domingo, 29 de abril de 2007

Passo em Falso

O F.C. Porto deste sábado à noite apresentou-se como um F.C. Porto desorganizado, desorientado e principalmente cansado.

Durante 90 minutos o Estádio do Bessa assistiu a um bom jogo de futebol. Um jogo enérgico, emotivo e desesperante a todo o momento.

Durante os primeiros 10 minutos as equipas foram-se encaixando, perspectivando um encontro difícil para o F.C. Porto, equipa que à partida teria muito mais a perder com o empate. Mas o F.C. Porto não assumiu essa responsabilidade e viu o Boavista durante os 50 minutos seguintes, conseguir um grande ascendente que se traduziu em dois golos. Golos esses que sucederam, obviamente, com mérito do Boavista, mas também com alguma passividade e incompetência do F.C. Porto.
O Boavista foi, sucessivamente, avisando e visando a baliza adversária colocando os portistas e o próprio Helton irritados e nervosos com tamanhos erros defensivos. Num deles, de bola parada, sucedeu o primeiro golo boavisteiro, através de Ricardo Silva.

Ao intervalo Jesualdo Ferreira trocou Hélder Postiga por Anderson, trazendo alguma criatividade ao meio-campo, mas retirando também um jogador combativo no ataque.
A situação não melhorou, aliás, piorou – o Boavista fez o segundo golo num rápido golpe de contra-ataque, por intermédio de Zé Manuel, que gelou a esperança portista numa possível reviravolta.

O jogo acabou por sofrer um impacto negativo na qualidade e velocidade de jogo, tendo o F.C. Porto 20 minutos depois, respondido numa boa jogada entre Anderson e Adriano, acabando este por ser derrubado em plena grande área pelo guarda-redes da casa – Jehle. Na concretização da grande penalidade, Lucho reduz para o F.C. Porto. Mesmo assim, acabou por não ser suficiente, muito por culpa da desorganização, desorientação e fadiga que a equipa portista sentiu enquanto jogava contra 11 jogadores e mais tarde também contra 10.

Acabou por ser uma vitória justa do Boavista tal como uma derrota preocupante da equipa portista, que é agravada pelo facto de dois jogadores fundamentais na actuação da equipa – Ricardo Quaresma e Bruno Alves, terem visto o 5º amarelo e ficarem de fora do encontro com o Nacional da Madeira no Estádio do Dragão.

Golos: 14' - Ricardo Silva ; 50' - Zé Manuel ; 72' - Lucho Gonzalez

Os melhores:

Helton – Fez uma grande exibição, com defesas espantosas (19 e aos 48 minutos, a remates de Cissé e Kazmierczak). Muito se deve a ele a esperança nos momentos finais na conquista de um empate. Não se desalentou com os inexplicáveis erros da defesa e tentou motivar a equipa com as suas intervenções. Nos golos sofridos, pouco ou nada poderia fazer.

Anderson – Em 45 minutos provou que não pode passar mais tempo no banco de suplentes. Entusiasma a equipa como ninguém, com sua criatividade, alegria e paixão pelo jogo. É o principal responsável pela melhoria do F.C. Porto na última fase do jogo. Merecia um golo, que não esteve longe de alcançar.

Grzelak e Kazmierczak – Jogadores boavisteiros a ter em conta. Grande época para ambos.

Os piores:

Jesualdo Ferreira – O cansaço da sua equipa deve-se em grande parte a si. Uma rotação eficaz do plantel é uma realidade necessária numa equipa que quer ser campeã. Não se percebem as situações de jogadores como a de Anderson, Ibson, João Paulo, Lisandro, Jorginho Lucho e até de Rentería.

Defesa do F.C. Porto – inconstante, irregular, insegura. Bosingwa foi raro o lance que conseguiu seguir com bola controlada. As suas emoções levaram-no a cometer disparates proibitivos.

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