domingo, 16 de março de 2008

Tri cada vez mais perto

Na complicada deslocação ao Estádio do Mar, o F.C. Porto venceu o Leixões por 1-2 e assegurou mais 3 pontos, importantes no caminho para a conquista do Tri-Campeonato.

Os azuis e brancos começaram muito bem o jogo, com uma grande vontade de o resolver rapidamente, mas não fossem os sucessivos foras-de-jogo mal assinalados pelo árbitro assistente e algumas boas intervenções do guarda-redes da casa, o F.C. Porto poderia ter resolvido a jornada mais cedo e poupado os adeptos de algum aperto.

Aperto esse, consolidado com um golo madrugador do Leixões, no inicio da segunda parte, que obrigava o F.C. Porto a pegar no jogo com mais intensidade ainda e a marcar dois golos, naturalmente. Assim mesmo aconteceu, o primeiro por Lisandro (Quem mais poderia ser...) e o segundo por Tarik Sektioui - minuto 77 e 85 respectivamente.

Num campo onde Benfica e Sporting não conseguíram triunfar, o F.C. Porto conquista os três pontos e em pleno Estádio do Mar, embala num tradicional Rabelo velejando pelo Tri-Campeonato adentro.

terça-feira, 11 de março de 2008

Passeio com destino ao Tri

No regresso à Bwin Liga depois da eliminação da Champions frente ao Schalke 04, o FC Porto levou de vencida a Académica pela margem mínima com golo de Ricardo Quaresma. Os dragões viram assim a sua vantagem para o rival Benfica aumentar em dois pontos, cifrando-se agora nos 14 pontos de vantagem. Um verdadeiro passeio da equipa de Jesualdo Ferreira.

Não fosse a lesão de Bosingwa e a equipa do Porto seria a mesma que defrontou o Schalke a meio da semana. Jesualdo não olhou, portanto, ao desgaste físico e emocional que os seus jogadores evidenciavam. E pelo começo, notou-se algum cansaço, de facto. O Porto atacava e queria resolver o jogo rápido mas faltava o último passe e inspiração no momento de decidir o que fazer, o que se deve também à atitude defensiva da equipa de Domingos Paciência. O primeiro lance "a sério" do Porto surge aos 15 minutos quando Lucho descobre Lisandro (filme reptido vezes sem conta ao longo da época) que marca mas o árbitro invalidou o golo por alegado fora-de-jogo. Estava adiada a festa dos cerca de 31 000 portistas presentes no Dragão. Adiada por 15 minutos, diga-se. Aos 30, Ricardo Quaresma remata de fora da área num pontapé que levou algum efeito mas que contou com a deficiente abordagem ao lance de Pedro Roma para entrar na baliza. Estava feito o primeiro e quebrado o gelo no Dragão. Depois do golo, mais do mesmo, Porto a meio-gás e uma Académica que se tornava uma boa amiga da passividade portista.

A segunda parte foi um deserto de futebol de qualidade, um verdadeiro convite ao sono. Pouco futebol, muitas paragens, uma Académica com futebol paupérrimo e o Porto a dominar e controlar mas sem deslumbrar e sem jogar bem. Apenas dois lances de Lisandro, mais perdulário que o habitual, fizeram o jogo despertar do sono profundo. A terminar, uma atitude escusada de Mariano González e excesso de rigor por parte do árbitro valeram a expulsão ao número 11 portista que assim falha a deslocação a Matosinhos, no próximo sábado. O jogo acabou pouco depois com a confusão instalada e com o Porto cada vez mais confortável no seu passeio pela Bwin Liga deste ano.

MVP:

Ricardo Quaresma-> Marcou e ofereceu os três pontos ao Porto, apesar do momento menos bom que atravessa. Mas a verdade é que não deixa de ser decisivo e de dar vitórias ao Porto, como tem feito inúmeras vezes desde que chegou em 2004/05. Por vezes, exagera mas também exageram com ele, visto que ninguém deu tantas alegrias ao Porto como o "7" deu nos últimos 3 anos. Quanto a este jogo, um golo e alguns bons pormenores a mostrar que a oportunidade falhada contra o Schalke não o deita abaixo. Que este final de época e provavelmente, final da sua passagem pelo FC Porto seja fantástico para calar os críticos que têm memória curta...

sexta-feira, 7 de março de 2008

Epílogo cruel

Pelo segundo ano consecutivo o Futebol Clube do Porto sucumbe nos oitavos-de-final da Champions.
Pelo segundo ano consecutivo fica no ar um indisfarçável odor a injustiça.


Mariano conforta Quaresma, incapaz de concretizar convenientemente cara-a-cara com Neuer no prolongamento.


Azar e incompetência no acto de finalização constituíram uma barreira que só Lisandro conseguiu transpor, num momento tremendo que mais não proporcionou do que o adiar da desilusão.
Manuel Neuer, guardião do Schalke, teve a sua noite de carreira ao evitar três golos certos e remeter os Portistas ao desempate por grandes penalidades, onde novamente se evidenciou, permitindo apenas a concretização a Lucho.
Ainda que actuando cerca de uma hora em inferioridade numérica, visto Fucile ter sido questionavelmente expulso por entrada ainda assim destemperada sobre Kobiashvili, e tendo perdido José Bosingwa por lesão, o que levou à adaptação de Meireles e Mariano às laterais, os Bi-Campeões Nacionais foram durante os cento e vinte minutos a única formação capaz de ameaçar o adversário - entrincheirado no seu 4-5-1 puramente defensivo - justificando plenamente um triunfo que chegou em moldes ingratos: quatro grandes penalidades germânicas concretizadas face a apenas uma do lado lusitano selaram a eliminatória.
Os Dragões estão fora da Liga Milionária, naquela que pode ter sido a despedida em jogos em internacionais de alguns jogadores com a camisola do FC Porto.

domingo, 2 de março de 2008

Esforço insuficiente da segunda linha do plantel

Um Porto dependente da gestão do plantel efectuada por Jesualdo Ferreira em vista com o próximo jogo com o Schalke, enfrentou o rival Boavista no Bessa esta noite, sem que se notasse menos dedicação dos que entraram em campo mas também sem que estes estivessem particularmente felizes. Os espectadores foram para casa sem ver os golos pelos quais pagaram bilhete, apenas com a consolação de terem presenciado o regresso de Quaresma às grandes exibições.

Esta partida não se avizinhava particularmente interessante: desde logo Jesualdo Ferreira deixou jogadores-chave como Lisandro Lopez, Bosingwa e Pedro Emanuel de fora da convocatória, e ainda Quaresma, Bruno Alves e Raúl Meireles no banco. Tudo em nome da gestão de esforços, com um dos maiores desafios da época pela frente na próxima quarta-feira: recuperar a desvantagem de um golo trazida da Alemanha do campo do Schalke 04, e qualificar o FC Porto para os quartos-de-final da Liga dos Campeões.

Sendo assim Stepanov, João Paulo, Cech, Kazmierczak, Mariano e Adriano tinham uma oportunidade de mostrar o seu valor no onze titular. Mas foi o uruguaio Fucile, de regresso à lateral direita a “fazer de Bosingwa”, a ter a primeira oportunidade flagrante logo no início do jogo, numa confusão na área em que apenas em cima da linha alguém da defensiva boavisteira conseguiu travar violentamente com a cara.

Não durou muito este ímpeto inicial do FC Porto, pois cedo o Boavista conseguiu se adaptar às marcações a todos estes jogadores que não esperava ver em campo. Conforme a primeira parte decorreu, a equipa da casa começou a ter maior volume atacante e a rematar mais. Muitas vezes através de bola parada, com a defesa do FC Porto a ceder vários livres frontais de forma algo incaracterística. A primeira parte acabaria com um lance de bola parada mas na outra área, com Marek Cech a bater um livre com uma trajectória estranha que ameaçou ser desviada por alguém na área mas chegou directo a Jehle, que fez uma boa defesa.

Ficava a sensação que não estava a ser uma partida muito bem jogada e que o FC Porto tinha dificuldades em com este onze, apresentar a qualidade de jogo do costume. Uma substituição viria alterar este equilíbrio – Jesualdo trocou Lucho por Quaresma, o que até nem parecia fazer grande sentido para além da gestão de esforço que já mencionei, dado que Lucho era quem mais tentava criar ocasiões de perigo através sobretudo de passes a rasgar.

E os completos efeitos da substituição não se notaram imediatamente. O Boavista deixou de ter o maior domínio de jogo, mas causou grandes calafrios a Hélton em duas ocasiões. Primeiro Mateus antecipou-se ao primeiro poste a João Paulo, rematando muito perto do poste, e pouco depois um cruzamento desviado por Cech quase traía o guarda-redes brasileiro, obrigado a boa defesa.

Quaresma começou a ameaçar pouco depois, falhando o canto superior esquerdo da baliza de Jehle por pouco. A expulsão de Diakité pouco depois (por acumulação de cartões amarelos) talvez tenha sido o que finalmente desequilibrou a organização do Boavista – a partir daí sucederam-se os lances de perigo criados pelo ataque portista a um ritmo elevado. Stepanov chegou a marcar golo, mas foi anulado devido a fora-de-jogo milimétrico mas existente. Quaresma teve outros dois remates perigosíssimos, um num remate rasteiro muito ligeiramente desviado, outro que acertou em cheio na junção do poste com a barra. Até final e já no período de compensação, apenas registo de duas entradas muito duras sobre Fucile, uma das quais parecia-me justificar o cartão vermelho. Desnecessária e incompreensível esta atitude dos axadrezados.

Destaques individuais: claramente Quaresma por todos os remates perigosos (falhou 3 golos por muito pouco...) e não só, também esteve particularmente inspirado nos dribles e combinações com outros jogadores. Nos últimos jogos tenho sido bastante crítico das suas exibições, mas hoje viu-se um Quaresma que conseguiu render a um nível muito mais elevado. Parece-me acertada a gestão de esforço que Jesualdo Ferreira fez em relação a este jogador, conforme o próprio Quaresma explicou na conferência de imprensa. Outro jogador que esteve bastante bem foi Fucile, com um estilo de jogo um pouco diferente de Bosingwa mas hoje a integrar-se no ataque com a mesma eficácia. Pequena nota para Hélton que tem recebido algumas críticas mas que hoje esteve bem seguro sempre que foi chamado a intervir. E pequena grande nota (desculpem o cliché...) para Paulo Assunção, que cada vez tem aprendido a se tornar mais um organizador de jogo a partir de trás, acrescentando grande valor às qualidades que todos lhe reconhecemos a destruir o jogo do adversário.

Não tão bem esteve Mariano González, aqui e ali conseguindo um bom pormenor ou inventando uma boa ideia para criar jogo, mas tal não compensou todas as bolas que perdeu. A dupla de avançados que iniciou a partida (Ernesto Farías e Adriano) também esteve infeliz, raramente se integrando no jogo nem dando grande uso às poucas bolas que lhes chegavam – Farias tem sido opção regular e não deverá perder o estatuto com este jogo, já o brasileiro pode ter aqui desperdiçado uma oportunidade para se impor. Lucho González esteve bem a inventar linhas de passe mas demonstrou uma inédita tendência para fazer faltas perigosas. Não é este o tipo de agressividade que eu quero ver no argentino. Finalmente, Kazmierczak teria passado completamente despercebido não fosse alguns remates que efectuou. Para fora.

No final, um empate a zero não reflecte a emoção que existiu neste derbi, que merecia golos. Fica a ideia que o FC Porto talvez justificasse a vitória, mas isto pode ser condicionado pelos últimos minutos terem sido de domínio portista – as últimas impressões são as que têm mais impacto. Os dois pontos perdidos dificilmente farão qualquer diferença neste campeonato, quem sabe com o derbi lisboeta de amanhã (Sporting-Benfica) não sairemos desta jornada ainda com mais pontos de vantagem do que aqueles com que entramos?

Agora venha o Schalke.