quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Empate ao intervalo

O Chelsea actuou precisamente como seria de esperar, temendo o FC Porto. Nada de transcendente face ao poderio azul-e-branco em sua casa, mas postura que se agudiza neste conjunto em particular, que, indo de encontro à minha concepção de como se deve encarar o futebol, defende como um rochedo e contra-ataca com uma precisão cruel.

Dois momentos há a salientar nos instantes madrugadores da partida: a lesão de Terry e a entrada de Robben, afectando a coesão e organização táctica de britânicos e portugueses, respectivamente. Com o empate estabelecido, o FC Porto carregou sobre o adversário, remetendo-o à sua metade territorial e condenando ao insucesso os esporádicos laivos de contra-ofensiva esboçados. O Chelsea foi sendo diminuído até se tornar doloroso verificar o equilíbrio do placard, indiferente aos muitos argumentos que os campeões nacionais esgrimiam neste combate.
Trocados os campos, assistiu-se a um decréscimo de fulgor por parte dos anfitreões, incapazes de traduzir em oportunidades o domínio territorial exercido, sendo que só a quinze minutos do término o Chelsea transcendeu o domínio do sofrível para criar as suas duas únicas chances ao longo da partida, parca justificação para o resultado equilibrado que perdurará. Para este crescendo final contribui decisivamente a inferioridade física de Ricardo Quaresma, assolado por caimbras quando dois terços do segundo tempo estavam já decorridos. Atrevo-me a afirmar que equipa alguma do mundo poderia reagir na ausência das suas duas mais influentes pedras adiantadas.

1-1 penaliza o FC Porto de dois modos. Coloca-o em desfavor relativamente ao Chelsea no contexto da eliminatória e deixa-lhe na boca o amargo travo de injustiça e insatisfação por não terem sido preameados sessenta minutos em que o campeão inglês pouco mais foi que uma banal equipa de confrangedor desempenho ofensivo ou contra-ofensivo.

Ainda um voto de confiança para a segunda mão. Jogando como o fez hoje, o FC Porto elimina naturalmente o Chelsea da Liga Milionária. Faltam 15' de frescura e um Anderson.


Por fim, algumas notas.

Pepe e Quaresma, jogadores de top mundial;
Bosingwa, que não precisa de provar mais nada a ninguém;
Meireles, que, infelizmente, parece aparecer apenas nos jogos grandes.

Essien tem um corte limpo sobre Quaresma e, no seguimento da jogada, aproveita para o atingir barbaramente. Momento inadmissível, agravado ainda pela mímica sugerindo teatralização desempenhada por um senhor que se considera merecedor de respeito por parte destes adeptos.

Pepe justificou igualmente a expulsão. O FC Porto ficaria reduzido a 10 elementos aos 89', o Chelsea já o estaria há cerca de uma hora.

Parabéns, por fim, ao público do Dragão. Somos especiais.

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