segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Goleada à Beira-Mar plantada

Ante um adversário débil, não restava ao campeão nacional outra hipótese senão a vitória. E foi nesse sentido que, paulatinamente, o FC Porto se foi apropriando da partida, ao ponto de lhe colocar uma enfática pontuação, exagerada penalidade para o conjunto alvi-negro. De uma partida desinteressante, destaca-se o fugaz assomo ofensivo do Beira-Mar, imediatamente contrariado pelos visitantes, que não mais largaram o leme da disputa para gaúdio dos quase 15000 espectadores, a esmagadora maioria Portistas, que proporcionaram uma bela assistência no Mário Duarte.


O jovem argentino Lisandro Lopez apontou o seu nono tento da temporada,
sexto se nos cingirmos a embates da Liga Portuguesa.



Confiante face ao regresso de Quaresma, Jesualdo ressuscitou o 4-3-3, entregando a Assunção e Meireles o controlo do miolo, libertando assim Lucho para o apoio aos dianteiros, Lisandro e Postiga. O entrosamento tardou alguns minutos, suficientes para que os aveirenses criassem a sua mais flagrante chance de golo, explorando a arriscada marcação zonal que o técnico portista pretende implementar para, no seguimento de um pontapé de canto, ver o tento impedido em cima da linha de baliza por Marek Cech. Não mais os anfitreões colocaram em cheque a inviolabilidade das redes à guarda de Hélton, sendo pouco depois colocados em desvantagem por Lisandro Lopez, concluindo este uma magistral jogada estudada, nada e coroada de glória em meros três toques. Pouco interesse suscitou o desafio a partir desse momento, sobrevivendo à custa de pontuais laivos de génio de Ricardo Quaresma. Postiga viu ainda uma grande penalidade ser-lhe negada antes do descanso, chegado e ultrapassado sem que a tendência de jogo se alterasse. A machadada final, aplicou-a Lucho Gonzalez aos setenta minutos, finalizando uma boa jogada de insistência do compatriota Lisandro, saído, porém, de posição irregular. O resultado assumia contornos irreversíveis, abrindo espaço à descompressão de ambas as partes. A vantagem azul-e-branca dobrou em cinco minutos, sendo a contagem encerrada por Adriano, de grande penalidade.
Sem deslumbrar, o campeão nacional trabalhou o mínimo indispensável para vencer, acabando premeado com uma gorda vitória, a segunda goleada em outras tantas partidas, e, fundamentalmente, uma forte injecção de moral numa fase em que tanto a Liga como a Champions se encontram em fase decisiva.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Paulo Assunção - O Indiscutível

Paulo Assunção da Silva nasceu a 25 de Janeiro de 1980 em Várzea Grande no Brasil.

O brasileiro começou a dar nas vistas ao serviço do Palmeiras, treinado na altura por Luiz Felipe Scolari (actualmente Treinador da Selecção Nacional), de onde se transferiu para o FC Porto. Nunca se impôs na equipa principal dos portistas e regressou assim ao seu país no final dessa mesma época. Paulo Assunção voltaria a Portugal, desta feita para envergar a camisa do Nacional nas épocas 02/03 e 03/04. Fazendo uma boa temporada ao serviço dos insulares, o brasileiro regressou ao F.C. Porto, mas voltou a não conseguir assegurar um lugar na equipa e foi emprestado ao AEK de Atenas. Acabou por voltar no final da época, afirmando-se de vez com Co Adriaanse que confiou nele para realizar uma posição fundamental no sistema táctico adoptado (3-4-3).

É um médio de cariz defensivo, com particulares bastante modernas. A sua polivalência, posicionamento, força física e sentido de oportunidade tornaram-no um dos jogadores mais evoluídos na sua posição a actuar de momento no Futebol Português. Não admira portanto que, rapidamente, acabaria por conquistar a titularidade na equipa Portista na época 05/06, onde viria a tornar-se Campeão Nacional.

Actualmente na época 06/07, o jogador de 27 anos, continua a espalhar dentro do campo um encantamento à sua maneira. Tem 15 jogos realizados (13 a titular e 2 como suplente utilizado), o que lhe confere 1066 minutos jogados. Na Liga dos Campeões apenas não jogou um dos 7 jogos já realizados.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Empate ao intervalo

O Chelsea actuou precisamente como seria de esperar, temendo o FC Porto. Nada de transcendente face ao poderio azul-e-branco em sua casa, mas postura que se agudiza neste conjunto em particular, que, indo de encontro à minha concepção de como se deve encarar o futebol, defende como um rochedo e contra-ataca com uma precisão cruel.

Dois momentos há a salientar nos instantes madrugadores da partida: a lesão de Terry e a entrada de Robben, afectando a coesão e organização táctica de britânicos e portugueses, respectivamente. Com o empate estabelecido, o FC Porto carregou sobre o adversário, remetendo-o à sua metade territorial e condenando ao insucesso os esporádicos laivos de contra-ofensiva esboçados. O Chelsea foi sendo diminuído até se tornar doloroso verificar o equilíbrio do placard, indiferente aos muitos argumentos que os campeões nacionais esgrimiam neste combate.
Trocados os campos, assistiu-se a um decréscimo de fulgor por parte dos anfitreões, incapazes de traduzir em oportunidades o domínio territorial exercido, sendo que só a quinze minutos do término o Chelsea transcendeu o domínio do sofrível para criar as suas duas únicas chances ao longo da partida, parca justificação para o resultado equilibrado que perdurará. Para este crescendo final contribui decisivamente a inferioridade física de Ricardo Quaresma, assolado por caimbras quando dois terços do segundo tempo estavam já decorridos. Atrevo-me a afirmar que equipa alguma do mundo poderia reagir na ausência das suas duas mais influentes pedras adiantadas.

1-1 penaliza o FC Porto de dois modos. Coloca-o em desfavor relativamente ao Chelsea no contexto da eliminatória e deixa-lhe na boca o amargo travo de injustiça e insatisfação por não terem sido preameados sessenta minutos em que o campeão inglês pouco mais foi que uma banal equipa de confrangedor desempenho ofensivo ou contra-ofensivo.

Ainda um voto de confiança para a segunda mão. Jogando como o fez hoje, o FC Porto elimina naturalmente o Chelsea da Liga Milionária. Faltam 15' de frescura e um Anderson.


Por fim, algumas notas.

Pepe e Quaresma, jogadores de top mundial;
Bosingwa, que não precisa de provar mais nada a ninguém;
Meireles, que, infelizmente, parece aparecer apenas nos jogos grandes.

Essien tem um corte limpo sobre Quaresma e, no seguimento da jogada, aproveita para o atingir barbaramente. Momento inadmissível, agravado ainda pela mímica sugerindo teatralização desempenhada por um senhor que se considera merecedor de respeito por parte destes adeptos.

Pepe justificou igualmente a expulsão. O FC Porto ficaria reduzido a 10 elementos aos 89', o Chelsea já o estaria há cerca de uma hora.

Parabéns, por fim, ao público do Dragão. Somos especiais.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Porto em vídeo - 8º Acto

Em nenhuma outra eliminatória estará tão presente este jogo. Todos se lembrarão, onde estavam, como sofreram, como gritaram, como por fim enrouqueceram...

Esperemos que este jogo esteja bem presente na quarta-feira, como também estará em alguns dos nossos adversários!

Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, José Mourinho, Baltemar Brito, André Villas-Boas, Silvino e Rui Faria, boa sorte para o resto da época! E continuem a elevar bem alto o nome do Porto!

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Aquecer baterias para a Champions

O Porto regressou hoje às vitórias com um sistema novo, a assentar num 4-4-2, com 2 pontas de lança na frente, (Postiga e Lisandro) auxiliados por Bruno Moraes, e com Lucho Gonzalez e marek cech descaidos para as alas.
Face à ausência de Quaresma, Jesualdo percebeu que teria que imprimir um outro modelo com outra dinâmica e que permitisse à equipa criar mais desiquilibrios no último terço, através da mobilidade constante dos seus 2 pontas de lança e das sucessivas incursões dos médios pelas alas, e pelo meio.
A colocação de Lisandro Lopez mais próximo de Postiga beneficiou os 2 jogadores. Lisandro jogou numa posição mais próxima da natural, o que lhe permitiu uma maior participação nas tarefas de finalização, às quais correspondeu duas vezes com mestria. Postiga, por seu lado, apesar de não ter marcado, foi mais produtivo com Lisandro a seu lado. Bruno Moraes, que desta vez, jogou mais recuado, acabou por se perder em dribles excessivos, que prejudicaram a equipa na última fase de construção. Contudo, acabou por ser lesto, ao assistir Lisando para o primeiro golo.
A utilização de marek cech, no meio campo, em detrimento de Raul Meireles também não surpreendeu, pois permitiu um menor afunilamento pela zona central, conseguindo romper muitas vezes pelo lado esquerdo, assistido por Fucile. Lucho demonstrou a classe habitual a assistir os colegas da frente, abrindo muitas vezes para a entrada de bosingwa, e aparecendo na área para apontar o segundo golo.
Com a entrada de Pepe, a defesa ganhou outra consistência, e sempre bem vigiada por Paulo Assunção, que se exibiu a bom nível. Na segunda parte, após o terceiro golo ( mais uma finalização excelente de Lisandro) a equipa baixou o ritmo, procurando gerir o esforço para o jogo de terça-feira.
Uma palavra para Adriano, que voltou hoje aos golos, e que se mostrou pouco afectado, depois dos episódios atribulados por que passou no último defeso. Rentería teve hoje a sua primeira primeira oportunidade para mostra o que vale, mas pouco tempo teve para isso.
O Porto conseguiu hoje uma vitória folgada perante uma naval pouco ameaçadora, mas que em certos períodos soube impor o seu futebol, que lhe permitirá encarar com confiança acrescida o importante embate a meio da semana.

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Porto em vídeo - 7º Acto

Na semana em que se estreou a titular da "selecção"...

Ricardo Quaresma



AnoEquipaJgGolbncMinAVMédia
06/07FC Porto15601270218,67
05/06FC Porto25(4)502018607,36
04/05FC Porto24(8)402205816,97
03/04Barcelona10(12)1-99951
02/03Sporting27(4)522243617,26
01/02Sporting B10----
01/02Sporting14(14)341328507,36
00/01Sporting B150----
Fonte: Frix

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Terceira derrota injusta em quatro jogos

O FC Porto recebeu este sábado no Estádio do Dragão a equipa do Estrela da Amadora. Jogo que, considerando o baixo estatuto do adversário, se apresentava em teoria como ideal para começar uma reviravolta anímica e de resultados - dado que as derrotas recentes com o Atlético e o União de Leiria tinham representando uma quebra no registo vitorioso que o FC Porto vinha marcando desde o início da época. Havia no entanto duas baixas importantes no 11, Pepe e Quaresma, suspensos devido a incidentes disciplinares em Leiria. Isso representava a subida a titulares dos pouco utilizados Ricardo Costa e Vieirinha, quase inevitavelmente enfraquecendo a equipa.

Hélton; Bosingwa, Bruno Alves, Ricardo Costa, Mareque; Paulo Assunção, Raúl Meireles, Lucho; Vieirinha, Lisandro e Postiga - esta a equipa que o FC Porto pôs em campo. Com o Estrela claramente decidido a tapar a iniciativa portista e nada mais, desde cedo que a equipa da casa tomou conta do jogo, ou pelo menos, da posse de bola em zona ofensiva. Mas o ataque portista esbarrava no muro defensivo adversário, e de forma assustadora, os minutos iam passando sem que houvesse praticamente alguma ocasião de golo. Pouco antes da meia hora, era perceptível através da transmissão televisiva que o público do Dragão já assobiava a inoperância portista. E foi por volta dessa altura que surgiu a primeira chance clara de abrir o marcador, contra-ataque com Lisandro a assistir Postiga com um passe a cruzar toda a área, sem que Postiga conseguisse finalizar da melhor forma.

Este lance não teve seguimento, manteve-se o 0-0 até ao intervalo. E os minutos continuavam a passar, já na 2ª parte. Aos 58' Jesualdo desdobrou a equipa num 4-2-4 trocando Meireles por Alan e o extremo brasileiro de imediato criou algum perigo num lance à linha de fundo. Logo de seguida, Lisandro teve finalmente mais uma grande oportunidade para marcar, após grande passe aéreo de Vieirinha, mas finalizou com um passe autêntico a Paulo Lopes.

Não havia maneira de furar o muro amadorense. Jesualdo fez Sokota regressar aos relvados tirando Vieirinha, e já em desespero de causa tirou Mareque por Ibson, transformando a equipa num 3-3-4 à maneira holandesa a 10 minutos do fim. Sempre sem daí tirar quaisquer efeitos práticos, até porque tanto Vieirinha como Mareque, sem estarem a jogar de forma deslumbrante, tentavam desequilibrar. Nos últimos minutos, com a equipa toda balançada para o ataque, Daúto Faquirá correctamente lançou o extremo direito Zamorano em jogo, e começou a criar muito perigo em contra-ataque, aproveitando o buraco deixado no lado esquerdo da defesa portista com saída de Mareque. Primeiro Anselmo apareceu completamente só frente a Hélton, e só não fez golo porque demorou tanto tempo que permitiu um corte. Depois, no outro lado, Postiga finalmente fazia golo, mas seria invalidado devido a fora-de-jogo. Já nos descontos, o Estrela ataca pela ala direita, e Anselmo faz mesmo golo, antecipando-se a Ricardo Costa.

Derrota muito idêntica aos desaires recentes frente ao Atlético e ao Leiria. Porto domina, mas é incapaz de marcar, e o adversário faz o único golo contra a corrente do jogo. A diferença aqui foi que estivemos terrivelmente desinspirados durante toda a partida, dominando toda a posse de bola mas criando apenas 2 ocasiões claras em todo o jogo. A derrota castiga esta apatia portista e premeia a qualidade da estratégia defensiva do Estrela da Amadora, mas dado o Estrela ter abdicado durante 80 minutos de sequer tentar qualquer iniciativa atacante, não me parece justa.

Os danos na tabela classificativa aparentam ser poucos - o Benfica empatou com o Boavista (jogo que os encarnados também dominaram mas criaram tantas oportunidades que o 0-0 final acaba por ser cómico), e, enquanto escrevo este texto, o Sporting encontra-se a perder com o Nacional. Sendo assim, os adversários directos parecem não aproveitar os nossos desaires. Não deixa, no entanto, de ser muito preocupante a quebra de forma portista que parece durar. Espera-se que nos próximos encontros haja uma subida de forma, até porque Pepe, Quaresma, e Anderson, há tanto tempo afastado por lesão, deverão regressar. É que este Porto, a jogar assim, arrisca-se a envergonhar o nome do clube diante do Chelsea na Liga dos Campeões.

Análise individual dos jogadores:

Hélton (6) - Não teve defesas difíceis para fazer, e tinha poucas hipóteses no lance do golo. Esteve bem a jogar com os pés.

Bosingwa (6) - Teve algumas boas iniciativas atacantes a criar perigo.

Bruno Alves (5.5) - Sólido a central, no fim do jogo pediram-lhe que jogasse a lateral esquerdo e aí fez... os possíveis. Fez algumas faltas a mais, e tentou alguns remates que passaram a quilómetros do alvo.

Ricardo Costa (4) - Péssimo. Teve dois "bloqueios mentais" em que demorou a reagir a um passe, oferecendo a bola ao adversário. Deixou Anselmo sozinho na jogada antes do golo, conseguindo ainda ir fazer o corte no último momento graças à demora do atacante. E era ele que estava a (tentar) marcar Anselmo no golo. Considerando a promessa que foi quando era jovem, dá pena ver o actual Ricardo Costa a jogar. E deixa no ar a dúvida se não seria melhor pôr João Paulo no seu lugar.

Mareque (5.5) - Tentava desequilibrar de vez em quando, embora a maior parte das vezes perdesse a bola. Bateu pontapés de canto de forma esquisita, abraçando a bandeirola.

Paulo Assunção (7) - A melhor exibição portista? Com cortes em esforço lá ia corrigindo todo o perigo criado por.. Ricardo Costa.

Raúl Meireles (5) - Pouco interventivo.

Lucho (5) - Sem Quaresma e Anderson, seria de esperar que Lucho fosse o elemento criativo. Não o foi. Esteve muito apagado, sem criar oportunidades nem aparecer a finalizá-las como é costume.

Vieirinha (6) - A anos-luz da produtividade de Quaresma, mas ia fazendo o que podia. Esforçado, fez algumas recuperações de bola e ainda teve um passe genial que pôs Lisandro na cara do golo, pouco antes de ser substituído.

Lisandro (6.5) - O mais inconformado no ataque. Esteve no entanto mal na referida jogada em que foi assistido por Vieirinha, rematando fraco na direcção de Paulo Lopes.

Postiga (5) - Fez faltas, tentou arrancar penaltis (ficam algumas dúvidas num lance com Fonte em que se agarram mutuamente), protestou com o árbitro até ao ponto de ver amarelo, não aproveitou oportunidades, estava sempre em fora-de-jogo. Jogo esforçado mas fraco.

Alan (5.5) - Logo que entrou em jogo criou perigo, mas a seguir desapareceu.

Sokota (4) - Sem ritmo. A bola também não lhe chegou muitas vezes.

Ibson (4.5) - Tentou fazer alguma diferença no jogo, mas não teve tempo.