domingo, 30 de setembro de 2007

O Xeque-Mate do Licha

Seis vitórias em seis jogos. Eis o percurso, até ao momento, do Futebol Clube do Porto neste campeonato. No dérbi da Invicta, os comandados de Jesualdo Ferreira vingaram a eliminação da Taça da Liga aos pés do Fátima. Lisandro voltou a ser decisivo e já leva 6 golos em apenas 5 jogos. Na época passada, marcou 7 em 26 jogos. Sintomático...


Depois da revolução operada no onze inicial em Fátima, o Dragão voltou a jogar com os seus artistas habituais. Helton voltou à baliza depois de 5 jogos de ausência, Stepanov fez a sua estreia a titular para o campeonato e Tarik voltou ao onze apesar das evidentes dificuldades físicas provocadas pelo Ramadão.
Os azuis-e-brancos entraram em campo sabendo do empate no dérbi lisboeta e portanto, já sabiam que uma vitória deixaria Sporting e Benfica a 7 e 8 pontos da liderança, respectivamente. E a verdade é que o Porto mostrou que queria resolver as coisas cedo. Aos 4 minutos, Carlos não consegue agarrar um livre cobrado por Quaresma e Lisandro com a baliza aberta envia a bola para as nuvens. Apenas 11 minutos depois, uma espécie de repetição. Quaresma bate o livre, Carlos não agarra a bola, esta sobra para Lisandro que desta vez não desperdiça e coloca o FC Porto em vantagem. Após o golo, o FC Porto adormeceu à semelhança do que tem acontecido nos últimos jogos. Mas o Boavista não aproveitou e o resultado manteve-se inalterado até ao intervalo.

Para o segundo tempo, entrou Leandro Lima em detrimento do desgatado Tarik Sektioui. Mas a verdade é que ainda ninguém avisou Jesualdo Ferreira que o médio brasileiro é um número 10 e não um extremo.
Quanto ao jogo, tudo na mesma, o Porto não acordou durante o intervalo e continuava a dar espaços aos jogadores do Boavista. Esporadicamente, criava perigo como aconteceu aos 67 minutos com Raúl Meireles a rematar com força mas ao lado da baliza de Carlos. 3 minutos depois, Bangoura trabalha bem, entra na área mas remata fraco para as mãos de Helton. O público do Dragão não gostou e assobiou. Mas apenas 6 minutos depois, o público do Dragão ia afastar o sono imposto pelo enfadonho estilo de jogo da equipa e iria festejar o golo da tranquilidade. Segundo do Porto e o segundo de Licha. Cruzamento de Cech ao encontro de Lisandro que dominou e não teve contemplações na hora de acabar com o jogo. Até ao apito final de Artur Soares Dias, pouco mais há a destacar.

Com esta vitória, o FC Porto tem o melhor arranque de campeonato desde 1990/91 e já leva uma excelente vantagem sobre os seus rivais directos. O que todos os portistas esperam é que a equipa tenha aprendido com os erros do passado e que não volte a desperdiçar uma vantagem confortável como fez na época transacta.

MVP:

Lisandro-> Últimos 3 jogos para o campeonato, 5 golos marcados pelo FC Porto, 5 golos marcados por Lisandro López. E está tudo dito no que toca à importância do avançado argentino no excelente início de época. Mas a verdade é que Lisandro não é apenas um goleador. Para além de marcar, corre, assiste e dá tudo em todas as jogadas. Está em grande forma e pela amostra, não está com vontade de abrandar o ritmo.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

O Milagre de Fátima

Ontem assistimos a uma das piores exibições do Porto nos últimos tempos. Foi um jogo totalmente desinspirado e até constrangedor por parte do bicampeão Nacional depois de um arranque histórico de Temporada. Jesualdo e a sua turma voltaram a menosprezar um adversário menor, dando a entender que a Taça da Liga não é uma competição que interesse minimamente.



Jesualdo apresentou, algo surpreendentemente, 7 reforços no onze inicial: Stepanov, Lino, Kaz, Bollatti, Leandro Lima, Mariano Gonzalez e Farias transitando ainda os recentemente titulares Nuno, Fucile e João Paulo e ainda um ex júnior: Rui Pedro; encaixados no habitual 4-3-3. Foi, contudo, muito infeliz nessa opção. Logo nos primeiros minutos notou-se um Porto lento, sem ritmo, a fazer lembrar a pré época, e um Fátima ultramotivado, muito acutilante, sobretudo pelo lado direito, com Marco Airosa e Saleiro a fazer estragos. Por aqui se via que a defesa iria ter muitos problemas. Lino continua a mostrar porque nem nos convocados tem entrado.
Da parte do Porto, na apatia geral, sobressaiu Leandro Lima que tentava pegar no jogo, mas estava constantemente marcado e sem apoio. No ataque, Rui Pedro mostrou que pode ser uma boa aposta de futuro, empenhado e mostrando alguma habilidade.
Chegava-se assim ao fim da primeira parte, com um nulo constrangedor para o Porto, mas justificado pelo Fátima, sempre atrevido e bem organizado.

Na 2ª parte, saíram Kazmierckzack, que pouco jogou , além de dois remates relativamente perigosos, parece-me cada vez mais que não tem categoria suficiente para ser utilizado com assiduidade; e Rui Pedro, entrando para os seus lugares Marek Cech e o regressado Adriano. O Porto mudou assim o seu esquema táctico, para um 4-4-2 losango com Bollati e Leandro a manterem-se nos vértices defensivo e ofensivo, com Cech e Mariano nos flancos. Estas alterações provocaram um ligeiro melhoramento na qualidade e velocidade de jogo do Porto, com Leandro Lima, logo a a abrir, a estoirar a barra da baliza defendida por Pedro Alves. O Fátima, agora mais em contra-ataque não deixou de incomodar, e à passagem dos 60 minutos criou 2 situações de perigo iminente, com Nuno e Stepanov, o melhor na defesa, a oporem-se com eficácia. Edgar rendeu Farias, muito inadaptado e ainda muito longe do que produziu na Argentina, protagonizando logo uma grande situação, dominando a bola de forma excelente e rematando de primeira. Parece-me que tem melhorado neste inicio de época e merece ser opção regular. Com o aproximar do fim, a equipa ? do Porto foi incapaz de resolver o jogo a seu favor e foi com naturalidade que se chegou aos penalties. Aqui, a história não foi diferente, os jogadores pareciam indiferentes ao desfecho dos acontecimentos, tanto que os falhanços de Lino e Mariano (ainda bem que não foi comprado!) pareceram completamente displicentes. O Fátima passou assim à fase de grupos, no dia mais glorioso da sua história.

Em conclusão, fica mais uma vez evidente a falta de capacidade motivadora de Jesualdo, assim como a desequilibrada gestão do plantel, é incompreensível como lança os jogadores menos utilizados de uma só vez, sem manter pelo menos um elemento habitualmente titular no meio campo. Isto criou uma tremenda falta de entrosamento, sem desiquilíbrios, aliada a uma brutal inoperância dos ditos “reforços”, que naturalmente condenou o jogo a um marasmo por demais evidente. Contudo, o principal problema foi a atitude pouco profissional da equipa, que envergonha e ultraja todos os adeptos que presenciaram e assistiram à partida. Mais uma vez, o fantasma “atlético” voltará a pairar no Dragão.


domingo, 23 de setembro de 2007

Lichado

O FC Porto soma a sua quinta vitória no campeonato em cinco jogos, após uma complicada vitória sobre o Paços de Ferreira na Mata Real por dois golos sem resposta. O Bi-Campeão Nacional continua assim, líder isolado na classificação.

Num campo tradicionalmente difícil para o F.C. Porto os azuis e brancos demonstraram com uma boa atitude que o objectivo do Tri-Campeonato está a ser encarado com unhas e dentes do primeiro ao último jogo da competição.

O F.C. Porto chegou à vantagem bem cedo, aos 11 minutos, após um lance de insistência de Bruno Alves, que de forma fantástica cruza da esquerda para Lisandro que por sua vez controla e fuzila, de primeira, o guarda-redes Peçanha. Aos 67 minutos, o avançado argentino bisou e resolveu a partida, com assistência de Leandro Lima.

Durante o encontro destaque para uma segurança defensiva o quanto baste, mas longe de ser satisfatória. Um meio campo musculado, que esteve bem neste jogo frenético. Ricardo Quaresma voltou a estar de novo em evidência, não só pelo seu trabalho ofensivo como também pelo defensivo. Mas o Homem do Jogo foi inquestionavelmente Lisandro López. O argentino bisou e transmitiu durante todo o jogo uma imensa garra à equipa. Quanto a caras menos frequentes:


João Paulo continua a procura da melhor performance, mas já dá mostras de querer fazer uma dupla sólida com Bruno Alves.

Na baliza, Nuno esteve sempre seguro e concentrado.

Razoável exibição de Edgar que teve o seu momento alto numa flagrante ocasião de golo, onde um grande cabeceamento foi sacudido para canto, de forma exemplar, por Peçanha. Fora este lance, evidenciou clara facilidade no jogo aéreo e espírito batalhador.

Bolatti entrou em campo para render Raúl Meireles e cumpriu bem a sua função, não só a defender como ainda teve tempo para lançar de forma rápida um ataque (que poderia ter sido perigoso não fosse alguma falta de entendimento entre Ricardo Quaresma e Leandro Lima)

E este último, Leandro Lima, continua a ambientação ao futebol português (embora o jogo não tivesse sido o melhor para as suas características). Anderson também sentiu inúmeras dificuldades na época transacta.


Concluindo, o F.C. Porto continua a vencer e a somar pontos que na época passada não conseguira. A 13 de Maio de 2007 o F.C. Porto empatou na Mata Real, adiando para a jornada seguinte, no Dragão, a conquista do Bi-Campeonato. Nessa altura perdera dois pontos, hoje não deixou escapar nenhum. Nesta jornada conseguiu também distanciar-se dos mais directos concorrentes pois ambos empataram. O Sporting encontra-se agora a 5 pontos e o Benfica a 6 pontos.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Pacto de não-agressão

O Porto iniciaria a Champions deste ano com um enorme peso, o de não vencer o jogo inaugural há 4 épocas (três últimos em casa). Já os reds tentavam o vencer pela primeira vez uma equipa portuguesa no actual formato da Liga dos Campeões e ganhar na invicta, algo que nenhuma equipa inglesa tinha conseguido quando o adversário se veste de azul e branco. Para isso, o Liverpool entraria com Pepe Reina; Arbeloa, Finnan, Hyypia e Carragher; Mascherano, Gerrard, Pennant e Ryan Babel; Torres e Kuyt. Por sua vez, os Dragões jogariam com a mesma equipa da última jornada do campeonato, à excepção de Fucile que entrava no lugar de Marek Cech.

Que o jogo foi pobre, qualquer adepto que saiu do Dragão não terá dúvidas, mas se se perguntar, se elas existem quanto à capacidade das equipas para darem mais, essas assaltam-nos a mente. De tal forma que, aquele que deve ser o primeiro objectivo de um onze quando entra em campo passou ser o segundo ou o terceiro. Um Liverpool que fez com que Shankly e Paisley se revirassem na tumba, tal foi a forma catenacciana de jogar. Já o Porto que pouca velocidade mostrou, foi quase sempre incapaz de transpor as duas linhas defensivas do Liverpool e a situação até piorou (inexplicavelmente) quando se viu em superioridade numérica.

Na etapa inaugural, o clube da invicta entraria determinado a fazer rapidamente o primeiro tento na partida, resultando num remate perigoso de Lisandro, após uma intercepção de bola de Ricardo Quaresma e mais tarde na efectivação dessa vontade por Lucho de grande penalidade, sofrida por Tarik Sektioiu. O domínio era tal que oito minutos feitos de jogo a vantagem justificava-se, mesmo assim, após erro defensivo, o Liverpool chegaria ao empate. Após o golo inglês, ficariam a faltar 30 minutos para o intervalo, mas os dragões seriam incapaz de responder - não por falta de bola, mas por incapacidade de a fazer jogável, tal era o nervosismo na troca e a inutilidade da lateral. Neste período destacavam-se pela negativa os 4 elementos das alas, em especial os portugueses Bosingwa e Quaresma.

A segunda-parte recomeçaria sem nenhuma alteração do lado portista e a equipa voltava desejosa da vitória, mas seria de pouca dura. A expulsão de Pennant, após duplo-amarelo, condicionaria os reds e, inexplicavelmente, o Futebol Clube do Porto. A segurança foi tal que os jogadores portistas não sentiram necessidade de garantir a vitória - já que o empate estaria afiançado - e de um momento para o outro as duas equipas fizeram um pacto de não-agressão. Se esta posição seria compreensível do lado inglês, já do português é enigmático.

O jogo seguiria para o fim e o má qualidade acentuava-se, especialmente após as trocas feitas por Jesualdo - se a entrada de Mariano González se compreende, já a sua colocação no meio-campo é incompreensível, tão incompreensível como ter Ernesto Farías como única opção no banco e não se percebe como o Porto (satisfeito, certamente) acabou o jogo só com duas substituições e que Kazmierczak não tenha entrado, após sucessivos cantos e livres.

Como argumento dos jogadores e do treinador, temos o empate e uma forma mais ou menos idiota, que se esconde no pragmatismo, de olhar para este resultado - é certo que não põe em causa a qualificação e que a equipa empatou com o principal candidato ao primeiro lugar do grupo, mas não será igualmente certo que, no ano passado quando encontramos o Chelsea arrependemo-nos de ter empatado com o Arsenal e com o Chelsea, não é verdade que a eliminatória se podia ter decidido no Dragão?!

domingo, 16 de setembro de 2007

Falta raça, falta querer.

FC Porto soma a 4ª vitória no campeonato em quatro jogos, após vitória sobre o Marítimo por 1-0 e é líder isolado. Bom reultado, exibição fraquíssima.

A vitória do FC Porto é um facto a destacar e saudar mas começa a ser deveras preocupante a bitola exibicional esta época. Os jogadores parecem arrastar-se em campo e o treinador não dá ares de saber motivar a equipa.

Ontem assistiu-se uma vez mais a isso mesmo. Exibição fraquíssima, com excepção dos primeiros minutos. Situação que se agravou após a marcação do golo. Os jogadores denotavam conformação com o perigoso resultado que se verificava, o treinador dá a entender estar contente também. Só assim se consegue compreender a anulação da entrada em campo de Leandro Lima no momento do golo. Claramente uma falta de ambição gritante.
O único jogador que mostrou uma raça à FC Porto iniciou o período do Ramadão, cumprindo com as regras vigentes da sua religião. O que poderá ser preocupante, já que lhe poderá retirar o fulgor que vem apresentando. Um eventual cansaço é a única razão que se consegue descortinar da sua saída ao intervalo.

Restou-nos a alegria do golo, porque quase tudo o que veio a seguir foi mau demais. Falhas defensivas gritantes, que o Liverpool não as perdoará, desleixo no passe, falta de motivação nos cortes, falta de vontade em fazer pressão a todo o campo. Mau demais. E só não foi tudo mau porque ao menos vimos um pouco de Leandro Lima e deu para verificar a qualidade que ele pode trazer ao nosso futebol.

Coisa que não consigo entender é a falta de aposta no Edgar. Chegou logo no início e não tem oportunidades. Postiga que esteve para ser dispensado, quando foi necessário jogou. Farias, que esteve lesionado, faz uns treinos durante esta semana e joga à primeira oportunidade. Não é, no meu entendimento, assim que se motiva um plantel.

Parece-me faltar no balneário, por exemplo, um Vítor Baía. Pedro Emanuel está lá, mas nos últimos jogos não participou e isso notou-se na atitude e na entrega.
Falta raça, falta querer. Não é isso que o povo portista está habituado. À atenção de Jesualdo mas sobretudo de Pinto da Costa.

Boa sorte para o jogo contra o Liverpool. Mas façam-no com mais raça e com mais querer. É isso que nos dá orgulho em ser portistas.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Vitória gorda em jogo morno

O FC Porto jogou este noite em Leiria, no Estádio Dr. Magalhães Pessoa contra o União local, e garantiu a 3ª vitória para o campeonato esta época, por 3-0. Este jogo vinha na sequência da visita ao Municipal de Braga e à recepção ao Sporting, como parte de um início de calendário muito complicado, que não impediu no entanto o FC Porto de somar todos os 9 pontos possíveis até ao momento.



A antevisão do jogo gerou alguma polémica, por o União ter pedido o adiamento da partida devido a ter jogado em Israel esta semana, e o FC Porto ter recusado este pedido, com base no período de descanso entre a partida em Israel e este jogo estar dentro do permitido pelos regulamentos. Outro assunto que dominou as atenções antes do jogo foi as lesões de Hélton e Pedro Emanuel, que levou a que Jesualdo Ferreira apostasse em Nuno e João Paulo (e não Stepanov) como titulares. Sendo assim, o Porto alinhou com a seguinte equipa: Nuno; Fucile, Bruno Alves, João Paulo e Bosingwa; Paulo Assunção (Leandro Lima 70'), Raúl Meireles e Lucho González; Quaresma, Tarik Sektioui (Mariano González 65') e Lisandro López (Edgar 75'). O Leiria jogou com: Fernando; Éder, Bruno Miguel, Laranjeiro, e Éder Gaúcho; Lukasiewicz (João Paulo 51'), Faria (Toñito 82') e Tiago; Ngal (Cadu 48'), Sougou e Paulo César.

Logo ao abrir do jogo (aos 3 minutos) houve um lance polémico: Bosingwa introduziu a bola na baliza de Fernando, a passe de Bruno Alves, mas o lance foi erradamente anulado pela equipa de arbitragem que considerou que Bruno Alves estava em fora-de-jogo. O FC Porto no entanto não baixou os braços e era a equipa que causava mais situações de perigo, mas sempre num ritmo muito lento e com os principais criadores de perigo muito desinspirados. Conforme a 1ª parte decorria a equipa ia cada vez mais descendo de produção, e o Leiria chegou a incomodar Nuno com um cabeceamento perigoso de Sougou, mas o FC Porto marcou o primeiro golo no momento em que apresentava menos produção atacante: no minuto 36, através de Tarik Sektioui, que recebeu dentro da área a bola no peito e ainda teve tempo para a desviar para o fundo das redes, após centro de Quaresma.

De novo logo no re-início do jogo, mais uma jogada polémica do qual resultou o 0-2: um livre é mal marcado por Quaresma, e Bruno Alves insiste na jogada, indo à linha cruzar para o cabeceamento vitorioso de Lisandro Lopez. No entanto, as imagens parecem indicar que a bola já tinha ultrapassado a linha de fundo no momento do cruzamento, e desta vez nada foi assinalado pela equipa de arbitragem, que "corrigiu" assim o erro da 1ª parte com novo erro. Este golo desanimou muito a equipa de Leiria, que até ao fim do jogo nunca mais iria criar perigo, e o FC Porto dominou completamente a 2ª parte, chegando mesmo ao terceiro golo no minuto 64 através de João Paulo, que se antecipou aos adversários ao 1º poste após livre de Quaresma (desta vez bem apontado!), cabeceando para o 0-3. Este golo matou completamente o jogo, que se arrastou em ritmo lentíssimo até ao fim, havendo tempo para Jesualdo lançar em campo os reforços Mariano Gonzalez, Leandro Lima e Edgar, e para o FC Porto desperdiçar mais um par de boas oportunidades, com Meireles isolado a permitir a defesa de Fernando, e Mariano González a fazer o mesmo já perto do fim do jogo.

No final, vitória por 3-0, indiscutivelmente merecida, mas este esteve longe de ser um jogo entusiasmante, dado que a prestação na 1ª parte não foi convincente (embora tenha sido eficaz), notando-se até uma excessiva calma na organização de jogadas atacantes; e na 2ª parte o Leiria claramente baixou os braços, deixando espaço para o FC Porto se afirmar como a única equipa em campo. Mas o que conta é o resultado e os 3 pontos, que somam aos outros 6 conquistados anteriormente, e continuamos a liderar o campeonato a par com o Marítimo.

Análise individual:

Nuno - defendeu um remate perigoso de Sougou, e no final do jogo um par de remates de longe bastante inofensivos. Não teve que intervir mais.

Fucile - algo inconstante a defender face a Ngal, tendo sido ultrapassado pelo camaronês algumas vezes e obrigado a cortes no último momento após ter ido de primeira contra a finta do extremo. Depois de lesionar o adversário (num lance em que não parece ter qualquer intenção de o fazer), nunca mais teve problemas. A atacar esteve bem, e obrigou a que cometessem sobre ele algumas faltas perigosas.

Bruno Alves - vários cortes importantes, antecipou-se aos adversários sempre que necessário, mostrou ser o líder da defesa. Mostrou iniciativa atacante nos 2 lances polémicos da partida. Exibição sem nada a apontar.

João Paulo - nunca comprometeu lá atrás, e na 2ª parte teve oportunidade para criar perigo em 2 lances de bola parada, marcando golo num deles. Aposta ganha por parte de Jesualdo Ferreira para este jogo, o ex-leiriense convenceu-me, parece-me ser boa alternativa a Pedro Emanuel. Resta saber o que vale Stepanov.

Bosingwa - subiu pouco na 1ª parte, talvez para se precaver da velocidade do perigoso Sougou - certo é que a velocidade deste nunca apareceu em jogo. Na 2ª parte foi aos poucos aparecendo mais no jogo, e terminou como o maior desequilibrador da equipa.

Paulo Assunção - fez bem as compensações da defesa, embora parece-me que é ele que está a marcar (mal) Sougou no único lance de perigo do Leiria na partida. Saiu quando já não precisávamos de um trinco em campo.

Raul Meireles - muito certo no passe e empenhado. Nos primeiros minutos era o jogador que mais se destacava, depois desapareceu um pouco, mas de novo na parte final esteve em evidência, tentando por várias vezes o remate de longe, mas falhando uma ocasião em que esteve isolado frente ao guarda-redes.

Lucho González - começou o jogo organizando o jogo de uma posição estranhamente muito recuada na qual não conseguia fazer a diferença, depois na 2ª parte tentou uma série de aberturas para desmarcar os seus colegas do ataque - e algumas foram bem sucedidas. Terminou o jogo a fazer de falso Paulo Assunção. Boa exibição do argentino.

Quaresma - muito desinspirado, falhou inúmeros livres e cantos, quase nunca conseguiu desequilibrar, mostrou-se muito longe da forma ideal. E mesmo assim acertou em 2 lances, fazendo 2 assistências, sendo assim mais uma vez decisivo para o clube. Quantos jogadores conseguem fazer a diferença mesmo jogando mal?

Tarik Sektioui - com o volume de jogo todo na ala esquerda, com o objectivo de aproveitar o talento de Quaresma, a bola muito poucas vezes lhe chegava à direita. Quando lá chegou, marcou golo com muita calma e frieza. Acabou por ser eficaz quando foi necessário, o marroquino continua surpreendentemente a justificar o lugar no 11.

Lisandro López - muito aguerrido, não deu descanso aos adversários como é seu hábito, recuperando bolas que muitos avançados não recuperam. E marcou um golo, que é o que se pede a quem joga a ponta-de-lança. No entanto, foi apanhado demasiadas vezes em fora-de-jogo.

Mariano González - voltou a não entrar bem no jogo, não conseguiu criar perigo e falhou ainda uma boa oportunidade para marcar golo. Ainda é cedo para considerá-lo um "flop", mas até ao momento tem estado abaixo das expectativas.

Leandro Lima - tentou dar ritmo a um jogo que estava morto. Voltou a mostrar bom toque de bola, rapidez de execução e visão de jogo.

Edgar - teve pouco tempo para mostrar o que vale, das poucas vezes que tocou na bola combinou bem com os colegas de equipa.