quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Dossier Quaresma

Quaresma está vendido desde a época passada. O comum adepto portista já estava preparado para perder o Mustang no último defeso e, chegada ao final a temporada 2007/2008, Quaresma já não era mais que um hipotético conjunto apetecível de zeros num cheque vindo de um qualquer colosso do futebol europeu. O Inter apareceu mas tarda em rubricar o negócio.


Quaresma: entre a desilusão de mais uma época no Dragão
e o fantasma da pré-época perdida em Itália.

Pinto da Costa, no seu registo habitual que ajudou a fazer do Porto um clube vendedor por opção e não por imposição (ainda que uma ou duas vendas milionárias por época sejam quase tradição na Invicta), cometeu, neste Verão, erros de casting aos quais não estamos acostumados.

Com as célebres declarações dos 40 milhões menos um euro, Pinto da Costa, mais do que pôr expectativas no valor da venda de Quaresma, pôs pressão em si próprio ao prometer um negócio que excederia o valor dos campeões nacionais Pepe e Anderson, dobraria o valor de Bosingwa e passaria mesmo os de Paulo Ferreira, Deco e Ricardo Carvalho, que saíram como vencedores da UEFA e da Champions League em anos consecutivos. Mais ainda, prometeu uma surpresa, que passou a fazer mais sentido ainda, pela possibilidade de perda de um dos últimos génios a actuar em Portugal.

Tudo isto deixou de ser ambicioso e passou a ser terreno perigoso quando avaliado o contentamento dos adeptos para com o 7. É certo que Quaresma marcou na Luz o "golo do título" mas os assobios, as exibições pouco constantes e os tiques de vedeta que lhe eram, justa ou injustamente apontados, apagaram, de certa forma, as estatísticas que apontavam para um Quaresma ao nível que dele esperamos.

A grande questão é que, mais do que números, mais do que trivelas, mais do que os flashes e nomeações como estrela da equipa, o Tribunal do Dragão (e com que nostalgia me ia fugindo o teclado para as Antas) procura garra, entrega, esforço que é personificado em jogadores como Bruno Alves, Lisandro ou Raul Meireles. E o tribunal do Dragão deixou sair Quaresma em liberdade condicional com caução de 40 milhões de euros.

Foram ouvidos rumores de 20, 25, 30 milhões, Pelés, Riquelmes e Adrianos... Mas a pré-época já lá vai, o campeonato já arrancou em Portugal, arrancará em breve na Itália e o Agosto vai alto e ainda Quaresma não joga, não sorri nem faz sorrir adeptos, colegas e treinador que, admita ou não, teve que preparar duas equipas que tinham no elemento possivelmente ausente a sua peça chave: nas compras, nas dispensas e, quem sabe, até no modelo de jogo (ainda que Mariano esteja a arrancar em grande e Tarik tenha feito uma época passada em cheio) que cheira a 4-4-2, com um meio campo musculado de Meireles, Guarín, Tomás Costa e Lucho.

O jovem trinco português foi insistentemente apontado como moeda de troca
no negócio entre Porto e Inter.


Resta saber se Moratti e Mourinho estarão dispostos a dispender os 40 milhões para levar o cigano para outras paragens ou se Quaresma ficará mesmo aprisionado numa "prisão domiciliária" naquela que deixou, há muito tempo, de ser a sua casa.

4 comentários:

Meirinho disse...

Uma das histórias mais rocambolescas da história dos defesos do nosso Clube. Ninguém sai dignificado.

E o cenário ainda pode piorar, caso ele por cá permaneça um ano contrariado.

Anónimo disse...

Sinto-me "benfiquista" quando vejo toda esta confusão do sai, não sai, no nosso clube! :S

J.R. disse...

Não há eufemismos possíveis para a maneira como a Direcção tratou (ou não tratou, neste caso) o dossier Quaresma. Pessimamente gerido, condiciona o balneário pois os jogadores que actuam na sua posição sabem as suas hipóteses de serem titulares com Quaresma diminuem, já para não falar no encaixe financeiro que é necessário para cobrir as verbas dispensadas nas compras de Rodriguez, Hulk e Tomy.

Qualquer que seja o desfecho, a gestão do FC Porto nesta 'novela' foi péssima.

Anónimo disse...

i like......