sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Champions League 2007/2008 - O Sorteio

As sortes, que poderiam ter sido madrastas, colocaram no caminho do Futebol Clube do Porto um conjunto de adversários que, teoricamente, obrigará os Bi-Campeões Nacionais a impor o seu estatuto, garantindo uma das duas posições cimeiras que abrem as portas para a fase de eliminação directa.



Liverpool, Olympique de Marselha e Besiktaso os adversários dos Dragões na 1ª Fase da Liga Milionária.




Trata-se, contudo, de um grupo bem mais traiçoeiro do que à primeira vista possa aparentar, destacando-se a curiosidade de as três formações contarem com adeptos fervorosos, capazes de gerar ambientes particularmente agrestes para os seus opositores.

O Liverpool é um colosso, vice-campeão europeu e naturalmente favorito, fortemente reforçado com as aquisições de Torres, Voronin, Babel e Lucas e procurando sedimentar a posição de força que vem vincando no panorâma futebolísitico europeu, tendo marcado presença em duas das derradeiras três finais da Liga dos Campeões.

O Marselha é um grupo de atletas - que não necessariamente uma equipa - bastante forte. Contando com Rodriguez e Givet, ex-Mónaco, e o lateral africano Taiwo na defesa, Nasri e Zenden no meio-campo e um par de avançados com créditos, constituído por Cissé e Niang. A ter em conta, obviamente, ainda que não aparentem grande entrosamento na Liga, onde ocupam uma decepcionante 14ª posição.

O Besiktas é uma equipa turca e isso é, por si só, revelador. Dificilmente se poderia escapar das equipas turcas e gregas, que criam ambientes extremamente hostis, ou das equipas de leste, endinheiradas e beneficiando de climas brutais para os visitantes. Para além de Tello, há a destacar mais um antigo atleta do Mónaco, Cissé, e um trio de sul-americanos de razoável valia no ataque. Não constando da nata do futebol do velho continente, será, ainda assim, complicadíssimo passar em Istambul.


Já o calendário da prova é extremamente desfavorável aos Portistas. A recepção ao Liverpool deveria encerrar e não abrir esta fase, permitindo teoricamente aos azuis-e-brancos resolver as contas do apuramento a tempo de enfrentar tal embate sem grande pressão. Assim sendo, e considerando as subsequentes deslocações a França e à Turquia, existe o sério risco de se chegar a meio da competição em posição delicada, necessitando impreterivelmente da vitória nos dois jogos em casa e, quiçá, pontuar em Anfield.

Estou em crer que o Futebol Clube do Porto somará cerca de nove pontos, conseguindo, em princípio, a almejada qualificação.

Votos ainda de boa sorte às restantes formações lusitanas em mais uma campanha que se deseja de prestígio pelo futebol nacional.

domingo, 26 de agosto de 2007

Fez-se justiça pela lei de Meireles.

Um golo de Raúl Meireles, aos 10 minutos do segundo tempo, deu ao Porto os três pontos nesta partida. Sem fazer uma exibição de encher o olho, o Porto venceu, sem grandes sobressaltos, uma desinspirada equipa leonina. Com duas jornadas decorridas, o Porto leva já uma saborosa vantagem para os rivais de Lisboa.


Raúl Meireles a comemorar o golo solitário que deu os 3 pontos.


Com um onze titular onde a única "meia-surpresa" era a titularidade de Tarik, sendo assim Lisandro reposicionado para o meio, o Porto dominou durante toda a primeira parte, sem precisar de esticar muito o ritmo.
Nos dez primeiros minutos, jogo atípico, com muitos passes falhados, de parte a parte. Tarik assustou na sequência de um canto, cabeceando para fora, livre de oposição. O mesmo Tarik esteve bem em jogadas de envolvimento com Fucile, pelo flanco esquerdo, chegando mesmo a proporcionar a Meireles a hipótese de abrir o activo, mas a defesa leonina desviou o esférico que saiu do alcance do médio português.
Ainda antes do fim da primeira parte, Quaresma atirou a bola à barra, num livre directo na esquerda e, o mesmo Quaresma, cruzou a bola, pondo a nu, pela primeira vez, a intranquilidade de Stojkovic, ao sair-se de forma pouco decidida. No entanto, Lisandro não conseguiu aproveitar o erro do sérvio.

Ao intervalo, Tarik saiu para dar o lugar a Postiga, que entrou para o lugar de ponta de lança, passando Lisandro a jogar, como é hábito, no corredor direito.
No início da segunda parte o Sporting entrou bem, mas foi sol de pouca dura. O recém entrado Postiga recebeu bem, de peito, e rematou de muito longe, para apertada defesa de Stojkovic. Na recarga, Quaresma falhou por muito o alvo.
Stojkovic protagonizou o erro da noite quando, após atraso de Polga, recolheu o esférico com as mãos, proporcionando assim, um livre indirecto ao Porto, a escassos metros da baliza leonina. Meireles aproveitou para marcar o primeiro e único da noite. Estavam decorridos 54 minutos.

Após o golo marcado, o Porto não se encolheu, continuando a tentar aproveitar possíveis distrações da defesa leonina.
Aos 65 minutos saiu Meireles, o marcador do golo, para a entrada do argentino Mariano González. Pouco depois o Sporting esboçou a reacção, com remate de Moutinho que deu canto. Na cobrança, Vukcevic, em posição previligiada, rematou, mas contra Bosingwa.
O Porto, continuou a pressionar, apostando, diversas vezes, nos remates de longe, mas sem sucesso.
A 13 minutos do fim, Paulo Bento muda o esquema táctico, retirando os laterais, passando assim a jogar num esquema de 3 centrais, com Veloso a recuar para a defesa.
Jesualdo Ferreira também mexeu, colocando Bollati no lugar de Lisandro.
Perto do fim, Hélton falhou uma bola aparentemente fácil, mas Djaló, com um ângulo de remate difícil, não conseguiu mais que um remate às malhas laterais da baliza azul e branca.

No final do jogo, os portistas saíram justos vencedores, vingando a derrota do passado dia 11 de Agosto, no Municipal de Leiria, por uma bola a zero, em jogo a contar para a Supertaça Cândido de Oliveira.

sábado, 18 de agosto de 2007

SC Braga 1-2 Ricardo Quaresma

Num teste difícil, os comandados de Jesualdo Ferreira começaram a defesa do título da melhor maneira ao vencerem o Sporting de Braga por 2-1 com dois golos de Ricardo Quaresma. O Harry Potter do Dragão cobrou de forma exemplar dois livres directos. O FC Porto consegue assim ganhar o primeiro de três jogos complicadíssimos, apesar de não ter rubricado uma grande exibição.


Teste de fogo. Uma excelente definição para o jogo do FC Porto em Braga frente ao Sporting local, agora treinado por Jorge Costa, um dos mais emblemáticos jogadores da história do FC Porto. Sete dias depois da derrota na Supertaça, 3 mudanças na equipa do FC Porto. A entrada de Lucho González para o meio-campo, o recuo de Cech para a posição de lateral-esquerdo e a entrada de Tarik para o lugar do castigado Lisandro López. Quanto ao Braga, Jorge Costa colocou 4 caras novas no onze titular.

Era assim que as equipas iam atacar este jogo que começou frenético, com o FC Porto a querer mandar no jogo desde início mas com uma equipa do Braga atrevida e a querer chegar à baliza de Hélton. No entanto, a primeira grande ocasião de perigo só surgiu aos 28 minutos com Adriano a rematar em movimento de rotação após uma excelente arrancada de Bosingwa. Apenas três minutos volvidos e eis que Quaresma, de livre directo, coloca o Porto em vantagem no marcador. Um excelente remate de Ricardo Quaresma mas com Dani Mallo a ficar "desfocado" na fotografia. A reacção da equipa de Jorge Costa foi ténue e até foi o FC Porto, claramente moralizado com o golo, a dominar até que João Ferreira apitasse para o intervalo.

Na segunda parte, o Braga apareceu mais ofensivo e aos 49 minutos, chegou ao golo do empate após boa jogada de entendimento entre Vandinho e João Pinto, tendo este último finalizado perante a inoperância da defensiva azul-e-branca. E o jogo animou depois do golo do veterano número 10 bracarense. Wender e Hélder Postiga, respectivamente, tiveram hipótese de colocar as suas equipas em vantagem mas o empate insistia a ficar no Municipal de Braga. Aos 63 minutos, Jesualdo Ferreira mexe na equipa, fazendo entrar Mariano e Leandro Lima para os lugares de Tarik e de Lucho González. Com a entrada destes dois jogadores, o FC Porto cresceu e foi mais perigoso. Prova disso, foi o lance de Raúl Meireles aos 71 minutos que podia mesmo ter marcado num excelente remate de fora da área defendido de forma exemplar por Dani Mallo. E a 7 minutos do fim do tempo regulamentar, novamente Quaresma que aproveitou um livre lateral para colocar a bola no fundo das redes de Dani Mallo. Um excelente remate a confirmar a supremacia do FC Porto e a colocar justiça no marcador. Até ao apito final, pouco mais aconteceu tirando uma gestão eficaz do resultado por parte do FC Porto que permitiu a primeira vitória da época, num estádio onde o Porto já não vencia há 3 temporadas.

MVP:

Ricardo Quaresma-> O mágico extremo portista entrou no campeonato com o pé direito e deu dois pontapés numa fraca exibição colectiva da sua equipa. Mais uma vez, e à semelhança do que tem acontecido nas últimas épocas, o "cigano" decidiu o jogo e mostrou a todos que está mesmo de corpo e alma no FC Porto. Uma excelente exibição do 7 portista a "empurrar" a sua equipa para a conquista dos 3 pontos.

domingo, 12 de agosto de 2007

Presos à táctica

Pela segunda ocasião consecutiva a decisão da Supertaça Cândido de Oliveira foi remetida para a cidade de Leiria, apesar de o desfecho ter assumido contornos diametralmente opostos aos da época transacta. Campeão e vencedor da Taça encontraram-se no Magalhães Pessoa numa partida tacticamente cerrada, à qual a maior coesão dos Dragões não chegou para conferir o desenlace mais justo.

Quaresma não foi ontem capaz de brilhar ao nível do que dele seria expectável.


O motivo pelo qual a superioridade Portista não se estendeu ao resultado adveio do exagerado respeito devotado por Jesualdo ao adversário. O técnico transmontano temeu o Sporting, esquematizando a equipa numa tentativa primordial de travar o meio-campo leonino ao invés de assumir, como impunham estatuto e potencial, o jogo.
Tendo vindo a desenvolver uma fórmula de 4-3-3 relativamente clássica, o Campeão Nacional abjurou ontem os seus princípios, subtraindo Lisandro à ala direita para lhe atribuir funções primordiais de marcador directo de Miguel Veloso, o que constitui um erro crasso tanto por relativizar a inegável influência que o argentino representa para a manobra ofensiva da equipa, sobrecarregando Quaresma, como por vetar Bosingwa à estóica missão de abrir por si só caminho por todo o corredor direito face a diversos adversários.
Por outras palavras, o Futebol Clube do Porto foi exactamente aquilo que Jesualdo pretendia - dominador - mas, no reverso da medalha, incapaz de, exceptuando lances de bola parada, levar perigo à baliza contrária. Aproveitou o Sporting para, no único remate à baliza de Hélton, selar o destino do troféu.
Perder identidade de jogo por submissão ao meio-campo de um adversário que nos é inferior foi, definitivamente, o ponto mais negativo da noite, que ficou novamente manchada por uma decisão - ou falta dela - de um dos mais promissores àrbitros portugueses, incapaz de discernir mão de Tonel na àrea sportinguista apesar da sua posição priveligiada e desimpedida do lance.
Salvaram-se Jorge Fucile, em mais uma exibição de um crer inexcedível, e os fantásticos adeptos que golearam o Sporting fora das quatro linhas.
Jesualdo Ferreira tem agora duas provas de fogo não só à equipa como também à sua ambição enquanto treinador.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

2007/08: Nova época, a mesma ambição.

Orfão do génio - Anderson é o adolescente mais caro da história do futebol - do patrão e do capitão, o Futebol Clube do Porto parte para a nova época com o peso de dois títulos consecutivos a defender. Jesualdo resistiu à desconfiança dos adeptos, tornando-se o primeiro após Mourinho a permanecer mais do que uma época ao leme dos Dragões, enquanto que os milhões não chegam para subtrair desde logo Lucho e Quaresma à fórmula resolvente das derradeiras temporadas.

Aos 37 anos, o mais vitorioso futebolista de todos-os-tempos abandona a modalidade a fim de se dedicar a uma carreira de gestão desportiva.


Inevitavelmente se sentiu o perverso efeito dos milhões que fazem a indústria do futebol proliferar. Com Pepe em Madrid e Anderson em Manchester, os Campeões Nacionais cuidam das feridas, recheando os cofres de euros e o plantel de caras novas, num esforço financeiro de monta visando a homogeneização do plantel, dotado agora de mais e melhores soluções para todos os sectores.
Com a mística em questão, cabe agora a Bruno Alves a ostentação da braçadeira e da camisola outrora envergada por João Pinto e Jorge Costa; secundam-no Lucho e Quaresma, figuras de proa do plantel que partem para a terceira e quarta épocas no clube, respectivamente.
É, ainda assim, com algumas indefinições que a nova temporada será abordada, havendo para delinear um par de dispensas e os intérpretes para o modelo que Jesualdo deverá transportar da época transacta, díspar que se encontra a preparação física dos atletas face a um defeso prejudicado pela Copa América.
Desculpas não serão, contudo, aceites. Após increver o seu nome em dois torneios de pré-época, o Futebol Clube do Porto abre as hostilidades frente ao Sporting no próximo sábado. Leiria testemunhará o primeiro embate oficial do ano, do qual os azuis-e-brancos deverão sair vencedores, assim prentendam ir de encontro às expectativas dos seus adeptos, cujos elevados padrões exigem incessante sucesso.