sábado, 20 de setembro de 2008

Banho Turco


Primeira jogo, primeira vitória na Champions 2008/2009. Está assim quebrada a "maldição" da primeira jornada sem ganhar, depois de uma pré temporada carregada de suspeições e devaneios, cada vez mais normais no nosso "abastado" burgo.

Começando pelo esquema de jogo das equipas: O Porto entrou com o seu 4-3-3 clássico, com os regressos de Mariano para a ala direita do ataque e de Benítez para a lateral esquerda, por culpa do castigo de Fucile. Além dos regressos, Jesualdo apostou na continuidade de Fernando, que tão boa conta deu de si no jogo com o Benfica, no lugar de trinco.

Quanto ao Fenerbahçe apresentou um esquema com quatro defesas, com Roberto Carlos (um dos melhores laterais do futebol mundial), um meio campo bastante povoado com dois médios de contenção, mais dois médios-ala e ainda um pivô ofensivo, Alex, a servir o único avançado da equipa, Daniel Guiza.

O Porto entrou muito forte com uma grande dinâmica, a explorar a apatia do conjunto turco que falhava passes atraz de passes quando pressionado. Foi sem surpresas que aos 11 minutos Lisandro aponta o primeiro após um passe cruzamento soberbo de Raul Meireles, estava assim feito o mais díficl. Dois minutos depois, Rodríguez foge pela esquerda, cruza para entrada de área onde aparece Lucho a rematar de primeira para o fundo da baliza de Volkan Demirel. Mais um grande golo do Porto.
A seguir, Lisandro, isolado, falha escandalosamente, ao tentar um chapéu. A bola saiu por cima.

O 2-0 começava a ser escasso, com tanto caudal ofensivo do campeão nacional. O Fenerbahçe podia tornar-se na desilusão da noite, depois de uns fantásticos quartos de final na época passada.

Mas tudo muda ao minuto 29, com Boral a passar facilmente por Sapunaru e a cruzar para Guiza, que consegue bater Hélton à segunda. O jogo estava relançado.
Após uma entrada fulgurante, o Porto deixou de impor o mesmo ritmo e o Fenerbahçe começou a soltar-se com Roberto Carlos a descer constantemente pelo flanco.
Ao intervalo, o jogo estava equilibrado, e Jesualdo devia começar a pensar no que fazer para evitar males maiores.

A 2ª parte começou com um Porto a tentar entrar bem no jogo, mas sentia-se que a equipa começava a ressentir-se da paragem prolongada no campeonato.
Jesualdo mexe pela primeira vez na equipa ao minuto 60 para lhe tentar dar outra iniciativa ao substituir o desinspirado Mariano por Hulk. No entanto, já o Porto deixara de controlar o jogo e, sentia-se cada vez mais um clima de nervosismo nas bancadas. Numa tentativa de segurar o meio campo, Jesualdo faz nova troca por troca, substituindo Meireles por Tomás Costa.

Foi com muito sofrimento que os adeptos assistiram aos últimos vinte minutos do jogo, com o Porto a dar muito espaço para as subidas dos laterias turcos, deixando, ao mesmo tempo, o adversário manobrar no seu meio campo defensivo. O golo podia surgir a qualquer momento.

Com alguma sorte, chagávamos ao minuto 90 com o mesmo resultado e o treinador portista decide fazer a sua última substituição, tirando Rodríguez para meter Lino. Outra troca por troca, apenas para queimar tempo. A estrelinha acabou por dar o seu último brilho já em período de descontos com uma jogada de insistência de Sapunaru, a culminar no remate de Lino para fechar o resultado.

Uma espectacular entrada do Bi-campeão europeu fazia supor outro resultado. Mas foi só enquanto durou, já que a falta de ritmo, motivada pela paragem do campeonato e das muitas viagens para jogos entre selecções tornou-se por demais evidente, não permitindo ao Porto ser dominador durante os segundos 45 minutos. Também a pouca experiência de alguns jogadores, sobretudo dos laterais, ajudam a explicar o desnorte no último terço da partida. Quanto ao Fenerbahçe, mostrou ter alguma qualidade individual, mas também ainda pouco entrosamento e pouca cabeça fria para agarrar o jogo nos momentos decisivos.

Um resultado melhor que a exibição, que não deixa de ser bastante auspicioso, depois de uma meia hora de altíssima qualidade e rendimento.

Notas Positivas:

Lucho González - O melhor jogador do Porto em todos os aspectos. Este ano com outro protagonismo devido ao avanço no terreno que a saída de Quaresma lhe proporcionou, beneficiando da maior disciplina táctica de Rodríguez. Neste jogo não deixou de assumir a batuta e apontar mais um grande golo.

Raul Meireles - Grande carácter e grande jogador. Mais um jogo de sacrifício do médio, que não deixou de atacar todas as bolas, recuperando-as e lançando a equipa para o ataque. Foi dele o grande cruzamento para o golo de Lisandro.

Fernando - Ainda é cedo para se afirmar que o Porto continua forte nesta posição como nas épocas passadas, mas a avaliar pela amostra, mais fraco não estará.

Notas Negativas:

Sapunaru - Continua a desiludir um pouco este lateral direito depois do alto investimento. Pouco afoito a subir no terreno e pouco decidido ao encarar o oponente directo. Continua a dar espaços a mais para os cruzamentos dos extremo adversários.

Mariano - Mostrou durante todo o jogo não estar ainda totalmente recuperado da lesão que o afecta. Por isso, foi sempre o elo mais fraco no desenvolvimento atacante portista.

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo com quase tudo, excepto com a parte em que dizem que o Porto alinhou num 4-3-3 clássico. Na minha opinião, o Porto alinhou num 4-4-2 parecido com o da era Mourinho, em que Mariano jogou a interior direito quase paralelo a Lucho, que abria para a direita quando o Porto partia em ataque organizado (um pouco à semelhança do que fazia Deco, embora Deco partisse da posição 10, soltando-se para um e outro flanco).

O golo dos turcos nasce dum cruzamento de Boral para Alex e não para Guiza, apesar de ter sido o último a bater Helton na recarga do cabeceamento do primeiro.

Parabéns pelo blog, devia ser mais divulgado. É dos melhores que aí andam do nosso clube.