Neste percurso para o título, o Braga aparece para o Porto como o primeiro grande teste de um período de dois meses, de grandes confrontos, onde os dragões irão decidir tudo, tanto ano nível interno como externo: ida a Londres, à Madeira, Luz e Bessa, e recepção ao Sporting - para não falar na eliminatória seguinte da Champions, caso os campeões nacionais assim consigam superar os milionários de Chelsea. Ao contrário de jogos anteriores, mesmo os dois últimos, que terminaram com goleadas, a equipa mostrou solidez e capacidade de ligação entre os vários sectores e até mesmo de aproveitamento das debilidades da equipa adversária. No seu primeiro grande exame, passou e com garantias de futuro!
No jogo, por ele único e próprio, a primeira parte tem pouca história, foi um jogo morto de ambas as equipas onde o Porto se conseguiu impor e Adriano soube ditar leis, mostrando qualidades onde mais vale, na área - este sucedido não faz esquecer a estranha inclusão do brasileiro, na ausência de Cech, por lesão, e na inexistência de outro extremo que permitiria criar o jogo para o seu futebol. Ainda nesta fase, é de salientar o excelente jogo de Lisandro que conseguiu, sempre, apoquentar a defesa arsenalista, o que lhe valeria dois remates perigosos e fazendo esquecer o seu cansaço, bem como e não menos importância, a extraordinária de defesa de Helton, só ao alcance dos melhores do planeta, se se diz que um guarda-redes pode valer uma equipa, o guardião da selecção canarinha mostrou que isso é verdade - pelo menos, valeu um resultado.
Na saída para o intervalo sentiu-se que o jogo não poderia continuar como estava e a segunda parte veio provar isso, sendo bem menos monótona, o que a levaria a um jogo mais ponderado e de maior notoriedade para o objectivo do golo. Mesmo assim, o Porto continuou superior e o resultado pecou por escasso, aproveitando-se de um Braga que tentava chegar ao empate deixando sempre com um cobertor muito curto, especialmente, com as constantes subidas de Luís Filipe e Jorge Luiz que permitiria e, permitiram na etapa inicial, aos dragões constantes aproveitamentos das faixas laterais, nesta altura evidenciar-se-ia todo trio atacante, com as constantes deslocações de Adriano e o uso das costas da equipa adversária e excelente trabalho defensivo dos outros dois avançados, Lisandro e Quaresma.
O resultado final, se ela existe na estatística de jogo, seria injusto, tal foram as oportunidades falhadas pelos azuis e brancos, o remate de Lucho, após de uma grande penalidade, o cabeceamento de Pepe e o carinho de Licha, são exemplos disso. Contudo, ficaria no sentimento de todos, que os representantes da cidade invicta teriam feito o melhor jogo desde há muito tempo e que a esperança no ressurgimento da equipa, tal como a conhecíamos, está próximo.
Ainda sobre a partida:
1- Toda gente de boa cabeça saberá que o adversário do Porto, é um potencial fortalecedor dos grandes, mas há um jogador, na noite de sábado, que merece a minha referência: Alberto Rodríguez, compreende-se porque segurou o lugar na ausência de Nem. Temos jogador! O equilíbrio posicional do peruano age sobre a defesa do Braga como um exemplo de segurança e torna-o num jogador de outro campeonato. Está no caminho onde outros pretendem chegar!
2- Com enorme infelicidade minha, terei que escrever sobre um assunto que pouco prazer me dará mencionar, aceitando as debilidades da arbitragem mundial, e nesse sentido o meu discurso é simples: não assinalar grandes penalidades, faltas ou enganar-se em foras-de-jogo, compreendo, agora não terem um critério e não saberem as leis de jogos, já não. Para um árbitro internacional é ridículo, ter perdoado o segundo amarelo, em faltas para isso, a Luís Filipe e Jorge Luiz por duas vezes (!) e decidir mostrar o 4 amarelo no campeonato a Meireles quando a falta não indicava a isso! Para agravar a sua actuação, acrescenta-se o episódio com Luís Filipe, que deixou toda gente no estádio, jogadores do Porto incluídos, perplexa, sem saber se o lance deveria continuar ou não.
3- Em último ponto, não podia deixar passar a actuação da claque do Porto, Super Dragões, não tiveram decência! Não souberam deixar os seus ódios de lado, quando a memória do jogador e a família mereciam apoio. Antagonicamente, o restante público do Dragão (portistas de alma e bracarenses) souberam brindar o ex-atleta com uma enorme ovação. De forma contrária, passados uns minutos, já exprobrados pelo público adjacente, souberam mostrar o mais bonito das claques - numa guerra de aclamação do nome das entidades que elas representam.
Os melhores:
Bruno Alves - Para quem tem visto os últimos jogos, tem sido uma surpresa. Neste jogo foi imperial, limpou tudo e mostrou a sua mais valia por diversas vezes, a altura.
Lucho - Apesar de ter saído muito cedo na partida, mostrou-se bem mais empenhado do que noutros jogos. Foi pena a grande penalidade falhada!
Ricardo Quaresma - Usou a sua finta para ganhar faltas, se bem que nunca foram bem executadas, mas permitiu que o Porto subisse no terreno e ganha-se ascendente sobre o jogo.
Adriano - É para o que está! Para marcar golos!
Jorge Costa - Obrigado, por continuares a lembrar-te deste clube!
Os piores:
Jesualdo Ferreira - Será que as lesões de Lucho e Bosingwa não serão sua culpa? Não teríamos um plantel mais capaz, para fazer algumas rodagens?
segunda-feira, 5 de março de 2007
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