Jesualdo pedira respeito pelo oponente, mas colocou em campo apenas quatro titulares; a equipa foi incumbida da vitória, concedendo, porém, quarenta e cinco minutos de amorfa impotência ao adversário. Razões suficientes para que o Atlético imitasse o Torreense, derrubando os dragões nas Antas, ante mais de trinta mil adeptos que cedo encontraram no caos criativo dos anfitriões sinais reminiscentes de épocas não muito distantes.
Atacava-se mal, com Bruno Moraes à cabeça de um conjunto inconcebivelmente desinspirado, onde somente Vieirinha ousava escapar à onda de mediania, a qual alastrava à defesa, onde a inédita dupla de centrais era rapidamente erudida pela perseverança dos dianteiros alcantarenses.
Com o reatamento adensou-se o desconforto nas bancadas, incrédulas com o atrevimento consentido da equipa do Atlético, a que o FC Porto ripostava apenas de bola parada. Jesualdo acrescentou Lisandro à equação para rapidamente constatar que no futebol, como na vida, não existe relação directa entre quantidade e qualidade.
Aproveitaram os alfacinhas, cruelmente expondo ao ridículo as linhas recuadas azuis-e-brancas, ao que Jesualdo, assaz desnorteado, respondeu atirando às feras mais dois dianteiros.
Terminando com seis avançados e desprovidos de qualquer sentido táctico, os campeões viram ainda cair do céu uma grande penalidade a que Quaresma - perturbado com a partida e, como tal, incompreensivelmente chamado a marcar - não correspondeu com uma finalização convincente.
O esférico abanava o poste, mas fazia ruir irremediavelmente as pretensões do detentor do troféu em revalidadar o prestigiante estatuto.
Urge encontrar respostas no seio do Dragão para tamanha hecatombe. Compromissos sérios dentro e fora de portas aproximam-se inexoravelmente, aos quais caberá a uma equipa ferida no seu orgulho corresponder.
5 comentários:
Faltou respeito pelo adversário e não só. Faltou entrosamento e, acima de tudo, espírito de equipa.
Enfim.
Apesar de tudo é uma lição. Gostei, contudo, das palavras do Jesualdo Ferreira no final do jogo.
11 titular: Vitor Baía (suplente); Marek Cech (muito utilizado); Fucile (titular); R. Costa João Paulo (suplentes); P. Asssunção (titular); Raul Meireles (titular); Ibson (muito utilizado); Quaresma (titular); Vieirinha (suplente); Bruno Moraes (bastante utilizado).
Relembro as lesões de Pepe, B. Alves e Lucho.
Por opção, apenas 2 titulares ficaram de fora (Postiga e Lisandro).
E pelo calibre do 11 inicial não achas q houve respeito pelo adversário?
Um abraço
Na minha óptica, as poupanças são perfeitamente compreensíveis nestas circunstâncias. No entanto, como muito bem referes, sucederam-se variadíssimos impedimentos em pedras nucleares da equipa. Com metade desta já de fora por lesão, confesso que me custa a perceber poupanças ainda mais veementes, como as de Postiga e Lisandro.
E, para todos os efeitos, há que ter em conta declarações de Jesualdo como aquelas em que toma por benéfica a prolongada pausa de inverno. A equipa apresentou-se demasiadamente mal para quem teria, supostamente, a ganhar com o interregno, não te parece?
Existem muitos culpados, e a Jesualdo há, objectivamente, que imputar algumas responsabilidades pelo desaire. Sem alarmismos. O trabalho que vem desenvolvendo é excelente e estou confiante que poderá trazer-nos os resultados positivos que todos desejamos.
Gratos pela presença assídua,
Abraço.
Concordo 100%, meirinho.
Abraço
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