo do melhor marcador da temporada transacta. No entanto, não comemorou esse mesmo golo. Se algo vai mal na cabeça de Lisandro, não sei, mas uma coisa é certa, mostrou durante os 90 minutos que a garra e a alegria de jogar nunca ninguém lhe as tirará.

Hulk: Voltou a entrar no decorrer da segunda parte, partindo para uma das suas melhores exibições no clube. Sendo verdade que não marcou nenhum golo, a sua capacidade de guardar a bola e escondê-la do adversário, deu muito jeito à equipa, ganhando e cantos e permitindo à equipa respirar.


A arbitragem:

A roçar a mediania. O penalty, apesar de discutível, é bem assinalado. Pecou Lucílio sobretudo pelas expulsões perdoadas a Abel e Tomás Costa e por um amarelo mostrado a Sapunaru quando este foi vítima de falta por parte de Derlei. Assumiu, no entanto, um critério disciplinar no início do jogo, que conseguiu manter durante todo o jogo.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

A Diferença entre um Canhão e uma Pistola

A Diferença entre o Arsenal e o Porto é só uma: Poder.

O Poderio é um conceito que não existe em algumas ideologias de vida. Erro. O Poderio existe, sempre existiu e continuará a existir. Hierarquia é um sistema organizacional que é inevitável, na medida em que "há uns que são melhores que os outros". E o Arsenal é melhor que o Porto. A começar pelo Ranking (lá está, inevitável) da Uefa em que os Gunners se encontram logo acima dos Portistas.


As redes Portistas foram hoje violadas por quatro vezes.


Não vale a pena estar aqui a explanar uma dissertação muito elaborada e floreada acerca do que se passou no relvado do Emirates Stadium. Dois golos em cada parte, repartidos pelos dois avançados arsenalistas: Van Persie, Adebayor, Van Persie e Adebayor. Uma mecânica possuidora de um ritmo demasiado alto para um Porto habituado a pautar a sua própria velocidade nos jogos do campeonato nacional. E talvez, se encontre aqui a origem para esta doença crónica nos jogos contra equipas da Premier League. Esta preguiça mental na execução de processos de jogo que os atletas do Porto apresentam nestes jogos. Lances ofensivos que trabalhados nos campos portugueses facilmente dariam golo, para a defesa do Arsenal é algo com que lida todos os fins de semana, jogando ao mais alto nível. Linhas defensivas que facilmente neutralizam avançados de Leixões, Paços e Belenenses, para Adebayors e Van Persies é algo demasiado permeavel comparativamente com o que têm de lidar todos os fins de semana, jogando ao mais alto nível. E é este o ponto fulcral no meio dos quatro golos: o nível é outro.

Sem me querer alongar mais numa argumentação que poucos argumentos tem para dar. A expressão "Há imagens que valem mais do que mil palavras" deve ser aplicada para avaliar este jogo. Deixo só aqui um último exemplo para que se perceba o porquê do "nível ser outro": se dividirmos o onze portista em três sectores, defesa, meio-campo e ataque e definindo o melhor jogador do plantel para cada, ficamos com Bruno Alves, Lucho González e Lisandro Lopez, todos teriam sérias dificuldades em arranjar um espaço no onze londrino.

MVP: Onze do Arsenal

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A Passo de Recém-nascido

O FC Porto da época passa foi um relógio suíço. Facto. Mesmo quando as suas individualidades se encontravam desinspiradas ao nível técnico, a confiança do colectivo no seu esquema táctico resolvia problemas como o do “Encalhamento nas Caxinas”.

Qualquer adepto portista que tenha vindo a acompanhar o percurso da sua equipa desde a mão cheia em Guimarães, pré época incluída, notoriamente terá reparado que a bateria daquele relógio tem vindo a morrer. O Porto tem sérias dificuldades em manter uma toada coesa e equilibrada ao longo dos 90 minutos de uma partida de futebol. Numa perspectiva extremamente analítica e pragmática, não é difícil de descobrir a razão para tal diminuição na cadência ofensiva da equipa: Lucho Gonzalez. Atenção! Não estou a tentar começar aqui uma argumentação tumor-lucho. Luis Gonzalez é, sem qualquer contestação o melhor jogador do nosso plantel, e arrisco-me a dizer que será o melhor do nosso campeonato. A questão não se prende com o valor individual do jogador, mas antes com a sua função no desenho táctico do onze portista. Lucho é o líder. Lucho é o condutor. Lucho é quem segura o fio de jogo portista. Mas toda a gente conhece, desde o primeiro dia que Luis Gonzalez vestiu a camisola azul e branca, que Lucho é um jogador demasiado débil fisicamente para carregar tal responsabilidade jornada após jornada. O desacelerar que se tem vindo a assistir de há uns meses para cá deve-se única e exclusivamente (na minha opinião, que vale o que vale) a uma enorme dependência do conjunto portista em relação ao seu comandante. Lucho precisa de alguém ao seu lado no centro do terreno com um QI futebolístico semelhante ao seu. Tomás Costa e Meireles são tremendos jogadores de equipa, mas em alguns momentos mostram limitações no que toca à técnica individual. Rodriguez podia complementar o ritmo de Lucho, mas tem a tendência natural de extremo para descair para as alas do relvado distanciando-se muitas vezes de Gonzalez. Finalmente, temos Guarin. O colombiano tem potencial, mas tarda em soltá-lo, com a sua idade e já alguma experiencia num campeonato europeu é preocupante assistir a momentos de alguma imaturidade e ingenuidade por parte do atleta. Penso, que na época de transferências, o nosso clube deixou escapar uma excelente oportunidade para arranjar tal jogador, o tal que tire peso dos ombros de Lucho na manobra ofensiva da equipa, estou a falar do jovem internacional brasileiro que trocou o Fluminense pelo Hamburgo, Thiago Neves.

Mas foi sem Thiago Neves que o FC Porto se apresentou na passada sexta-feira no Estádio do Dragão frente a um adversário que na jornada anterior tinha conseguido introduzir a bola por três vezes na baliza de um dos três grandes. No entanto, não era isso, com certeza, que pesava a cabeça dos nossos atletas e equipa técnica, mas antes os dois pontos que tinham deixado fugir nas Caxinas, por culpa própria, ao oferecerem 45 minutos de desconto ao cliente daquela jornada.
Na sexta, foi claro que era isso mesmo que preocupava o conjunto azul e branco, na medida em que, os primeiros minutos do encontro mostraram um FC Porto com uma vontade cega (o que, por vezes, conduziu a alguns lances disparatados) de marcar cedo para se livrar dos fantasmas que pairaram em volta do grupo ao longo de uma semana. Sempre liderados pelo enorme coração de Lisandro, pelo já comum amor de Meireles à camisola (desta vez com uma preocupação redobrada devido à ausência do seu habitual companheiro de meio-campo - Lucho), e por uma, agradável de se ver, entrega ao jogo de Rodriguez.

Com tamanha vontade colectiva, não foi estranho assistir ao golo madrugador de Meireles. Trabalho inconfundível de Lisandro, na linha de cabeceira, a assistir o número 16 para um remate colocado de pé esquerdo no limite da grande área. A partir deste momento, o costume. A ideologia pro-italiana de Jesualdo a impor o habitual ritmo de ponto-morto no jogo da equipa quando se encontra em vantagem no marcador. Confesso, que sou um fã dessa abordagem ao jogo. O Futebol moderno tem-nos dado provas de que tal abordagem dá resultados: Grécia no Euro 2004, Itália no Mundial de 2006, AC Milan demasiadas vezes campeão europeu desde que entramos no séc. XXI, a presença constante do Liverpool em fases finais dessa mesma prova, a presença do Villareal numas meias-finais de uma Champions League sem ganhar um único jogo após a fase de grupos, e até a maneira de jogar adoptada por Alex Ferguson na Champions da época passada. Só que para poder confiar numa tal abordagem ao jogo é preciso uma confiança extrema na segurança do eixo defensivo, sector onde é clara a situação de reconstrução que está a viver o plantel do FC Porto.

Jesualdo, já na segunda parte, viu que o Paços estava a entrar numa fase de recessão futebolística devido a uma clara crise no combustível das pernas dos jogadores, decidiu tentar matar o jogo ao colocar duas peças de ataque: Hulk e Candeias. Ambos entraram muito bem, sendo que o primeiro chegou mesmo a facturar, numa jogada iniciada e terminada com o seu talentoso pé esquerdo.

É um Porto ainda muito imberbe que se tem apresentado aos seus adeptos no inicio de temporada. Contudo, tal não é razão para assobios. Estamos falar do Tri-Campeão e de um dos Campeões Europeus do séc. XXI. É verdade que tal inigualável currículo possa acabar por se tornar numa lâmina de dois gumes, ao colocar a fasquia do nível de exigência portista demasiado alta para um clube que tem um orçamento demasiado pequeno comparativamente com tubarões como Man Utd, Real Madrid ou Inter.

Análise final: É preciso paciência para com esta equipa que acabou de perder ainda há poucos meses jogadores como Quaresma, Bosingwa e até Paulo Assunção. Rodriguez não é Quaresma, mas parece cada vez mais em sintonia com o fluxo de jogo portista, Sapunaru não é Bosingwa, mas é um jogador relativamente seguro no que toca a defender e com alguns rasgos interessantes no processo ofensivo da equipa, precisa de se ambientar com um dos processos mais complexos de uma equipa de futebol – a linha defensiva, e Fernando não é Assunção com toda a sua experiencia de jogo, mas mostra que tem tanto ou mais potencial que tinha o ex numero 6 portista aquando a sua chegada ao plantel vindo do Nacional.

MVP: Raul Meireles – 1 golo e uma assistência. Nada a acrescentar

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Encalhados nas Caxinas

Revelando uma apatia inaceitável para uma formação que procura revalidar o estatuto de Campeão, o FC Porto concedeu meio jogo de avanço ao Rio Ave. Perseguindo os três pontos após o interregno, os Dragões denunciaram novamente displicência e parca clarividência no último reduto adversário. O nulo constituiu um castigo merecido.


Lisandro continua incompatibilizado com a baliza após três partidas da Liga


Possivelmente acusando a exigência do embate de quarta-feira, a equipa apresentou-se no estádio dos Arcos depauperada, não aparentando ser capaz de contornar as dificuldades impostas pelo bem estruturado conjunto vila-condense, às ordens de João Eusébio.
Com a ala esquerda uruguaia em notório défice e Mariano novamente pouco inspirado, foi pelo centro que os azuis-e-brancos canalizaram a maior parte do seu jogo ofensivo, ainda que tanto Lucho como Meireles não se exibissem com particular fulgor. Acabou por ser um elemento improvável a sacudir a monotonia: Sapunaru arrancou pelo seu flanco e, após tabelinha com Lucho, ganhou a linha de fundo, atirando para defesa apertada de Paiva.
Do outro lado, as transições rápidas do Rio Ave provocaram alguns embaraços, expondo a intranquilidade dos jovens Rolando e, principalmente, Fernando. Helton foi forçado a duas boas intervenções até ao intervalo, após o qual Jesualdo se viu na necessidade de promover alterações.
Inconformado, o Professor subtraiu Mariano e Fucile à partida, apostando em Hulk e Lino. E se o avançado voltou a ser infeliz, já Lino revelou-se uma aposta ganha, contribuindo decisivamente para o estabelecimento de um domínio Portista que se intensificaria progressivamente até ao apito final.
Os defesas Sapunaru e Bruno Alves encontraram o caminho da baliza, mas os postes impediram o golo. Também Lisandro esteve por duas ocasiões na iminência de abrir o marcador, mas o goleador máximo da última edição da Liga ainda não reencontrou a soberba forma da época passada.
Os Dragões podem ainda queixar-se de uma grande penalidade evidente que Pedro Proença entendeu não sancionar, mas terão forçosamente que encontrar respostas na sua própria inépcia para encarar a próxima recepção ao Paços de Ferreira.

sábado, 20 de setembro de 2008

Banho Turco


Primeira jogo, primeira vitória na Champions 2008/2009. Está assim quebrada a "maldição" da primeira jornada sem ganhar, depois de uma pré temporada carregada de suspeições e devaneios, cada vez mais normais no nosso "abastado" burgo.

Começando pelo esquema de jogo das equipas: O Porto entrou com o seu 4-3-3 clássico, com os regressos de Mariano para a ala direita do ataque e de Benítez para a lateral esquerda, por culpa do castigo de Fucile. Além dos regressos, Jesualdo apostou na continuidade de Fernando, que tão boa conta deu de si no jogo com o Benfica, no lugar de trinco.

Quanto ao Fenerbahçe apresentou um esquema com quatro defesas, com Roberto Carlos (um dos melhores laterais do futebol mundial), um meio campo bastante povoado com dois médios de contenção, mais dois médios-ala e ainda um pivô ofensivo, Alex, a servir o único avançado da equipa, Daniel Guiza.

O Porto entrou muito forte com uma grande dinâmica, a explorar a apatia do conjunto turco que falhava passes atraz de passes quando pressionado. Foi sem surpresas que aos 11 minutos Lisandro aponta o primeiro após um passe cruzamento soberbo de Raul Meireles, estava assim feito o mais díficl. Dois minutos depois, Rodríguez foge pela esquerda, cruza para entrada de área onde aparece Lucho a rematar de primeira para o fundo da baliza de Volkan Demirel. Mais um grande golo do Porto.
A seguir, Lisandro, isolado, falha escandalosamente, ao tentar um chapéu. A bola saiu por cima.

O 2-0 começava a ser escasso, com tanto caudal ofensivo do campeão nacional. O Fenerbahçe podia tornar-se na desilusão da noite, depois de uns fantásticos quartos de final na época passada.

Mas tudo muda ao minuto 29, com Boral a passar facilmente por Sapunaru e a cruzar para Guiza, que consegue bater Hélton à segunda. O jogo estava relançado.
Após uma entrada fulgurante, o Porto deixou de impor o mesmo ritmo e o Fenerbahçe começou a soltar-se com Roberto Carlos a descer constantemente pelo flanco.
Ao intervalo, o jogo estava equilibrado, e Jesualdo devia começar a pensar no que fazer para evitar males maiores.

A 2ª parte começou com um Porto a tentar entrar bem no jogo, mas sentia-se que a equipa começava a ressentir-se da paragem prolongada no campeonato.
Jesualdo mexe pela primeira vez na equipa ao minuto 60 para lhe tentar dar outra iniciativa ao substituir o desinspirado Mariano por Hulk. No entanto, já o Porto deixara de controlar o jogo e, sentia-se cada vez mais um clima de nervosismo nas bancadas. Numa tentativa de segurar o meio campo, Jesualdo faz nova troca por troca, substituindo Meireles por Tomás Costa.

Foi com muito sofrimento que os adeptos assistiram aos últimos vinte minutos do jogo, com o Porto a dar muito espaço para as subidas dos laterias turcos, deixando, ao mesmo tempo, o adversário manobrar no seu meio campo defensivo. O golo podia surgir a qualquer momento.

Com alguma sorte, chagávamos ao minuto 90 com o mesmo resultado e o treinador portista decide fazer a sua última substituição, tirando Rodríguez para meter Lino. Outra troca por troca, apenas para queimar tempo. A estrelinha acabou por dar o seu último brilho já em período de descontos com uma jogada de insistência de Sapunaru, a culminar no remate de Lino para fechar o resultado.

Uma espectacular entrada do Bi-campeão europeu fazia supor outro resultado. Mas foi só enquanto durou, já que a falta de ritmo, motivada pela paragem do campeonato e das muitas viagens para jogos entre selecções tornou-se por demais evidente, não permitindo ao Porto ser dominador durante os segundos 45 minutos. Também a pouca experiência de alguns jogadores, sobretudo dos laterais, ajudam a explicar o desnorte no último terço da partida. Quanto ao Fenerbahçe, mostrou ter alguma qualidade individual, mas também ainda pouco entrosamento e pouca cabeça fria para agarrar o jogo nos momentos decisivos.

Um resultado melhor que a exibição, que não deixa de ser bastante auspicioso, depois de uma meia hora de altíssima qualidade e rendimento.

Notas Positivas:

Lucho González - O melhor jogador do Porto em todos os aspectos. Este ano com outro protagonismo devido ao avanço no terreno que a saída de Quaresma lhe proporcionou, beneficiando da maior disciplina táctica de Rodríguez. Neste jogo não deixou de assumir a batuta e apontar mais um grande golo.

Raul Meireles - Grande carácter e grande jogador. Mais um jogo de sacrifício do médio, que não deixou de atacar todas as bolas, recuperando-as e lançando a equipa para o ataque. Foi dele o grande cruzamento para o golo de Lisandro.

Fernando - Ainda é cedo para se afirmar que o Porto continua forte nesta posição como nas épocas passadas, mas a avaliar pela amostra, mais fraco não estará.

Notas Negativas:

Sapunaru - Continua a desiludir um pouco este lateral direito depois do alto investimento. Pouco afoito a subir no terreno e pouco decidido ao encarar o oponente directo. Continua a dar espaços a mais para os cruzamentos dos extremo adversários.

Mariano - Mostrou durante todo o jogo não estar ainda totalmente recuperado da lesão que o afecta. Por isso, foi sempre o elo mais fraco no desenvolvimento atacante portista.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

O Final do Defeso

O mercado de transferências encerra hoje, indelevelmente marcado pelas peripécias que envolveram a saída de Ricardo Quaresma para o Inter de Milão. Distinguem-se, assim, os últimos contornos do plantel com que o FC Porto encarará a época 2008/09.


A camisola 7 ficará sem dono; Quaresma mudou-se definitivamente
para a capital da Lombardia.



Comunicado

«A Futebol Clube do Porto - Futebol, SAD, nos termos do artigo 248º nº1 do Código dos Valores Mobiliários, vem informar o mercado que chegou a um acordo de princípio com o Inter de Milão para a cedência, a título definitivo, dos direitos de inscrição desportiva do jogador profissional de futebol Ricardo Quaresma.

O acordo foi fixado em 24,6 milhões de euros e prevê o recebimento de 18,6 milhões de euros, ao qual acrescerá o valor de 6 milhões de euros, resultante da aquisição dos direitos de inscrição desportiva do jogador Pelé. Este atleta irá celebrar um contrato desportivo com a F.C.Porto - Futebol, SAD o qual será válido por um período ainda a definir.

O valor global a receber por esta transferência poderá atingir os 30,6 milhões de euros, dependendo da performance desportiva do atleta Ricardo Quaresma e do próprio clube que irá representar, Inter de Milão, durante as próximas 3 épocas desportivas.

Mais se informa que a formalização final deste acordo está dependente da celebração dos contratos de trabalho dos atletas supra referidos com os respectivos clubes e da conclusão dos exames clínicos a que se irão submeter.


Resta-nos agradecer ao Ricardo por tudo o que nos ofereceu durante os últimos quatro anos. Foram já feitas referências ao seu percurso no Clube, bem como ao modo atribulado como se processou a sua transferência.

Boa sorte!



Toma então forma definitiva o grupo de trabalho. Salta à vista a quantidade avultada de médios, que sugere a possibilidade do 4-4-2 ganhar preponderância nas opções tácticas do Professor Jesualdo Ferreira, ideia credibilizada pelo onze que defrontou o Benfica na Luz. O 4-3-3 deverá, contudo, manter a prioridade na maioria dos desafios.


Tomás Costa ajudou ao esboço de um quarteto na intermediária.


Guarda-Redes: Helton (30 anos); Nuno (34 anos); Ventura (20 anos) | Média: 29 anos

Defesas: Bruno Alves (26 anos); Pedro Emanuel (33 anos); Stepanov (25 anos); Benítez (24 anos); Fucile (23 anos); Rolando (23 anos); Lino (31 anos); Săpunaru (24 anos); Tengarrinha (19 anos) | Média: 26 anos

Médios: Pelé (20 anos); Guarín (22 anos); Lucho (27 anos); Rodríguez (22 anos); Mariano (27 anos); Meireles (25 anos); Bolatti (23 anos); Tomás Costa (23 anos); Fernando (21 anos); Rabiola (19 anos) | Média: 23 anos

Avançados: Lisandro (25 anos); Hulk (22 anos); Tarik (31 anos); Farías (28 anos); Candeias (20 anos) | Média: 25 anos

Média Global: 25 anos | 183cm


Possível Equipa Titular: Helton; Săpunaru, Bruno Alves, Rolando e Fucile; Pelé, Meireles e Lucho; Mariano, Rodríguez e Lisandro

Média: 25 anos | 182 cm | 3 épocas ao serviço do Clube (arredondamento por excesso de 2,7)


Por comparação, percebe-se que a equipa terá perdido experiência relativamente à época transacta, quando a média subia praticamente para mais um ano de permanência no Clube por cada titular (3,4). Regista-se ainda a entrada directa para o onze de quatro atletas chegados recentemente, algo que não se verificava de todo há um ano.

A tendência estende-se também ao banco de suplentes, onde apenas Nuno, Pedro Emanuel, Stepanov, Lino, Bolatti, Tarik e Farías integravam o plantel em 2007.

Por outro lado, são mais de 20 os centímetros crescidos na defesa e no meio-campo defensivo, tendência que se vem acentuando desde que Jesualdo assumiu o comando dos destinos do Clube.

domingo, 31 de agosto de 2008

Benfica 1 - FC Porto 1

O FC Porto não ganhou um ponto, perdeu dois. Para a maioria dos clubes, empatar na casa de um rival até é considerado um bom resultado, mas no Clássico de ontem, para o FC Porto e adeptos, não chegou. E tudo isto porque, como vem sendo hábito nos últimos encontros com o rival Benfica, o FC Porto foi à Luz jogar apenas para a vitória. O FC Porto foi superior durante quase todo o jogo e por isso não é de estranhar que o empate deixe alguma amargura na boca de quem ansiava por gritar pelo golo da vitória, que contudo, não acabou por acontecer. Foi triste ver uma equipa como o Benfica, a jogar perante o seu público, defender com unhas e dentes, o empate, injustamente conquistado.

Mas rebobinando um pouco o assunto, o FC Porto partiu para este jogo sabendo Mariano estava impedido de jogar o Clássico, por motivo de lesão. O problema é que Mariano é uma peça importante para que o FC Porto rode o seu habitual esquema táctico de 4-3-3 sem adaptações e não um esboço alternativo utilizado por exemplo na Supertaça Cândido Oliveira contra, o também rival, Sporting obrigando o FC Porto a jogar com um segundo ponta de lança (Farías) e com Lisandro a descair para a ala.

Ainda com a memória da Supertaça presente, Jesualdo não teve alternativa senão arriscar várias alterações na equipa do FC Porto, retirando a titularidade a Benítez e ao capitão Pedro Emanuel em relação ao jogo anterior com o Belenenses. O lado esquerdo entregou a Fucile e manteve Sapunaru na direita. Apostou na dupla Rolando – Bruno Alves para o centro da defesa e Fernando como trinco. Raul Meireles, Lucho, Rodríguez e Tomás Costa completaram o meio campo e Lisandro (pretensamente) sozinho na frente. Helton na baliza.

Substituições: Guarín por Tomás Costa aos 46' ; Hulk por Fernando aos 62' e Candeias por Raul Meireles aos 82'



Quanto ao jogo propriamente dito, o FC Porto entrou muito bem e logo ao minuto 10 chegaria ao golo por intermédio Lucho Gonzalez na marcação de uma grande penalidade. Penalty esse claríssimo e sem ponta de discussão. Lucho desmarca-se dentro da área e permanentemente agarrado por Katsouranis é impedido de chegar à bola. O grego viu o primeiro amarelo.

Após a vantagem, o FC Porto procurou defendê-la mais atrás e explorar possíveis fragilidades partindo para o contra-ataque. Foi a melhor fase do Benfica no jogo criando por duas vezes perigo à baliza de Helton. Foi interessante ver da parte de adeptos do Benfica comentários como: “esmaga Benfica”, “Benfica está a massacrar”, “o FC Porto só defende”. Cinco minutos depois Quim estava a protagonizar uma série de grandes defesas e um pouco mais tarde Lisandro tirou tinta ao poste. E assim as duas equipas foram para o intervalo.

A segunda parte ficou marcada pela clara superioridade do FC Porto, pela injustiça de um golo sofrido (Helton teve grande parte das culpas, mas Bruno Alves também não está totalmente isento. Houve falta de comunicação numa primeira fase e facilitismo na segunda). Katsouranis acabou por ver o segundo amarelo ser expulso numa entrada mais dura. Depois disso o Benfica teve uma série de problemas físicos com os jogadores. Mas um ou dois é azar, mas neste caso deu a sensação de que faltou algo na pré-época e nesse sentido, os vários problemas físicos podem ser vistos como problemas auto infligidos de quem não soube gerir esforço.

O FC Porto não soube aproveitar e nos 30 minutos finais ao Benfica só lhe passou a interessar defender o empate e fechou-se na sua defesa.



Notas Positivas:

Equipa de arbitragem. Esteve muito bem. Pena foi que os sucessivos mergulhos (habituais) de Léo e Di Maria passassem em claro.

Jesualdo Ferreira. Percebeu que poderia ganhar e apostou tudo o que podia no ataque à vitória, com as substituições de Hulk, Guarín e Candeias. Só a saída de Tomás Costa pareceu prematura.

Defesa do FC Porto. Sapunaru cada vez melhor. Fucile deu conta do recado e é mais seguro que Benítez. Dupla central Rolando – Bruno Alves muito sólida e rápida.

Fernando. Não faz esquecer Paulo Assunção, mas é muito trabalhador e tem um grande potencial. O cartão amarelo condicionou-o.

Lucho. Manteve a sua forma e mostrou porque lhe renovaram o contrato. Grande classe e exibição de grande nível. Quando baixou o ritmo o FC Porto ressentiu-se.

Quim. Se Lucho não fosse considerado o Homem Do Jogo, seria Quim. E isso diz tudo.

Adeptos do FC Porto. Uma imagem vale por mil palavras.



Notas Negativas:

Helton. Os adeptos começam a perder a paciência. Erros atrás de erros que custam pontos preciosos e quase sempre em jogos grandes. Faz lembrar David James.

Adepto. De notar um acontecimento muito grave na primeira parte, por volta do minuto 20. Um adepto do Benfica conseguiu furar calmamente a segurança (composta por 600 agentes imagine-se) e agrediu o árbitro auxiliar José Ramalho. Aguarda-se uma punição adequada, já que o adepto em causa procurou, à força, influenciar o árbitro.

sábado, 30 de agosto de 2008

Adversário ao Raio-X: SL Benfica

Sport Lisboa e Benfica
Sábado, 30 de Agosto de 2008

-> Breves:

Fundado em: 1904
Nº de Sócios: 174.000

Presenças na 1ª liga: 70
Melhor Classificação: 1º (Última em 2004/05)
Classificação em 2007/2008:

Presidente: Luís Filipe Vieira
Treinador: Quique Flores
Capitão: Nuno Gomes

Plantel:



Nota: Suazo juntou-se ao ataque do Benfica nas últimas horas, mas ainda não se encontra inscrito.

Jogadores: 26
Média Idade: 25
Média Altura: 181 cm
Média Peso: 75 Kg


A Filosofia do Treinador:



Metódico, estudioso e organizado, Quique Flores é um treinador com métodos e critérios muito próprios. O 4x4x2 que o espanhol emplementou na luz parece apontar para um treinador que priveligia o futebol ofensivo, mas a verdade é que a sua preferência passa pelo resultado. Quique gosta de jogadores com pulmão e disciplinados tacticamente. Além disso, o espanhol é muito exigente no que toca à forma física dos seus jogadores, trabalhando imenso o físico dos jogadores nos treinos.

Top 5 Players:

-> Quim:


O agora número um da selecção nacional está no pico da sua carreira. Titular indiscutível desde há duas épocas, Quim tem-se exibido a grande nível na baliza do Benfica, salvando inúmeras vezes uma equipa que apresenta algumas dificuldades na sua organização defensiva.

-> Katsouranis:



Seja na defesa, seja no meio-campo, o médio grego é ponto de socorro na Luz. Katsouranis é um jogador que ocupa muito bem os espaços, muito forte no jogo aéreo, seguro e que também faz golos, sobretudo de cabeça. Durante a pré-época constataram-se indícios de que o jogador alinhará na defesa, embora possa subir no terreno no decorrer da época.

-> Carlos Martins:


O médio pegou de estaca no meio-campo encarnado. Carlos Martins é um jogador completo, joga em equipa e empresta muita agressividade ao meio-campo. Apetência para as bolas paradas, bom jogo de passe, exímio atirador de longa distância, são algumas das qualidades do internacional português.

-> Pablo Aimar:


A mais sonante contratação para esta temporada. O internacional argentino deixou todos os benfiquistas com água na boca e nele se depositam grandes esperanças para esta época. Médio criativo que actua nas costas do ponta-de-lança, o argentino é explosivo, facilidade de drible, exímio assistente para golos e apresenta um futebol imprevisivel. No entanto, parecem existir algumas dificuldades para encaixar Aimar no esquema táctica de Quique.

-> Cardozo:


O bombardeiro da equipa. Detentor de um pé esquerdo capaz de fazer grandes estragos, o gigante parece ter ultrapassado os problemas de adaptação e procura a sua afirmação no futebol europeu. Apesar do aspecto tosco, o ponta-de-lança é capaz de resolver o jogo de um momento para o outro, sobretudo fazendo uso do seu potente pé esquerdo. Além disso, o paraguaio é perfeito na execução de bolas paradas e bastante razoável no jogo aéreo.

-> Outros Nomes:
Léo, Luisão, David Luiz, Nuno Gomes, Reyes, Di Maria, Sidnei, Yebda, Balboa.


A Táctica: -> 4x4x2



-> Baliza:
Quim será o número 1. O Guarda-Redes não tem uma função específica na táctica, pelo que alternará os chuveirinhos com as reposições curtas consoante o resultao.

-> Defesa:
A disposição será a tradicional - 4 defesas - embora Quique queira os laterais mais adiantados no terreno do que os centrais.
Ainda falta um lateral direito ao plantel, pelo que Maxi Pereira será, por enquanto, a opção principal. No lado oposto, Léo será o eleito. Ambos os laterais terão funções ofensivas, embora subam alternadamente, consoante o lado por onde a equipa estiver a atacar.
No que toca aos centrais, Luisão e Katsouranis deverão ser os centrais da equipa, uma vez que David Luís se encontra lesionado.

-> Meio-Campo:
Dois médios dinâmicos, compatíveis, incansáveis e capazes de precorrer todo o terreno de jogo. Carlos Martins e Yebda enquadram-se no perfil, e deverão ser os titulares, embora Carlos Martins apresente algumas limitações físicas. Só um médio subirá no terreno, sendo que o outro cubrirá a rectaguarda.

-> Extremos:
A maior incógnita do momento no que toca à distribuição da titularidade reside nestas duas posições. Ruben Amorim e Urreta têm sido as opções, mas agora Quique já pode contar com Reyes e Di Maria. Independentemente das opções escolhidas, as funções são certas: os extremos têm indicações para descair para o meio para que os laterais possam subir pelas suas costas. Nos processos defensivos, ambos acompanham e marcam os laterais da equipa adversária.

-> Ataque:
Um jogador fixo, outro vagabundo. Deverão ser Cardozo e Aimar,embora Aimar possa trocar de posição com algum dos flanqueadores. As dinâmicas são as do tradicional 9 e 10, sendo que o 10 terá uma movimentação mais frequente.

-> Dinâmica de Jogo:
- Previlégio da posse de bola.
- Movimentações ofensivas frequentes.
- Um jogador nas costas do que possui a bola.
- Remates de longe na zona central.
- Ataque iniciado na zona central, mas alongado a um dos flancos.
- Controlo de jogo após vantagem no marcador.

-> Top +
- Leque atacante de grande qualidade.
- Equipa possui exímios batedores de bolas paradas.
- Disciplina táctica do treinador.
- Equipa bem reforçado no defeso de transferências.

-> Top -
- Falta de cordenação defensiva.
- Equipa com dificuldades ao jogar sob pressão.
- Descordenação na defensiva de bolas paradas.

-> Curiosidades:
- Rodriguez vai regressar ao estádio onde jogou a época passada e não se espera um ambiente agradável para o jogador.
- FC Porto não perdeu para o Benfica nas últimas 4 partidas.


FORÇA FC PORTO!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Champions League 2008/2009 - O Sorteio

Está de volta a mais prestigiada competição de clubes à escala planetária, e o FC Porto, gozando do estatuto de Tri-Campeão Português e recordista de presenças na prova a par do Manchester United - 14 em 17 edições -, viu novamente o seu nome constar do sorteio da Fase de Grupos.


A sorte colocou Arsenal, Fenerbahçe e Dínamo de Kiev
no caminho do Porto.



Há sempre reencontros a registar quando os maiores emblemas do futebol europeu se reúnem. No Grupo H, o destaque vai naturalmente para o embate entre FC Porto e Dínamo de Kiev, vice-campeão ucraniano, na reedição da mítica meia-final de 1987, em que a formação lusitana superou aquela que constituía a espinha dorsal da selecção soviética, ao comando de Valeri Lobanosvky. Futre, André, Celso e Gomes foram os heróis de então.
Mais de duas décadas volvidas, os Dragões regressam ao frio glacial do Estádio Olímpico, onde já não moram figuras lendárias como Belanov e Blokhin. A estrela da companhia é agora o poderoso atacante Artem Milevsky, acompanhado por vários internacionais de diversas nações leste-europeias, que conferem ao Dínamo coesão e experiência; insuficientes, no entanto, para fazerem frente ao Sporting, que na temporada passada se lhes superiorizou por duas ocasiões.

Familiar soa igualmente o nome da Arsenal, que visitou o Dragão na edição de 2006/07. Ainda com Thierry Henry como cabeça de cartaz, os gunners impuseram-se no Emirates Stadium por dois golos sem resposta, beneficiando de sorte e, fundamentalmente, passividade por parte dos azuis-e-brancos para segurarem um conveniente empate na Invicta que valeu a qualificação de ambos os conjuntos à fase subsequente.
Algo fragilizados pelas saídas de Flamini, Hleb, Gilberto e Senderos, os londrinos têm no promissor médio gaulês Samir Nasri, que defrontou o FC Porto ao serviço do Marselha no último ano, a principal novidade de um plantel onde pontificam Rosický, van Persie, Adebayor e Fabregas.


Por fim, o Pote 3 reservou um adversário incómodo. O Fenerbahçe, que recentemente tem protagonizado investimentos relevantes no plantel, vem de uma época fantástica onde alcançou os quartos-de-final da Champions, procurando repetir o êxito. Para tal, conta com uma sólida base de internacionais turcos mesclada com reputados sul-americanos como Lugano, Roberto Carlos e Alex, bem como o ponta-de-lança Daniel Güiza, que rumou às margens do Bósforo a troco de 14M€. Ainda mais adverso será o ambiente em Istambul. Depois da bem sucedida deslocação ao terreno do Beşiktaş, os Dragões jogarão agora perante mais de 50 mil fanáticos no recém-renovado Şükrü Saracoğlu.

Será provavelmente nos desafios ante os turcos que se decidirá a passagem à fase seguinte, procurando o FC Porto alcançar as rondas eliminatórias pela quinta ocasião em seis anos.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Dossier Quaresma

Quaresma está vendido desde a época passada. O comum adepto portista já estava preparado para perder o Mustang no último defeso e, chegada ao final a temporada 2007/2008, Quaresma já não era mais que um hipotético conjunto apetecível de zeros num cheque vindo de um qualquer colosso do futebol europeu. O Inter apareceu mas tarda em rubricar o negócio.


Quaresma: entre a desilusão de mais uma época no Dragão
e o fantasma da pré-época perdida em Itália.

Pinto da Costa, no seu registo habitual que ajudou a fazer do Porto um clube vendedor por opção e não por imposição (ainda que uma ou duas vendas milionárias por época sejam quase tradição na Invicta), cometeu, neste Verão, erros de casting aos quais não estamos acostumados.

Com as célebres declarações dos 40 milhões menos um euro, Pinto da Costa, mais do que pôr expectativas no valor da venda de Quaresma, pôs pressão em si próprio ao prometer um negócio que excederia o valor dos campeões nacionais Pepe e Anderson, dobraria o valor de Bosingwa e passaria mesmo os de Paulo Ferreira, Deco e Ricardo Carvalho, que saíram como vencedores da UEFA e da Champions League em anos consecutivos. Mais ainda, prometeu uma surpresa, que passou a fazer mais sentido ainda, pela possibilidade de perda de um dos últimos génios a actuar em Portugal.

Tudo isto deixou de ser ambicioso e passou a ser terreno perigoso quando avaliado o contentamento dos adeptos para com o 7. É certo que Quaresma marcou na Luz o "golo do título" mas os assobios, as exibições pouco constantes e os tiques de vedeta que lhe eram, justa ou injustamente apontados, apagaram, de certa forma, as estatísticas que apontavam para um Quaresma ao nível que dele esperamos.

A grande questão é que, mais do que números, mais do que trivelas, mais do que os flashes e nomeações como estrela da equipa, o Tribunal do Dragão (e com que nostalgia me ia fugindo o teclado para as Antas) procura garra, entrega, esforço que é personificado em jogadores como Bruno Alves, Lisandro ou Raul Meireles. E o tribunal do Dragão deixou sair Quaresma em liberdade condicional com caução de 40 milhões de euros.

Foram ouvidos rumores de 20, 25, 30 milhões, Pelés, Riquelmes e Adrianos... Mas a pré-época já lá vai, o campeonato já arrancou em Portugal, arrancará em breve na Itália e o Agosto vai alto e ainda Quaresma não joga, não sorri nem faz sorrir adeptos, colegas e treinador que, admita ou não, teve que preparar duas equipas que tinham no elemento possivelmente ausente a sua peça chave: nas compras, nas dispensas e, quem sabe, até no modelo de jogo (ainda que Mariano esteja a arrancar em grande e Tarik tenha feito uma época passada em cheio) que cheira a 4-4-2, com um meio campo musculado de Meireles, Guarín, Tomás Costa e Lucho.

O jovem trinco português foi insistentemente apontado como moeda de troca
no negócio entre Porto e Inter.


Resta saber se Moratti e Mourinho estarão dispostos a dispender os 40 milhões para levar o cigano para outras paragens ou se Quaresma ficará mesmo aprisionado numa "prisão domiciliária" naquela que deixou, há muito tempo, de ser a sua casa.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Ambições renovadas

A bola já rola. Depois de um defeso marcado por mais uma vitória sobre o Benfica, desta feita nos tribunais, os Dragões regressam finalmente à competição. Perdida a Supertaça para o adversário do costume e sofridas algumas alterações de monta no plantel, a estreia na Liga agradou ao público do Dragão. O objectivo é o de sempre.


O capitão Pedro Emanuel ergue o título de Campeão Nacional
referente à época transacta.



Com valores de entradas e saídas a equilibrarem-se em torno dos 25M€ e um caso singular na figura de Quaresma e seu namoro declarado com o Inter de Milão, esta é claramente uma fase de reestruturação nos azuis-e-brancos.
José Bosingwa rumou a Londres após cinco temporadas a defender o emblema da Invicta, juntando-se aos seus bem conhecidos Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Deco e Scolari a troco de mais de 20M€. Também Paulo Assunção trilhou outros caminhos. Após três épocas de titularidade que resultaram noutros tantos títulos de Campeão, o trinco brasileiro rescindiu unilateralmente contracto e transferiu-se para Madrid. O processo segue no Tribunal Arbitral de Desporto.
Já elementos menos preponderantes, como Marek Cech e Hélder Postiga, escolheram dar novos rumos às carreiras, mudando-se respectivamente para West Bromwich e Alvalade.
E o capítulo das vendas estaria encerrado não fora Ricardo Quaresma. O extremo não esconde a vontade de actuar num campeonato mais mediático e vê na nova equipa de José Mourinho uma excelente oportunidade. Contra si joga a cláusula do seu contrato que avalia o seu passe em 40M€. O Porto não está interessado em ceder a propostas substancialmente inferiores, e a novela arrasta-se sem que o talentoso nº7 ofereça a sua contribuição à equipa, afastado que se encontra das convocatórias. A janela de transferências encerra dentro de uma semana.

No outro prato da balança, foi novamente vincada a aposta em sul-americanos, recaindo o destaque no uruguaio Cristian Rodríguez. Aos 22 anos, o extremo esquerdo troca a Luz pelo Dragão num negócio avaliado em 7M€ que exaltou ainda mais os ânimos entre os rivais.
Rodriguéz junta-se assim ao seu compatriota e colega de selecção Jorge Fucile, devendo integrar o tridente ofensivo do Tri-Campeão a par de Mariano González e Lisandro López.
Na defesa, todas as zonas foram reforçadas. Nelson Benítez chegou do Lanús para disputar com Fucile e Lino a titularidade no lado esquerdo, enquanto que o internacional romeno Cristian Săpunaru foi o escolhido para suceder a Bosingwa na direita. Face à dispensa de João Paulo, o jovem internacional sub-21 português Rolando trará mais competição à posição de central.
Também no miolo a concorrência aumentou. Ao regresso de Fernando, emprestado ao Estrela da Amadora, juntam-se os jovens Freddy Guarín, um talento em bruto, e Tomás Costa, trabalhador incansável, médios de características intermédias que procurarão assegurar um lugar ao lado dos intocáveis Raúl Meireles e Lucho González.
Para a dianteira estava reservada a maior surpresa do mercado. Vindo da obscura J-League, principal escalão do futebol japonês, o brasileiro Givanildo Souza, conhecido no mundo do futebol por Hulk, exigiu à SAD Portista um esforço financeiro extravagante que despertou enorme desconfiança no seio dos adeptos. Desconhecido na Europa, Hulk demonstrou desde logo pormenores auspiciosos, aparentando possuir os atributos físicos e técnicos que lhe poderão valer uma carreira de sucesso no Velho Continente. Para já, parece ter ultrapassado Farías na hierarquia dos avançados, não sendo de descartar a sua titularidade numa fase posterior da temporada. O extremo Candeias, produto da formação azul-e-branca, que brilhou na 2ª Liga ao serviço do Varzim, está de volta a casa, esperando somar minutos de alta competição.

Quanto ao figurino, nada de novo. O Professor Jesualdo Ferreira procura tornar-se no primeiro treinador Tri-Campeão da história do FC Porto, que, por sua vez, almeja o seu segundo Tetra.
José Gomes sucede a Carlos Azenha, anterior adjunto que tentará uma carreira como treinador principal.
O 4-3-3 será novamente o sistema táctico de eleição, privilegiando as mobilidade dos três atacantes e valendo-se da mestria de Lucho González para municiar todas as manobras ofensivas.

Raúl Meireles, Mariano e Lucho são três dos prováveis titulares
do FC Porto 2008/09
.


Ontem, frente a um depauperado Belenenses, os Dragões apresentaram-se perante o seu público com uma vitória incontestável, apesar da desinspiração e cansaço patentes em algumas das suas pedras fulcrais, sujeitas a enormes deslocações decorrentes de compromissos internacionais.
Face a exibições menos conseguidas de Lucho, Lisandro e Rodríguez, os holofotes centraram-se inusitadamente num renovado Mariano e nos recém-chegados Tomás Costa e Hulk.
Revelando algumas descoordenações pouco usuais no centro da defesa, os Portistas permitiram veleidades aos visitantes em alguns lances de bola parada, mas foram globalmente bem superiores ao azuis do Restelo, que viram Lisandro López falhar o golo por três ocasiões. Numa delas, Mariano surgiu oportuno para emendar para o fundo das redes de Júlio César. O extremo argentino não se ficaria por aí, arrancando pouco antes do intervalo um remate portentoso que embateu com estrondo no poste.


Ainda que não tenha feito o gosto ao pé, Lisandro permanece a
principal referência ofensiva dos Dragões.



O meio campo trabalhador do Porto, constituído por Raúl Meireles e Tomás Costa, foi gerindo a partida sem sobressaltos. Até que surgiu Hulk. Qual super herói, o brasileiro sacudiu a partida com várias iniciativas de relevo e acabou recompensado com um fabuloso golo de meia distância após assistência de Sapunaru. Estreia de sonho na Liga para o atacante, que selou o marcador.

O Campeão entra assim a ganhar, uma semana antes da deslocação a Lisboa.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Tri-Campeões!

O Dragão fervilhava de espectativa. Por pouco tempo. Após duas reviravoltas, ante Leixões e Belenenses, os azuis-e-brancos não deixaram créditos por mãos alheias e arrasaram o Estrela da Amadora por enfáticos 6-0, antecipando o São João em quase três meses, um recorde absoluto do Clube.


Eis o onze que mais vezes alinhou pelo FC Porto esta época.


O desafio resumiu-se a uma mera formalidade, noventa minutos de suplício que o Estrela teria certamente evitado à partida, assim pudesse. Lucho, Quaresma, Tarik e Lisandro recrearam-se constantemente com a bola, deliciando a plateia com mais uma demonstração cabal da enorme qualidade que distingue o FC Porto da concorrência intramuros. A formação portuense conta com os melhores ataque (49 golos marcados), defesa (9 golos sofridos, apenas 1 em casa), marcador (Lisandro Lopez, 21 tentos) e sequência invicta (13 jogos) da prova.
A festa, que há muito se havia expandido às bancadas, abarcou então a Alameda das Antas, a cidade, a região e ecoou um pouco por todo país e mundo, onde quer que a diáspora azul-e-branca nos tenha levado.
Consumou-se assim o terceiro título consecutivo dos Dragões, o segundo «Tri» da sua história. Foi ainda o quinto dos últimos seis anos, o décimo dos últimos quinze, o décimo sexto dos últimos vinte cinco, o décimo oitavo dos últimos trinta.
Pedro Emanuel mantém-se no topo da lista dos atletas do plantel com mais campeonatos conquistados, ampliando a conta para seis - cinco deles ao serviço do FC Porto -, cabendo a José Bosingwa o papel de mais directo perseguidor, com quatro.
Jorge Nuno Pinto da Costa ultrapassou Santiago Barnabéu, lendário líder madrileno, como dirigente mais titulado da história do futebol.




A Nação Portista está de parabéns. Venha a Taça!


domingo, 16 de março de 2008

Tri cada vez mais perto

Na complicada deslocação ao Estádio do Mar, o F.C. Porto venceu o Leixões por 1-2 e assegurou mais 3 pontos, importantes no caminho para a conquista do Tri-Campeonato.

Os azuis e brancos começaram muito bem o jogo, com uma grande vontade de o resolver rapidamente, mas não fossem os sucessivos foras-de-jogo mal assinalados pelo árbitro assistente e algumas boas intervenções do guarda-redes da casa, o F.C. Porto poderia ter resolvido a jornada mais cedo e poupado os adeptos de algum aperto.

Aperto esse, consolidado com um golo madrugador do Leixões, no inicio da segunda parte, que obrigava o F.C. Porto a pegar no jogo com mais intensidade ainda e a marcar dois golos, naturalmente. Assim mesmo aconteceu, o primeiro por Lisandro (Quem mais poderia ser...) e o segundo por Tarik Sektioui - minuto 77 e 85 respectivamente.

Num campo onde Benfica e Sporting não conseguíram triunfar, o F.C. Porto conquista os três pontos e em pleno Estádio do Mar, embala num tradicional Rabelo velejando pelo Tri-Campeonato adentro.

terça-feira, 11 de março de 2008

Passeio com destino ao Tri

No regresso à Bwin Liga depois da eliminação da Champions frente ao Schalke 04, o FC Porto levou de vencida a Académica pela margem mínima com golo de Ricardo Quaresma. Os dragões viram assim a sua vantagem para o rival Benfica aumentar em dois pontos, cifrando-se agora nos 14 pontos de vantagem. Um verdadeiro passeio da equipa de Jesualdo Ferreira.

Não fosse a lesão de Bosingwa e a equipa do Porto seria a mesma que defrontou o Schalke a meio da semana. Jesualdo não olhou, portanto, ao desgaste físico e emocional que os seus jogadores evidenciavam. E pelo começo, notou-se algum cansaço, de facto. O Porto atacava e queria resolver o jogo rápido mas faltava o último passe e inspiração no momento de decidir o que fazer, o que se deve também à atitude defensiva da equipa de Domingos Paciência. O primeiro lance "a sério" do Porto surge aos 15 minutos quando Lucho descobre Lisandro (filme reptido vezes sem conta ao longo da época) que marca mas o árbitro invalidou o golo por alegado fora-de-jogo. Estava adiada a festa dos cerca de 31 000 portistas presentes no Dragão. Adiada por 15 minutos, diga-se. Aos 30, Ricardo Quaresma remata de fora da área num pontapé que levou algum efeito mas que contou com a deficiente abordagem ao lance de Pedro Roma para entrar na baliza. Estava feito o primeiro e quebrado o gelo no Dragão. Depois do golo, mais do mesmo, Porto a meio-gás e uma Académica que se tornava uma boa amiga da passividade portista.

A segunda parte foi um deserto de futebol de qualidade, um verdadeiro convite ao sono. Pouco futebol, muitas paragens, uma Académica com futebol paupérrimo e o Porto a dominar e controlar mas sem deslumbrar e sem jogar bem. Apenas dois lances de Lisandro, mais perdulário que o habitual, fizeram o jogo despertar do sono profundo. A terminar, uma atitude escusada de Mariano González e excesso de rigor por parte do árbitro valeram a expulsão ao número 11 portista que assim falha a deslocação a Matosinhos, no próximo sábado. O jogo acabou pouco depois com a confusão instalada e com o Porto cada vez mais confortável no seu passeio pela Bwin Liga deste ano.

MVP:

Ricardo Quaresma-> Marcou e ofereceu os três pontos ao Porto, apesar do momento menos bom que atravessa. Mas a verdade é que não deixa de ser decisivo e de dar vitórias ao Porto, como tem feito inúmeras vezes desde que chegou em 2004/05. Por vezes, exagera mas também exageram com ele, visto que ninguém deu tantas alegrias ao Porto como o "7" deu nos últimos 3 anos. Quanto a este jogo, um golo e alguns bons pormenores a mostrar que a oportunidade falhada contra o Schalke não o deita abaixo. Que este final de época e provavelmente, final da sua passagem pelo FC Porto seja fantástico para calar os críticos que têm memória curta...

sexta-feira, 7 de março de 2008

Epílogo cruel

Pelo segundo ano consecutivo o Futebol Clube do Porto sucumbe nos oitavos-de-final da Champions.
Pelo segundo ano consecutivo fica no ar um indisfarçável odor a injustiça.


Mariano conforta Quaresma, incapaz de concretizar convenientemente cara-a-cara com Neuer no prolongamento.


Azar e incompetência no acto de finalização constituíram uma barreira que só Lisandro conseguiu transpor, num momento tremendo que mais não proporcionou do que o adiar da desilusão.
Manuel Neuer, guardião do Schalke, teve a sua noite de carreira ao evitar três golos certos e remeter os Portistas ao desempate por grandes penalidades, onde novamente se evidenciou, permitindo apenas a concretização a Lucho.
Ainda que actuando cerca de uma hora em inferioridade numérica, visto Fucile ter sido questionavelmente expulso por entrada ainda assim destemperada sobre Kobiashvili, e tendo perdido José Bosingwa por lesão, o que levou à adaptação de Meireles e Mariano às laterais, os Bi-Campeões Nacionais foram durante os cento e vinte minutos a única formação capaz de ameaçar o adversário - entrincheirado no seu 4-5-1 puramente defensivo - justificando plenamente um triunfo que chegou em moldes ingratos: quatro grandes penalidades germânicas concretizadas face a apenas uma do lado lusitano selaram a eliminatória.
Os Dragões estão fora da Liga Milionária, naquela que pode ter sido a despedida em jogos em internacionais de alguns jogadores com a camisola do FC Porto.

domingo, 2 de março de 2008

Esforço insuficiente da segunda linha do plantel

Um Porto dependente da gestão do plantel efectuada por Jesualdo Ferreira em vista com o próximo jogo com o Schalke, enfrentou o rival Boavista no Bessa esta noite, sem que se notasse menos dedicação dos que entraram em campo mas também sem que estes estivessem particularmente felizes. Os espectadores foram para casa sem ver os golos pelos quais pagaram bilhete, apenas com a consolação de terem presenciado o regresso de Quaresma às grandes exibições.

Esta partida não se avizinhava particularmente interessante: desde logo Jesualdo Ferreira deixou jogadores-chave como Lisandro Lopez, Bosingwa e Pedro Emanuel de fora da convocatória, e ainda Quaresma, Bruno Alves e Raúl Meireles no banco. Tudo em nome da gestão de esforços, com um dos maiores desafios da época pela frente na próxima quarta-feira: recuperar a desvantagem de um golo trazida da Alemanha do campo do Schalke 04, e qualificar o FC Porto para os quartos-de-final da Liga dos Campeões.

Sendo assim Stepanov, João Paulo, Cech, Kazmierczak, Mariano e Adriano tinham uma oportunidade de mostrar o seu valor no onze titular. Mas foi o uruguaio Fucile, de regresso à lateral direita a “fazer de Bosingwa”, a ter a primeira oportunidade flagrante logo no início do jogo, numa confusão na área em que apenas em cima da linha alguém da defensiva boavisteira conseguiu travar violentamente com a cara.

Não durou muito este ímpeto inicial do FC Porto, pois cedo o Boavista conseguiu se adaptar às marcações a todos estes jogadores que não esperava ver em campo. Conforme a primeira parte decorreu, a equipa da casa começou a ter maior volume atacante e a rematar mais. Muitas vezes através de bola parada, com a defesa do FC Porto a ceder vários livres frontais de forma algo incaracterística. A primeira parte acabaria com um lance de bola parada mas na outra área, com Marek Cech a bater um livre com uma trajectória estranha que ameaçou ser desviada por alguém na área mas chegou directo a Jehle, que fez uma boa defesa.

Ficava a sensação que não estava a ser uma partida muito bem jogada e que o FC Porto tinha dificuldades em com este onze, apresentar a qualidade de jogo do costume. Uma substituição viria alterar este equilíbrio – Jesualdo trocou Lucho por Quaresma, o que até nem parecia fazer grande sentido para além da gestão de esforço que já mencionei, dado que Lucho era quem mais tentava criar ocasiões de perigo através sobretudo de passes a rasgar.

E os completos efeitos da substituição não se notaram imediatamente. O Boavista deixou de ter o maior domínio de jogo, mas causou grandes calafrios a Hélton em duas ocasiões. Primeiro Mateus antecipou-se ao primeiro poste a João Paulo, rematando muito perto do poste, e pouco depois um cruzamento desviado por Cech quase traía o guarda-redes brasileiro, obrigado a boa defesa.

Quaresma começou a ameaçar pouco depois, falhando o canto superior esquerdo da baliza de Jehle por pouco. A expulsão de Diakité pouco depois (por acumulação de cartões amarelos) talvez tenha sido o que finalmente desequilibrou a organização do Boavista – a partir daí sucederam-se os lances de perigo criados pelo ataque portista a um ritmo elevado. Stepanov chegou a marcar golo, mas foi anulado devido a fora-de-jogo milimétrico mas existente. Quaresma teve outros dois remates perigosíssimos, um num remate rasteiro muito ligeiramente desviado, outro que acertou em cheio na junção do poste com a barra. Até final e já no período de compensação, apenas registo de duas entradas muito duras sobre Fucile, uma das quais parecia-me justificar o cartão vermelho. Desnecessária e incompreensível esta atitude dos axadrezados.

Destaques individuais: claramente Quaresma por todos os remates perigosos (falhou 3 golos por muito pouco...) e não só, também esteve particularmente inspirado nos dribles e combinações com outros jogadores. Nos últimos jogos tenho sido bastante crítico das suas exibições, mas hoje viu-se um Quaresma que conseguiu render a um nível muito mais elevado. Parece-me acertada a gestão de esforço que Jesualdo Ferreira fez em relação a este jogador, conforme o próprio Quaresma explicou na conferência de imprensa. Outro jogador que esteve bastante bem foi Fucile, com um estilo de jogo um pouco diferente de Bosingwa mas hoje a integrar-se no ataque com a mesma eficácia. Pequena nota para Hélton que tem recebido algumas críticas mas que hoje esteve bem seguro sempre que foi chamado a intervir. E pequena grande nota (desculpem o cliché...) para Paulo Assunção, que cada vez tem aprendido a se tornar mais um organizador de jogo a partir de trás, acrescentando grande valor às qualidades que todos lhe reconhecemos a destruir o jogo do adversário.

Não tão bem esteve Mariano González, aqui e ali conseguindo um bom pormenor ou inventando uma boa ideia para criar jogo, mas tal não compensou todas as bolas que perdeu. A dupla de avançados que iniciou a partida (Ernesto Farías e Adriano) também esteve infeliz, raramente se integrando no jogo nem dando grande uso às poucas bolas que lhes chegavam – Farias tem sido opção regular e não deverá perder o estatuto com este jogo, já o brasileiro pode ter aqui desperdiçado uma oportunidade para se impor. Lucho González esteve bem a inventar linhas de passe mas demonstrou uma inédita tendência para fazer faltas perigosas. Não é este o tipo de agressividade que eu quero ver no argentino. Finalmente, Kazmierczak teria passado completamente despercebido não fosse alguns remates que efectuou. Para fora.

No final, um empate a zero não reflecte a emoção que existiu neste derbi, que merecia golos. Fica a ideia que o FC Porto talvez justificasse a vitória, mas isto pode ser condicionado pelos últimos minutos terem sido de domínio portista – as últimas impressões são as que têm mais impacto. Os dois pontos perdidos dificilmente farão qualquer diferença neste campeonato, quem sabe com o derbi lisboeta de amanhã (Sporting-Benfica) não sairemos desta jornada ainda com mais pontos de vantagem do que aqueles com que entramos?

Agora venha o Schalke.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Paços largos para o Tri

Na ressaca da derrota em Gelsenkirchen, o FC Porto recebeu e venceu o Paços de Ferreira na 20º jornada da Bwin Liga. Uma exibição q.b. frente a um adversário que não conseguiu incomodar verdadeiramente o campeão nacional que assim, continua tranquilo no seu passeio rumo ao tri-campeonato.


Era um Porto sem Ricardo Quaresma aquele que se apresentava frente ao 15º classificado do campeonato. Em relação ao jogo com o Schalke 04, três alterações. O regresso de Bosingwa para o lugar de João Paulo, a entrada de Cech para o lugar de Fucile e Tarik a substituir Ricardo Quaresma. E a verdade é que a primeira parte justificava saudades de Ricardo Quaresma, já que o futebol apresentado pelo FC Porto roçou o medíocre. Os passes não saíam, não havia fio de jogo nem ligação entre o meio-campo e o ataque. Na primeira parte e antes do golo de Lisandro López, só um excelente remate à meia-volta de Ernesto Farías ao poste da baliza de Peçanha após passe sublime de Lucho González. Mais uns minutos de apatia e de mau futebol até aos 45 minutos quando um magnífico passe de Lucho isola Lisandro que faz o primeiro da noite e 17º na sua conta pessoal. Estava quebrado o gelo no Estádio do Dragão.

Para a segunda parte, mais confiança e uma melhoria substancial no futebol praticado. Logo aos 50 minutos, Lisandro López voltou a mostrar vontade de facturar e atirou ao poste. Foi um aviso ao Paços que não ligou e 3 minutos volvidos, sofreu o segundo por Lisandro López (quem mais poderia ser?). Passe de Lucho para Farías que cruzou para o Licha arrumar, praticamente, com a questão. 18 golos em 19 jogos, são estes os números do camisola 9 do FC Porto que atravessa o melhor momento da carreira, sem dúvida. Mas não se pense que a equipa de Jesualdo Ferreira ficou por aqui. Continuou a saber explorar as dificuldades do Paços que nem conseguiu responder às investidas azuis-e-brancas. Quem agradeceu foi Hélton que teve uma noite muito calma depois da agitação de Gelsenkirchen. Aos 58 minutos, Tarik quase obrigava um jogador pacense a marcar na própria baliza mas a bola acabou por sair ao lado. O FC Porto continuava a conseguir jogar e agora, já efectuava boas jogadas de entendimento ao contrário do que sucedera na primeira parte. Para fim de festa, Lucho González fez mais um daqueles passes que só ele consegue fazer e isolou o muito criticado Mariano González que desta vez (uma das poucas vezes desde que chegou ao clube) acertou e aumentou o score para 3-0. Estava desarrumada a mobília pacense e assegurada mais uma vitória. Ficam a faltar 7 para o Tri.

MVP:

Lucho González-> Esteve nos três golos e foi dos únicos que acertaram numa primeira parte paupérrima do colectivo azul-e-branco. Fez assistências primorosas para o primeiro e terceiro golos, iniciou a jogada do segundo e teve pormenores de classe que pautaram o jogo dos portistas. Quando "El Comandante" está nos seus dias, o futebol praticado pelo FC Porto é de outra qualidade. Vai ser necessário que assim continue para enfrentar uma fase decisiva da época.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Noite germância congela fogo do Dragão.

O FC Porto perdeu por 1-0 no Arena Auf Schalke que tão boas recordações trazia aos dragões. Jogadores distraíram-se a apreciar o estádio e deram aos de casa meia hora de avanço. E foi o suficiente para trazer para a decisão da eliminatória, no Dragão, um resultado que tem tanto de ingrato como de ultrapassável.

O FC Porto ainda continua na luta por um lugar nos quartos de final.

Jesualdo fez alinhar João Paulo no lugar do lesionado Bosingwa, na tentativa de conseguir uma maior ligação entre sectores: João Paulo a poder juntar-se aos centrais, dando liberdade a Fucile para se juntar ao meio campo. Com Farías, Quaresma e Lisandro, pedia-se ao goleador mor do Porto que recuasse diversas vezes para vir buscar jogo ao meio campo.

Mas o resultado foi todo menos o esperado, os sectores desligados, a equipa inconsequente e Fucile com um verdadeiro pesadelo na primeira meia hora de jogo.
Começou cedo com Kurany, na recarga de um remate de Rafinha, após combinação que deixou a ala esquerda do Porto desfeita, fez o golo, volvidos apenas 4 minutos do jogo.
Durante mais 25 minutos o Porto continuou a não conseguir parar os ataques pela ala direita do ataque dos alemães e a não ter capacidade de ultrapassar a barreira criada por Jones e Ernst. E o resultado apenas não se avolumou devido a uma noite mais do guardião brasileiro Hélton.
Com a troca de flancos de João Paulo e Fucile, a equipa ficou mais tranquila defensivamente, começando a soltar-se mais no meio campo.

Na segunda parte, Lucho Gonzaléz tentou comandar a equipa com bons passes e uma excelente leitura de jogo mas um desinspirado Quaresma e um Farías (e mais tarde Tarik) pouco interventivo não davam seguimento ao ensejo de El Comandante. Apenas Lisandro estava na toada habitual, com muita garra e entrega a toda e cada bola.
Com o avançar do jogo o Porto foi criando mais e mais, com Lisandro, a cerca de 10 minutos do fim, a desperdiçar uma oportunidade enorme para empatar, a passe do Mustang.

Final do jogo com derrota pela margem mínima que, não sendo um bom resultado, deixa tudo em aberto para o jogo do Dragão, em Março.